Superando todas as expectativas.
Being Human (UK) foi aquela série que eu comecei a assistir enquanto eu não tinha nada para fazer lá em 2008 durante sua primeira temporada. Uma série que começou bem fraquinha, quer dizer, ela era o suficiente para o que ela se propunha, um drama entre três amigos sobrenaturais. Agora o que fez essa série especial para mim foi o fato dela, a cada temporada, mudar drasticamente seu modo de contar história e, felizmente, para melhor. Essa semana a quarta temporada terminou com muitas mudanças, enredos apocalípticos e o mais importante, mostrando que a série ainda tem muita lenha para queimar.
Mas o que faz Being Human não se desgastar tanto? Em minha opinião é o simples fato dela não ficar pisando intensamente no enredo principal durante a temporada, mostrando drama e comédia das coisas mais comuns do nosso dia a dia e ao mesmo tempo evolui o enredo principal de forma satisfatória. É claro que nem sempre foi assim, as primeiras temporadas tinham muitos problemas de “onde essa história está indo?”. Coisa que não aconteceu em nenhum momento na quarta temporada e mesmo assim trouxe episódios engraçados e mais leves muito bons como por exemplo a menina lobisomem que tem um rápido relacionamento com Tom, mostrando como os dois, mesmo possuindo a mesma maldição, possuem vidas e personalidades completamente opostas. Ou também a mulher gótica que tinha como sonho se tranformar em vampiro, sem se importar com as consequencias. Pensando agora, vejo que mesmo com poucos episódios, a temporada trouxe um incrível número de mini-enredos memoráveis que não necessariamente se relacionavam como o apocalipse vampírico que estava prestes a explodir, nos trazendo muita risada e reflexão sobre a personaldiade humana.
Viagens no tempo, apocalipse vampírico e profecias a parte, o ponto principal da quarta temporada de Being Human foi sem dúvidas a troca de elenco. É claro que eu adorei a história por traz disso tudo mas é inegável que tudo foi um motivo para se livrar dos personagens restantes da primeira geração. Foi interessante também o fato deles apresentarem cada novo personagem de maneira bem gradativa para que conseguíssemos construir um apego com os personagens. Tom, o lobisomem órfão caçador de vampiro que foi criado na mata longe da sociedade pelo pai, teve sua história contada durante a terceira temporada enquanto ele ainda era só um mais um desses personagens de passagem mas acabou cativando o bastante para continuar na série e até se tornar um protagonista. Hall, um dos “Old Ones” dos vampiros com problemas de bipolaridade, apareceu no início da quarta temporada e vivia a décadas também sem contato com a sociedade com exceção dos seus amigos, derrepente se encontra sozinho com a morte deles, lutando para não ceder aos seus instintos de vampiro. E por fim Alex, que só surgiu no fim dessa temporada, vítima da pré guerra dos vampiros por seu envolvimento com Hall, veio para substiuir Annie como fantasma do trio. Alex se mostrou bem mais energética e debochada que a primeira, o que promete ótimas histórias para próxima temporada, o que eu espero muito, mas muito mesmo que aconteça (por favor não cancelem essa série).
Caso você assista a versão americana de Being Human (ou não), aqui vai minha opinião: a versão americana começou bem melhor que a britânica, muito mais polida e trabalhada. Porém a partir dessa segunda percebi ela não evolui. Fiquei com aquela impressão de mais do mesmo, o que não acontece em BH-UK. Recomendo muito que assistam a versão da rainha caso você se interesse pela premissa. As últimas temporadas foram incrívelmente boas (caramba, como a terceira temporada sambou na minha cara!) e posso garantir que será entretenimento garantido.