Kurogane e o caminho da espada!

Porque o que importa é como você segue esse caminho!

Kurogane a primeira vista me pareceu mais um. Tanto que na onda de cancelamentos que estava a Jump, como uma série nova atrás da outra sendo limada, nem dei bola para ele. Com o avanço dos capítulos, e a estabilização na ToC, a razão do seu sucesso me intrigou.

Então devido aos poucos capítulos fui la ler o primeiro trabalho de Ikezawa Haruto. Instantaneamente lembrei de uma das melhores cenas de Buso Renkin, do autor de Ruroni Kenshin, que é justamente uma luta de kendô. Lembro-me que na época dos MdQs, o pessoal em geral concordou em achar aquela uma das melhores sequencias do manga ate aquele momento. Watsuki realmente tem um dom para fazer cenas com espadas. Então com a barra lá em cima (por esta ultima experiencia com o kendo em mangás) me surpreendi com desenvolvimento da história, e a construção de personagens deste autor promissor.

Kurogane é recheado de clichês. Não esperem algo substancialmente novo pois não existirá aqui. Kurogane começa o mais lugar comum possível: espírito de trocentos anos encontra jovem e decide treiná-lo em X arte marcial/esqrima/futebol/insira algo aqui.

Nesses dois primeiros capítulos, achei a série bem chatinha. Gostei de vermos o protagonista bem fracote, mas o autor rapidamente inventa uma forma para manter o seu progresso de forma espantosa (isso até pro mangá não ficar se arrastando é bom, e na SJ os novatos tem de ser rápidos para conquistar público). Me decepcionei um pouco achando que o protagonista ia apanhar bem mais no início, mas faz parte. Como disse lá em cima, os clichês tão aí.

O desenvolvimento da história está passando por fases bem bacanas, como um rival do Kurogane ser o primeiro oponente, campeonatos e tudo mais. Foi interessante aliás como o autor deu uma antecipada em certos personagens em um dos arcos da história, e mostrando até um personagem bem acima dos outros.

Outra parte legal, é que Ikezawa Haruto trabalha com vários estilos dentro de um mesmo estilo (o kendô). Kurogane por exemplo tem “os olhos”, uma visão privilegiada que o permite ver e antecipar movimentos adversários (o que também é conveniente para o estilo que lhe é ensinado após). Mas também há limitações em cada habilidade (e pessoa) e a narrativa das batalhas é bem conduzida, de forma a tentar fugir da mesmice, mesmo sendo às vezes formulaica. Explico. Batalhas em Shonen (boas batalhas, na minha opinião) não se limitam a rajadas, poderes para tudo quanto é lado, e novas formas, estas realmente brilham quando se é empregado algum tipo de estratégia para instigar o leitor a tentar advinhar como se pode derrotar tal poder aparentemente invencível. Luffy contra Crocodile, por exemplo. Não citarei aqui a estratégia, mas os que viram sabem o que ocorreu.

Outro personagem interessante que aparece logo no início é um lutador que só consegue utilizar uma das mãos para segurar a Shinai (a espada de bambu), o torna extremamente vulnerável mas que garante também uma gama de técnicas que se diferenciam do resto dos competidores. Há outro que se especializou em um só golpe e o tornou praticamente perfeito, mesmo que não tenha nenhuma outra habilidade em seu arsenal.

E com isso, junto a boa capacidade de evidenciar cada personalidade individual, Kurogane mantêm uma boa quantidade de personagens bem construídos logo em seu início. Um dos trunfos do mangá com certeza é este. Como já mencionei, ele é bem escrito. Algo que em tempos não vemos as estréias da Jump conseguir. O interessante é que com isso Haruto deixa o esporte bem interessante, e diverso, como um mangá tem que ser mesmo, entreter, algo que ultimamente tem estado em baixa nos novatos. O esporte é explicado de maneira bem natural, e aos poucos, não ficando algo “didático”, ou seja, nada parecido com um Kendô for Dummies.

Outro aspecto interessante é do próprio kendô. Por ser um esporte com espadas, eu consigo ver uma boa aproximação do gênero de esportes com o shonen. Até natural eu diria. Em se tratando de esportes que ultimamente só tivemos bombas futebolísticas nos últimos anos, é um ponto a favor da série.

