E uma polêmica: até onde a origem dele pode ser alterada?
Caramba, eu sabia que essa semana ia rolar um novo vídeo do Aranha, mas um epic preview de 4 minutos passou longe da minha cachola, e olha que ela é beeem criativa. Mas ainda sinto muito inveja de quem foi no evento que ocorreu em várias partes do mundo onde foram exibidos 8 minutos. Tudo bem, mesmo esses minutinhos já servem como atestado para comprovar que esse é o verdadeiro filme do verdadeiro Homem-Aranha, e não aquele ensaio do Sam Raimi.
O destaque desse trailer épico é a um pedacinho daquilo que deve ser o ato final do filme, com o Aranha e o Lagarto se enfrentando em uma ponte e com isso várias pessoas ficam em perigo. Foi emocionante o jeito que que Peter salva o garotinho. Pra mim no entanto, fiquei mais atento as cenas do Aranha se balançando por aí, realmente os movimentos estão espetaculares, e deve fazer valer o ingresso 3D.
Então, se você é um daqueles que tem aversão a spoilers e comentários sobre filmes antes de vê-los, nem assista esse vídeo, e nem continue a ler o post, vou vou agora falar sobre uma coisa que está sendo bastante debatida entre os fãs do herói, e essa discussão na minha opinião nem é muito válida.
Basicamente, a polêmica é sobre a possibilidade de nesse filme a origem do Aranha ser mostrada de uma maneira diferente da tradicional. Peter não é mordido pela aranha radioativa por acaso e ganha seus poderes. No filme, parece que Richard (o pai de Peter) de alguma forma modificou seu DNA, e a picada da aranha apenas ativou o processo no corpo de Peter para que ele pudesse então desenvolver suas habilidades especiais.
Já tenho visto muitas pessoas por aí falando mal do filme e só por causa disso,já ficam bradando a plenos pulmões que essa é uma idéia muito, muito errada. Teve gente que desceu o nível de uma maneira absurda e chamou esse filme de “o Lanterna Verde de 2012”. Tudo bem ficar bravo com a mudança, mas também não precisa ofender né?
Na real, a minha visão sobre esse assunto é a favor do filme e essa mudança (supondo que ela seja real, claro). O público de quadrinhos, junto com o de games, é um público às vezes meio xarope, que não costuma dar o braço a torcer e passa 70% do tempo reclamando de algo. No mínimo. É também um público estranho, quer inovação mas recusa abraçar as novidades de bom grado. É no mínimo, complicado.
Sabem, o Aranha foi criado 50 anos atrás, e na quele tempo, o mundo era um tanto diferente do atual. O herói foi criado dentro de um contexto que fazia bastante sentido naquela época, mas que hoje soa… antiquado. Radiação já não é algo que assombra o mundo, e sabemos bem os efeitos dela nas mais diversas situações. Um cara ganhar poderes aracnídeos ao receber uma picada de uma aranha banhada em radiação já não faz muito sentido aos olhos do mundo atual.
As versões Ultimate do Homem-Aranha já se distanciam um pouco desse conceito, apostando em algo com mais “base científica” (as aspas aqui são importantes) do que aquele velho medo de que radiação pode causar mutações inimagináveis. No mundo contemporâneo, sai de cena a radioativade para dar lugar a engenharia genética e similares.
Até mesmo o tradicional Homem-Aranha já sofreu uma intervenção do escritor J. Michael Strakzinski, sugerindo que na verdade os poderes do Aranha são totêmicos, algo mais místico e que faz parte de um legado. Os Aranhas Ultimate surgiram devido a engenharia genética, e novo conceito em suas origens não atrapalhou seu sucesso entre os leitores.
Já no filme, muitos se dizem desconfiados com a proposta, mas eu acho interessante que Peter já fosse previamente preparado para obter habilidades especias. Isso faz muito mais sentido do que na origem tradicional. O Aranha seguir um legado confiado pelo seus pais pode fazer valer a eterna lição do tio Ben: “Com grandes poderes…”