Um desenho animado que honra o legado da Liga da Justiça.
Os desenhos animados serializados com heróis da DC nunca foram minha preferência, embora na infância sempre assisti os icônicos Superamigos e gostava muito. Depois de um tempo, chegou a dupla Paul Dini & Bruce Timm e surgiram desenhos espetaculares como os do Batman, Superman e Liga da Justiça. Mas esses nunca me empolgaram, em especial pelo traço, mas eventualmente fui acompanhando todos.
Mas se tem um desenho animado da DC que conquistou um espaço no meu coração marvete, esse foi Justiça Jovem, um desenho animado inteligente, provocador, divertido, e porque não, até romântico? Afinal, é uma série sobre jovens, então esses e outros adjetivos se encaixam bem em Justiça Jovem, que nasceu com a missão de superar o desenho dos Novos Titãs que não rendeu o esperado. Será que conseguiu?
O desenho começou a ser exibido meio que na surdina, sem muita divulgação, e após o 9º episódio, sumiu devido a um hiato. Deixando de lado o que causou essa interrupção de seis meses, foi uma tremenda burrada da Warner, e isso se repetiu depois do 18º episódio. Voltou dessa segunda pausa agora em março, dessa vez dentro do bloco DC Nation, fazendo duplinha com o péssimo desenho do Lanterna Verde. Já desisti de acompanhar Hal Jordan e seus amigos.
Em Justiça Jovem nós acompanhamos as aventuras e desventuras de um grupo de super-heróis formados por sidekicks dos grandes heróis, além de outros personagens de características similares. É uma realidade alternativa do Universo DC, mas que presta inúmeras homenagens ao conceito original conforme a primeira temporada prossegue em seus 26 episódios.
É uma espécie de Liga da Justiça Júnior, e a grande sacada é podermos acompanhar a evolução não só do grupo em si, mas dos próprios integrantes e da maneira como eles se relacionam. As inquietudes da adolescência, as necessidades, medos e desejos, tudo está devidamente representado em nossos jovens heróis, tornando-os muito mais próximos do público. É até engraçado como pra mim a Liga da Justiça ficou chatíssima frente a recém-formada equipe. Aparece o Batman e vem aquele pensamento “saí daí morcego velho, quero ver o que o Robin vai fazer”.
Cada episódio meio que é fechado em si mesmo, mas tudo que acontece faz parte de um trama principal. É quase como Fringe, onde aquele detalhe do primeiro episódio repercute só bem pra frente. É um modelo que eu aprecio muito, e me instiga a acompanhar a produção. O sentido de progressão é notável e faz valer cada minuto que eu fico prestando atenção aos diálogos e sub-tramas. E só tem um episódio que considero um filler, o que é algo raro hoje em dia.
Outro aspecto bastante positivo é o design dos personagens, que nos brinda com um traço simples porém elegante, e graças a animação dinâmica e caprichada, faz Justiça Jovem ser um deleite visual. A coreografia das lutas sem dúvidas empolga, sem cair naquele esquema exagerado de anime que alguns desenhos americanos tentam imitar. Você sempre sabe quem está lutando e como está lutando, sem recursos visuais hiperbólicos.
Se você não conhece muito o universo da DC, aproveite que em Justiça Jovem diversos heróis e vilões aparecem. Para os veteranos, essas participações são a cereja do bolo. O especial de Halloween foi campeão em momentos de “olha lá o [insira aqui o nome do personagem]!!!”, e no final da temporada então… você vê tudo aquilo que foi construído em toda a temporada se justificar e se transformar em um plot twist sensacional, e com um gancho para a segunda temporada que faz até um peixe (!) roer as unhas de expectativa.
Fica aí a minha dica para os leitores, dêem uma chance para Justiça Jovem!