Uma aventura que atualmente seria melhor no passado?
Brasileiro adora colocar a palavra “futuro” no título quando um filme é lançado por aqui, inclusive quando o título original não contenha essa palavra . O Exterminador do Futuro, O Vingador do Futuro, Batman do Futuro, O Passageiro do Futuro, Johnny Mnemonic, o Cyborg do Futuro, O Soldado do Futuro, Garotas de Futuro, A Família do Futuro, O Guerreiro do Futuro, Cyborg – O Dragão do Futuro, Robocop, O Policial do Futuro, Uma Secretária de Futuro, Rollerball – Os Gladiadores do Futuro, O Garoto do Futuro, e a lista continua…
Mas tem um filme brasileiro que foi lançado no ano passado que entrou para esse clubinho, mas com razão: O Homem do Futuro.
O filme é estrelado por Wagner Moura e Alinne Moraes e dirigido por Claudio Torres, um diretor que me chamou a atenção por realizar projetos mais divertidos dentro do cinema nacional, como A Mulher Invisível e Redentor. Em O Homem do Futuro, Torres nos conta a história de Zero e sua obstinação pela bela estudante Helena. Humilhado por ela durante uma festa da faculdade, Zero só pensa em mudar o que aconteceu, em mudar seu próprio passado para construir um futuro melhor ao lado de Helena.
Usando referências de vários filmes que abordam viagens temporais, Torres constrói uma ficção científica misturada com comédia romântica (gênero bastante apreciado pelos brasileiros) e o resultado é bem satisfatório. Apesar de usar várias linhas temporais, o filme foi montado de uma maneira que não confunde o espectador, e a atuação segura de Wagner Moura contribui com isso, interpretando bem 3 fases da vida de Zero.
Dentro daquilo que se propõe, é um dos melhores filmes nacionais que vi nos últimos tempos. Inclusive no que diz respeito aos efeitos especiais, que era uma das minhas maiores preocupações. Tudo muito correto e funcional, sem exageros, sem roubar a atenção do espectador em detrimento da trama. Fui surpreendido e gostei disso.
É um filme que se fosse lançado antes de De Volta Para o Futuro teria feito um sucesso enorme até mesmo internacionalmente. Como chegou no cinema 26 anos depois, é apenas um filme divertido e que vale a pena ser visto hoje. Ou no futuro.