Bleach Soul Ignition | O que uma comemoração de 10 anos merece?

Para Bleach, a resposta é um game incompleto!

Pra quem não se lembra esse aqui é mais um dos textos que eu andei escrevendo para o antigo blog e que há muito gostaria de repostar aqui, agora reformulado para o EXP. E bem, ultimamente eu ando fazendo o possível e o impossível porque eu realmente não quero pensar negativo, mas infelizmente eu já faço uma idéia dos pontos nos quais Saint Seiya Senki e também o vindouro One Piece Kaizoku Musou vão me decepcionar amargamente.

Como o jogo dos cavaleiros de Athena chega já no mês que vem (cofrado ontem) eu estou em ritmo de preparação do espírito para o que vem por aí relembrando porque Bleach Soul Ignition foi tão ruim na minha sempre humilde opinião. Então se alguém mais se interessar em ler ou reler essa pérola, as portas estão sempre abertas.

Ah… e pra quem leu na época e por algum acaso totalmente fora da minha compreensão se inflamou demais nos comentários porque curtiu o jogo. Relax guys, vejam pelo lado bom, esse game meia sola do Bleach vai continuar melhor que aquele Dragon Ball Z piegas do ano passado e ainda vai ser melhor que a recauchutagem safada do mesmo que a Namco Bandai vai tentar empurrar para os donos de Kinect esse ano.

Mais tranquilos agora?

Só deixando claro aos possíveis extra terrestres de plantão que este post pode conter spoilers sobre a penúltima saga do anime/mangá. Ou seja, se você ainda não sabe quantas transformações o Kubo Tite criou de última hora pro Ichigo, que tipo de animal voador e muito gracioso o Aizen se tornou ou mesmo quantos coadjuvantes foram esquecidos depois da guerra de inverno em Karakura, o jeito é você deixar Vênus e voltar correndo pra Terra para se atualizar um pouquinho antes de ler ou ver o que vem a seguir.

Bleach Soul Ignition (ou Soul Resurreccion deste lado do globo) não começa pela saga da Sociedade Espiritual, tampouco mostra como toda aquela guerra arrastada contra os arrancars começou. O jogo é direto e reto e infelizmente ele faz isso pegando o bonde andando, exatamente do jeitinho que eu não queria ver. Soul Ignition não é aquele game cheio de cutcenes lindamente detalhadas como foi Naruto Ultimate Ninja Storm 2 ou os antigos DBZ Budokai Tenkaichi, o que é um tremendo pecado quando você pensa na qualidade bacana que ficou o resultado desse cell shading.

Para a minha mais profunda infelicidade tudo nesse jogo foi muito corrido e as poucas cenas legais produzidas são igualmente pequenas e nem tão emblemáticas assim. Cenas memoráveis mesmo, que pra mim foram um marco no anime nem sequer foram lembradas, como por exemplo o primeiro Getsuga Tenshou que o Ichigo desferiu para cima do Ulquiorra no seu primeiro encontro no Las Noches. Pô, fala sério, eu perderia horas e horas fácil fácil na frente da TV só pra ver essa cena todinha de novo naquele cell shading de primeira. Mas nem isso.

E vocês podem ficar à vontade pra dizer que isso é exagero de fã chorão (e sou mesmo), mas se tem uma coisa que poderia facilmente maquiar o lado cansativo e extremamente repetitivo desse jogo seria uma produção mais incrementada nas animações. Não precisava nem colocar quick time no meio da história, bastava destacar os momentos realmente tesudos do anime e pronto. Pelo menos eu teria um bom motivo pra jogar isso de novo um dia, mas Soul Ignition é massante demais pra justificar um replay.

Aliás assim segue o ciclo, quando o assunto é jogo derivado de anime e filme não tem jeito. Fica sempre aquela sensação de que se o negócio tivesse sido feito com mais calma e com um tempo de produção menos sufocante sairia coisa melhor. Só isso explica por exemplo porque os japoneses preferem lançar mais jogos de Gundam, HunterxHunter e Fairy Tail em portáteis do que nos consoles de mesa, que é a audiência que realmente está bombando.

Fora isso, o jogo parece ter sido feito para todo mundo que um dia já jogou a série Heat The Soul do PSP, porque além de pular os momentos iniciais da guerra de inverno, que por coincidência já foram vistos em melhores detalhes na telinha do portátil da Sony, o jogo também não disponibiliza por exemplo a forma Shikai do Ichigo ou mesmo as formas normais dos Arrancars. Isso sem falar na lista de personagens meio capada.

Dos vetados que eu lembro, além dos Vaizards, todos os Shinigamis secundários que participaram ativamente da guerra em Karakura ficaram de fora. Até mesmo alguns capitães como Mayuri e Arrancars como Zael Aporro e Aaroniero por algum motivo totalmente inexplicável nem sequer dão as caras. Se bem que quando eu começo a me lembrar do sistema alá Dinasty Warriors, fico até mais conformado com a ausência deles.

