E se o protagonista não fosse bobão e preferisse o mundo 2D? Uma abordagem diferente!
Estava procurando especificamente algo mais Comédia/Romance dentro do shonen mesmo, e aí me deparei com TWGOK. A série é relativamente conhecida, é um dos medalhões atuais da Shonen Sunday, uma revista que li pouco, já que assumidamente leio muito mais Shonen Jump do que qualquer outra coisa.
O buraco no coração pode ser preenchido de várias formas, assim como pode ser causado por inúmeras frustrações emocionais (e não só amorosas). Acidentalmente o nosso protagonista faz um pacto com Elsie e fica atrelado a ela na captura de espirítos, e se caso não o faça terá junto dela, a sua cabeça arrancada.
O bacana do mangá é justamente brincar muitas vezes com conceitos dos Dating Sims (e que se fazem muito presentes nos diversos mangás de romance por aí, principalmente os shonen). Por exemplo, o beijo. Como é um troço enrolado em mangás desse tipo. Acontece ou “sem querer”, ou demora vários capítulos de encontros pra cá, conversas pra lá, pros protagonistas pensarem em fazer isso. Fora que existe sempre o telefone que toca na hora H e coisas do tipo. Keima vai direto ao ponto.
Keima age em alguns pontos do mangá quase como um livro de auto-ajuda,realmente procurando entender os problemas que afligem a pessoa que porta o espirito, e trabalha em cima disso para retirá-lo de lá. Algumas poucas vezes o foco não foi nem o interesse amoroso, este foi só uma consequência do que ele fez para a garota superar seus medos/defeitos.
A partir de agora vou falar spoilers, então continue se você leu o mangá até o último capítulo lançado no Japão.
Eu gostei de ver que o mangá assim como alguns personagens passaram a Keima passa de um caçador de espíritos a um verdadeiro estrategista conquistador. Ele começa a mover suas peças de forma lúcida quando até os próprios demônios entraram em pânico. O desespero cresce realmente no ponto atual do mangá. Eu pensei que talvez enrolassem mais, porém não foi o que ocorreu. Depois da Kanon ficar a beira da morte e a corrida para encontrar as Deusas começou, eu vejo um Keima mais sério (que quase não consegue jogar agora), e até em raras ocasiões em desespero, deixando seus sentimentos guiarem suas ações. A Vintage também não ficou como organização lenta, que fica esperando o protagonista ir lá acabar com ela. Tratou de deitar uma por uma, e todo trabalho que todos tiveram até agora foi pro ralo. perder a inocência. A Haqua é o exemplo mais categórico disso. Os capítulos que sucedem a sua prisão e tortura, e a fuga com a ajuda da sua (aquela caveirinha é mulher né? aliás um dos personagens mais engraçados, não me esqueço da cena “dela” no passado, falando que devia ter casado antes) mestra são muito bacanas.
O Keima fez merda e escolheu errado. É interessante ver como ele está se virando com essa escolhe, e rapidamente trocando o alvo porque está ficando sem tempo. A descoberta daquilo que estava dentro das cavernas foi meio chocante para os personagens. A Chihiro foi envolvida e isso não tem mais volta. O mangá a cada semana vem fechando o cerco, e até a conquista da Deusa que está na Ayumi já não é tão certa por causa da escolha errada.
A Vintage realmente parece bem poderosa se comparada ao pessoal que está do lado do New Hell, mas a Haqua até que impressionou… Aonde foi aliás que ela aprendeu aquilo tudo?
Estou gostando demais desta corrida contra o tempo, deixando até o Keima, que sempre teve controle na maior parte do mangá, salvo algumas vezes, como na captura da Yui, que foi uma das mais bacanas aliás.