A surpresa recente foi ver as posições nas ToCs e a boa recepção inicial do mangá (o que me motivou a lê-lo também). Até pensei

que talvez ele seria afetado pelos comentários ácidos no seu Twitter, rapidamente apagados, seguidos de pedidos de desculpa, sobre vários mangás na Jump.

Recomendo a leitura, pra quem procura algo com uma cara diferente, porém nada genial, mas que entretê bastante, e tem batalhas interessantes.

Spoiler Zone!

Falando um pouco sobre a história atual, eu gostei bastante do Aoharu, deu um clima bem legal pra série, o típico personagem que é meio bobão, e que rende uma boa gama de piadas junto a dupla de novatos. O desafio inicial contra a escola mais forte serviu muito bem para situar os protagonistas numa escala de poder, e para não ficar algo óbvio, e até assustadoramente rápido (enfrentar os melhores logo no fim do campeonato mais próximo, e ter de eventualmente “voltar” atrás no que falou de “mais forte”).

Espero que o autor consiga manter o bom nível, e a coerência. E claro as boas lutas. A jogada de colocar logo o espírito para lutar contra aquele poderoso foi bem bacana de se ver. Uma batalha de nível alto logo no início do mangá. Pessoas misteriosas como gancho para um campeonato de verdade no futuro foi bacana de se ver também.

Aos poucos, aqui e ali, Kurogane constrói uma base boa, para que se os questionários deixarem, possa ter capítulos interessantes mais a frente, sem perder o fôlego.

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32 Comentários

  1. 1º pensamento: OMG KUROGANE?! POST DE TSUBASA?!?!

    2º pensamento: Ah, não é. É daquele novo mangá da Jump que não curti o traço.

    3º pensamento: MEU DEUS OLHA ESSAS CENAS DE LUTA O___________________O

    4º pensamento: … acho que quero ler isso. .-.

    1. 2º pensamento: Ah, não é. É daquele novo mangá da Jump que não curti o traço.

      3º pensamento: MEU DEUS OLHA ESSAS CENAS DE LUTA O___________________O

      4º pensamento: … acho que quero ler isso. .-. [2]

  2. Comecei a ler esse mangá faz pouco tempo, e to gostando muito dele. Impossível não ler ele e fazer um paralelo com Hikaru no Go, que eu gosto bastante, tanto anime quanto mangá. Gostei do tipo de rivalidade criada entre o Kurogane e o Shidou. Não é aquela rivalidade do tipo "Você é meu rival eu te desprezo pra sempre".

  3. Bom…Acho que vou por esse título na lista de leitura aproveitando que ainda tem poucos capítulos.

    Rackor aproveito pra te recomendar(e a outros leitores caso não conheçam a obra) a leitura do mangá de Shingeki no Kyoujin ou como ficou mais conhecido "o mangá que o editor da Jump disse: Isso é um mangá. Traga-me Jump!" e hoje vende horrores e concorre ao prêmio Tezuka desse ano na categoria melhor mangá e assim fazendo a felicidade da Kodansha, editora onde o autor foi procurar abrigo.

    O mangaka tem certa dificuldade para desenhar bem pessoas, mais em compensação te brinda com desenhos de Gigantes(que são os inimigos dos humanos na história) que impressionam e com uma história em que sinceramente vc não sabe o que vai acontecer devido ao clima que o autor consegue passar de apreensão e "de que não tem saída dessa situação" muito bem. Ficou claro para mim ao ler que a Jump não teve "culhões" para acolher uma obra desse tipo, mais acho que a Shueisha possa ter perdido uma verdadeira mina de ouro por não terem nem sido espertos o bastante para ao menos tentarem arrumar uma vaga para o título na Jump SQ.

  4. Comentário do desinformado-man aqui. XD Não tinha ouvido falar nesse mangá até ler esse post.
    O traço é limpinho proporcional do jeito que eu gosto. Talvez geral pense isso como "genérico", mas curto isso (Summer Wars mangá me chamou a atenção pelo mesmo motivo). Desde que o mangá se destaque pela história, claro.
    Cenas de luta? É sobre kendo? Estou lendo num comentário um paralelo com Hikaru no Go? … desculpa por não ler o post direito, tenho que dar uma chance a um certo mangá =P

  5. Eu lia Kyogin com o Japão até uns 15 capítulos atrás (sim, larguei quando tava ficando bom) mas na época os releases eram muito inconstantes, o que me emrolava um pouco para acompanhar. Sabe como andam os releases agora?

