Se o Yoh já dizia, quem sou eu para discordar? Que a luta dos Shamans recomeçe!
Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe e lutar contra isso nem sempre é uma boa idéia. Mesmo assim um dos mangás que eu julgo ser completamente insuperável, nem tanto em termos de história, mas imbatível quando se fala de seus personagens, vai ganhar um novo fôlego no Japão, é Shaman King: Flowers pelas mãos do próprio Hiroyuki Takei. O mangá começa a ser serializado na Jump X, no dia 10 de abril. E bem… sou fanzaço do trabalho do cara, mas sinceramente não sei bem o que esperar, muito embora devesse. Li toda a série de one shots que saíram depois que o mangá terminou de forma oficial e cada quadro, cada memória ou detalhe a mais ali davam mesmo a entender que o criador ainda tinha vontade de tocar aquela história pra frente. O único problema é que eu não esperava acabar sendo meio que traído por ser tão entusiasta do Yoh.
Praticamente ninguém realmente relevante pra trama foi esquecido, Horo Horo, Chocolove, o Hen, Tamao, Ponchi e Konchi, a Anna, Amidamaru e principalmente o Ryu que foi o que mais apareceu, entre outros mais. Só que eu acabei não me sentindo 100% contente vendo o Yoh crescido, com aquele cabelão e enfim curtindo a vida sem estresse como ele sempre quis.
Eu sempre gostei dele mais do que deveria, porque o modo como o Yoh tratava dos problemas, dos seus adversários, o modo como ele cativava as pessoas a sua volta, mesmo os mais durões como o Hen, era algo fora do comum pra mim. O Yoh não era o cara que estava atrás de mais poder para proteger os amigos, também não era o cara que queria dominar o mundo, ser o rei de algum lugar ou simplesmente ganhar status, fama ou que quer que fosse. Tudo o que ele queria era sentar na grama, observar as nuvens, tirar um bom cochilo, viver uma vida de paz e sossego e nada mais.
Como a maioria dos protagonistas shonen são pessoas obstinadas e guerreiras por natureza, personagens criados para conquistar os seus objetivos somente mediante a muito trabalho duro e disciplina, observar a evolução de um herói tão sereno e preguiçoso como Yoh e acima de tudo me certificar de que ele nunca se perdeu na sua essência foi um dos maiores prazeres que eu já tive. Mais até no anime que no próprio mangá que o inspirou. Então sei lá… ver ele enfim deixando a cena principal foi marcante, divertido, mas ao mesmo tempo um tanto triste pra mim.
Hoje eu peguei o último one shot da série pra ler de novo e só me senti alegre pela possibilidade de rever todos mais uma vez. O clima dá a entender que mesmo crescidos, o velho time da colina Funbari ainda vai se fazer muito presente na jornada do Hana. Mas o protagonista ainda não me diz nada e algumas situações meio clichês só colaboram para isso.
Mas calma lá, vamos dizer que essas são apenas as minhas primeiras impressões. Não vou dizer que espero ver uma cópia do Yoh no Hana, o Yoh é único e por mais que eu quisesse uma continuação de tudo o que a gente já viu, uma luta dos Shamans sem um vencedor (porque quem ganhou era meio que café com leite, por assim dizer) foi a melhor escolha para aquele grupo de amigos tão emblemático.
Então vou dizer apenas que espero muito por um personagem tão fascinante quanto foi o Yoh. ”Surpreenda-me novamente, por favor” acho que é a palavra certa para definir o que estou sentindo com esse anúncio. Se em Flowers o mestre Takei puder nos brindar mais uma vez com algo tão bom se não do mesmo bom gosto que foi o mangá anterior, vou passar a acreditar mais em continuações inesperadas no mundo dos mangás. Ser menos cético nessa vida já cheia de pessimismo e por fim exercitar mais vezes aquele velho lema do Yoh que não por acaso adotei um dia desses: Pra tudo tem um jeito.