Não valeria o esforço inflar o elenco, não num jogo de luta em que os produtores nem se deram o trabalho de adicionar um modo multiplayer. Mas disso eu falo daqui a pouco.

Dos personagens transformados, todos já vem em suas respectivas formas finais, até mesmo a Yoruichi já chega com aquela armadura usada contra a transformação do Aizen ainda em seu casulo de borboletinha momentos antes dele entrar em Karakura. Depois que eu vi isso, minhas esperanças com algum extra escondido ou mesmo via DLC futuramente foram pro ralo. Ao contrário do que eu pensava, o game só dá foco aos momentos finais da saga contra o Aizen e ainda assim de forma bem porca por conta das já mencionadas cutcenes que são bem pobres.

A jogabilidade é aquele loopin maravilhoso que todo mundo já viu em vídeos divulgados anteriormente, mas nesse ponto eu devo dizer que com o joystick em mãos a coisa realmente fica mais divertida. Esquecendo um pouco a pobreza que é o elenco do jogo, usar o dash, mirar um Menos Grande para atingi-lo com um especial ou encaixar aquele combo numa horda de Hollows entretém bastante e a jogatina acaba sendo salva pelo fato do modo história forçar você a jogar com quase todos os personagens.

Mesmo que o esquema de ”ande e bata” até chegar ao verdadeiro chefe seja um saco, a movimentação nunca cai na mesmice já que você está sempre usando golpes de um Shinigami diferente. Só é uma pena eu não poder dizer o mesmo da longevidade desse título. Mas nós já vamos chegar lá, deixa eu terminar de elogiar pra depois fechar metendo pau no que há de mais falho nesse jogo.

Antes eu queria destacar alguns personagens, o gameplay com a Rukia por exemplo eu achei massa. Não tenho apreço algum pela personagem (e acho que o Ichigo merece mesmo é um bom par de peitos no fim dessa desgraça toda que é a vida dele, isso se é que vocês me entendem), mas a movimentação dela ficou dinâmica e sem complicações para fazer os combos, sem falar que a Sode No Shirayuki é excelente para alastrar quarteirões.

O Ishida é outro que ficou muito legal, no viciante Bleach: Blade Battlers do PlayStation 2 eu já era fãnzaço do que fizeram com ele e aqui a coisa não foi diferente, chega a ser prazeroso ownar as hordas quase sem cérebro de NPC’s à distância. O Kenpachi foi outro que foi bem representado aqui, aquele estilão overpower dele, coisa bem non-sense mesmo, nem deu chance para o pobre Noitora. Já outros personagens como o Byakuya e o Hitsugaya por exemplo eu achei que não ficaram tão bons assim, eles só me valeram mesmo a curiosidade de ver as animações da Bankai de cada um.

O Ichigo em versão Bankai ficou foda, mas a versão pré Mugetsu com cabelo cumprido, braço acorrentado e olhar sem medo é bem mais interessante. Também dá pra ver a mutação de cabelos escuros altamente chupinhada de YuYu Hakusho lá pro final do modo história, mas pelo que eu ouvi falar ela só é liberada como ataque especial e se você concluir tudo o que o jogo oferece. O que não chega a ser muita coisa, diga-se de passagem. Mas o ânimo, ó…

Das batalhas que compõem o modo história eu destaco as lutas do Ichigo e algumas com a Rukia e o Ishida, o resto é resto pra mim. Adorei lutar contra o Grimmjow, ele é rápido demais e ao mesmo tempo apela para ataques à longa distância e se você não tomar cuidado ele não só te mata nos momentos finais como também arrasta quarteirões com aquele maldito Desgarròn. Já a luta contra o Ulquiorra em sua forma final foi uma das mais broxantes pra mim, eu não curti muito a jogabilidade com o Ichigo em sua forma Lust. Os ataques corpo a corpo praticamente não existem, tentar aproveitar o momento foi algo inútil e no fim tudo o que me restou foi só lançar um Cero atrás do outro pra terminar logo com aquele marasmo dos infernos.

E quanto a melhor luta de todas, esta sem dúvida é a última contra o Aizen borboleta tomada no Jiraya. Além do visual mais legal do Ichigo, o combate é de longe o mais desafiante com o maldito desviando de quase todos os especiais que você lança nele. Aliás ele ainda sai trollando geral com o Kurohitsugi, entre outros golpes.

E é isso o que realmente importa ou simplesmente salva Bleach Soul Ignition de ser um completo *@#$%. O modo história acaba depois de uns 13 atos e fora os cenários que se alternam entre a cidade de Karakura, Las Noches, Hueco Mundo e o Inferno, nada de surpreendente acontece. Você não ganha nada de especial quando termina a campanha principal e tampouco tem um final bonito pra ver ao término do jogo. Mas nem por isso as surpresas ou a falta delas termina aqui.