    1. Eu leio pela scan BR e eles não estão muito atrasados em relação aos gringos(aqui está no cap.28 e nos gringos 33 se não me engano).Não posso dizer muito bem sobre se está saindo de forma constante ou inconstante até por que comecei a ler pra valer essa essa semana.

      1. Shingeki no Kyojin li até o capitulo 22, não tinha mais nenhum disponível, os traços do gigante colossal são fantásticos u_u e a história não fica pra trás.

      2. Isso que ferra. Provavelmente estão ainda lançando em volumes… Não gosto de acompanhar assim, ainda mais Kyogin que tem uma história bem densa e com bastante detalhes para se lembrar como hierarquias, postos, mecanismos das habilidades…
        Não que eu não volte a ler algum dia desses (tava no meu AMR parado há tempos), mas esse ritmo foi o que me fez dropar.

  6. [#facepalm adiantado] Oq Tsubasa tem a ver com Kurogane? (sério, não li Tb, :/)

    @Dakini: faça um favor a si mesma, leia. [até pq são só uns 20 e poucos caps até agora]

  7. Não muito a dizer sobre KUrogane além do fato deq vc devia ter esperado + alguns caps pra fazer o post [mas o povo se interessou então td bem :P].
    No mais, quando foi lançado e vc postou essa img no post de Toc eu tinha gostado um pouco do desenho em si [não do traço] mas quando saiu o cap1 em inglês, sei lá, li as primeiras pgs e dropei na hora. Só quando saiu em pt aí eu dei uma nova chançe e acabei gostando muito (acho q o ritmo de leitura deve ter contribuído mesmo {leio muuuuuuuuuuito devagar em inglês}), principalmente do autor ficar "apelando", uma luta + interessante e diferente q a outra. 😀

    1. Nem acho não, acho 25 capítulos um bom número para um primeiras impressões, até porque isso demonstra que o mangá passou a "primeira fase" da Jump, cuja qual muitos caem, que são os 3 volumes iniciais, e não tem perspectivas próximas de cancelamento (HxH ajuda também). A partir de agora com isso o autor vai ter mais estabilidade (mas não significa estável) para testar novas coisas, e desenvolver pontos importantes pro futuro.
      E também acho isso: Kurogane arrepia nas batalhas! 🙂

    1. Antes de conseguir ser serializado ele esbravejava coisas como "Como Naruto é isso, isso e isso, e é serializado na Jump e eu não?" "Como KHR é ridículamente mal construído nesta parte X e é serializado e eu não?". O interessante é que algumas críticas eram até pertinentes, como as que são feitas todas as semanas nos CdMs em geral.

  8. Uma das coisas que gostei logo de cara foi o traço, principalmente nas lutas. o_o Acho que é o gosto de cada um.
    Peguei vários mangás novos para ler nessas utimas semanas, e um deles foi Kurogane, já terminei de ler até o atual e tô achando muito bom e por isso é merecido a boa recepção dele nos TOCs conseguindo uma boa colocação e várias CPs. Por enquanto estou achando o mangá bem construido tanto nas batalhas, como nos personagens e na história, acho que ele tem futuro a longo prazo na revista.

  9. Acompanho esse manga, desde a semana que ele começou a ser publicado, na Shounen Jump! Hoje em dia ele tá com 27 capítulos e pelo menos pra min é um dos mangas mais divertidos da Jump! E acredito que ele sim pode se tornar mais pra frente um dos top!

    Traços bonitos, personagens carismatícos, um esporte de muito respeito no japão, serio e diferente quando têm de ser! Pode ser até chichê em alguns momentos. Mais é um chichê saúdavel! E tem comédia na dose certa também.

    O caminho pra Kurogane se tornar o número um dos espadachins! Ainda tá longe! Prevejo que a Sakura vai lutar mais uma ou duas vezes. O mestre do dojo também.

    Vou dar outro site pra ler também : http://clockworklies.com/

  10. Não que eu nao tenha gostado do traço de Kurogane (vendo as paginas do manga ele é realmente bonito) so havia visto color pages desse manga e essas me deixaram com uma impressao meio ruim do desenho. Sei la nao gostei muito das cores e tals 8D

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