Utopia para nós, realidade para os japoneses! Eis o segundo filme de Berserk!
Cara, que coisa triste hein? Depois de anos com aquele gostinho de quero mais deixado pela animação dos anos 90, esse poderia ser o ano para todos os fãs de Berserk apreciarem a releitura sobre a era de ouro do grupo do falcão e relembrar porque é tão bom idolatrar a obra de Kentaro Miura. Pra quem não sabe, o primeiro filme já bombou no mês passado nos cinemas do Japão e mal esfriou a história e já tem trailer do segundo longa prometido para chegar por lá no mês de junho, mostrando que as datas estranhamente aproximadas outrora anunciadas eram mesmo verdade. Depois dessa não ouso mais duvidar de que no final desse ano ainda o terceiro filme vai estar rolando nos telões orientais.
Para quem vai ficar chupando o dedinho esperando a boa vontade dos japoneses e conseqüentemente dos fansubs na rede, o jeito é apreciar as migalhas que o novo trailer nos deixa. O traçado continua refinado mesmo com os efeitos CG em demasia e apesar de ainda não curtir muito isso começo a ignorar totalmente a nova adição. Depois de ver o Griffith chorando eu lembrei porque eu gosto tanto de Berserk. Se do primeiro filme eu não espero menos do que relembrar do grupo do falcão unido de novo e com fé no futuro, no segundo eu quero mais é ver a ascensão e queda desses personagens, em especial do chefão dos falcões. Tudo bem, ela é momentânea demais, só que quando eu revejo, mesmo que por poucos segundos, as cenas de cativeiro com o personagem não consigo deixar de lembrar do quanto eu torci pela sobrevivência dele e no fim das contas fui totalmente trollado pelo Miura.
Não só porque fui surpreendido vendo o cara virar a casaca e dar as costas para todos aqueles que um dia foram os seus braços e pernas na conquista do sucesso, afeto e reconhecimento por parte do povo de Midland. Mas porque me dei conta de que mesmo as centenas de cenas de violência e sexo explícitas e demonstrações da crueldade ao extremo não chegaram nem perto da surpresa que foi ver um personagem tão querido descendo o fundo do poço literalmente. Mutilado, humilhado, totalmente derrotado, mas com o velho olhar da ambição que nunca mudou. Independente de ser clichê ou não o que veio depois disso, esse é um dos momentos que torna Berserk pra mim algo que beira (ou um dia beirou, já que ainda não sei como andam os capítulos atuais) a perfeição.
E é isso o que eu quero sentir de novo, eu preciso ver isso de novo, entrar nesse clima de novo e imaginar que vou ser surpreendido mais uma vez com tudo isso. A história pode até ser a mesma, mas eu tenho certeza de que vou conseguir enxergar uma dose a mais de emoção nessa releitura. Sem tirar méritos do inesquecível clássico, é claro.