O que acontece entre Arkham Asylum e Arkham City?
Não achei Batman Arkham City a última bolacha do pacote por diversos motivos, sendo um dos principais a história que não me agradou. Por isso mesmo, resolvi dar mais uma chance e ler a HQ que serve como prequência para o jogo.
A Panini lançou Batman Arkham City em uma edição única, formato americano e capa cartonada. O preço camarada de R$ 13,50 ajudou a impulsionar a compra. Outro motivo foi que a história foi escrita pelo Paul Dini, assim como acontece no jogo. Eu pensei que a HQ pudesse redimir o Dini, já que ele está mais acostumado a escrever uma HQ do que um jogo.
Mas me enganei. E não se engane, o texto a seguir pode conter spoilers!
Porém, antes de tudo, devo admitir que a parte que mais me desagradou logo de cara na revista foi a arte do Carlos D’ Anda. É um desenhista muito ruim em composição e narrativa. E pior ainda é o seu traço, que mais parece ter saído diretamente de uma revista da Image em seus primeiros anos e me deixou a impressão de ser a um aspirante a clone do Joe Madureira.
O que sobra então é o roteiro do Dini, que começa onde Arkham Asylum terminou, com o Coringa doente e e preso, mas que logo é liberto de maneira idiota pela Arlequina. Enquanto isso, ficamos sabendo como Hugo Strange passou a controlar o prefeiro Sharp e como Batman lida com os problemas que a fórmula Titã está causando depois que parte dela foi espalhada por Gotham.
São os problemas causados pelo uso indevido da fórmula pelos criminosos que leva a criação de Arkham City. E essa é uma desculpa muito idiota e sem sentido. A história segue mostrando como os grandes vilões do Batman se adaptaram à nova realidade de Arkham City. E tudo isso acompanhado de perto pelo próprio Batman disfarçado…
É isso mesmo. Vemos não só que o Batman já esteve em Arkham City antes, e que ele já sabia quem estava por detrás de tudo antes mesmo de começar os eventos do jogo. Então, pra mim, tudo o que acontece no jogo desde que ele começa até que o Batman chega na Torre de Comando é perfeitamente inútil, só serviu pra encher linguiça!
O verdadeiro Batman simplesmente iria usar a Batwing e descer na Torre e acabar com o Strange ao invés de ficar perambulando por horas e horas pelas ruas de Arkham City. A HQ é um balde de água para quem conhece pelo menos um pouco do Batman e se dispõe a ler ela antes de começar o jogo. É verdade que na HQ temos algumas sequência de ação legais e atitudes dignas de quem o Batman é, mas elas ficam ofuscadas por tantos erros.
Enfim, uma revista com uma história ruim que apenas antecede os eventos sem sal do jogo e que não melhora a experiência final dele. Compre só se você estiver muito curioso em saber o que acontece entre Arkham Asylum e Arkham City, já que pelo menos o preço e a qualidade da impressão compensam.
Confira um preview da revista clicando nesse link.