Assim que eu terminei o modo principal, minha primeira reação foi a de procurar o modo multiplayer na esperança de fazer valer os meus 160,00 R$ gastos num jogo que me tomou apenas 1 dia e meio pra ser fechado. MAAAASSSSS… a grande surpresa nada agradável é exatamente a de que o jogo simplesmente não tem tal opção.

Sim caro leitor, você não leu errado, Soul Ignition se limita apenas a um modo extra chamado Mission (oh really?) que nada mais é do que a mesma jogabilidade cansativa do modo história só que… sem a história e as escassas cutcenes pra encher linguíça.

É realmente broxante saber que na geração da jogatina online nem mesmo um multiplayer local e tosco feito em split screen foi cogitado para o título. Resultado? Eu terminei o raso modo história e não tive mais razão para tocar no jogo. Aliás minto, eu ainda toco nele semanalmente pra tirar o pó das minhas coisas e até estou pensando seriamente em usá-lo como peso de porta do meu quarto.

E só pra não dizer que eu esqueci alguma coisa, ainda temos os extras-enche linguíça totalmente dispensáveis, como o modo Soul Attack, que nada mais é do que um uma lista de rankings para você colocar a sua pontuação na PSN a cada missão concluída e comparar com quem mais tiver sido macho o bastante para comprar essa pérola no lançamento.

Logo atrás disso aí vem o sistema de evolução de níveis dos personagens, outra coisa totalmente inútil que não me motivou nem a perder 5 minutos tentando entender o negócio, visto que nem modo online o game tem. E por último temos aquela famosa opção da galeria de action figures, onde podemos executar as falas mais lembradas de cada personagem, ver os bonecos virtuais de vários ângulos e por aí vai. Só que para isso você deve ir completando todas as missões para desbloquear esses extras, um esforço irritante que não chega a valer muito a pena.

E quanto a trilha sonora? Nada de dramatismo, muito menos aquele despretensioso violão mexicano que tanto marcou os comandados do Aizen. O segundo detalhe que poderia levantar a moral desse game se limita a repetidos solos de guitarra e passa longe de proporcionar aquela empolgação com qualquer que seja o momento. E nisso fica a pergunta: se eles tem o trabalho de trazer os mesmos dubladores, de que tamanho é o sacrifício de trazer também a mesma sonoridade que embala o anime?

Que o game não seria a glória de Bleach (quando ainda podiamos colocar ”tempos de glória” e Bleach na mesma frase) em todo o seu esplendor eu já sabia, mas o vasto elenco disponível (sarcasmo, tá gente) e a falta de um modo multiplayer online ou qualquer coisa meia boca local mesmo só deixam claro que esse jogo passou por uma daquelas produções relâmpago digna de game meia boca baseado em algum filme da Marvel.

O triste fato é que após um dia ou dois de jogatina, Bleach Soul Ignition simplesmente morre e não serve para mais nada no seu repertório de jogos. Parece até um jogo incompleto depois que você enumera tudo o que ficou faltando nele, chegando a ser quase que dispensável como um exclusivo do PlayStation 3. Se não me engano o jogo foi parte das comemorações pelos 10 anos de sucesso da obra ainda no ano passado, mas se a idéia era agregar mais valor a essa data comemorativa, o tiro saiu pela culatra. Assim como o presente momento do mangá e anime, o jogo deixa muito a desejar, causando o velho sentimento de descontentamento, de algo que poderia ter sido melhor.

Enfim… mais uma vez os fãs mereciam bem mais do que aquilo que foi entregue. E o pior não é nada, o pior é que meses depois vem mais dois jogos, cujos os produtores já mostram não ter aprendido nada, deixando bem claro o comodismo que é xerocar a mesma fórmula tosca de jogabilidade repetitiva com guitarras genericamente enlouquecidas ao fundo. Não fosse o coração de fã falar mais alto, talvez isso forçasse esse pessoal a fazer algo realmente diferente.

Mas acho que não há como fugir muito disso. Enquanto estivermos sedentos por Bankai, Gear Second e Rasengans sob o comando dos nossos joysticks, o comodismo dessas produtoras trará mais e mais jogos meia boca nesse mesmo estilo. Mas eu espero de verdade poder queimar a minha língua, pelo menos com o jogo de One Piece, que dentre os 3 da trindade realmente merecia um trabalho à altura.

Só pra terminar, fica logo abaixo o grande show de interpretação que é a versão em inglês dessa pérola. E é isso, agora vou ali jogar Cavaleiros do Zodíaco e quando puder volto aqui pra criticar mais um jogo porco baseado em outro anime. Ou não, nunca se sabe.

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2 Comments

  1. Combina, um game incompleto com fundos do mangá incompletos, como eu andei vendo o sr kubotroll fica mais no twitter do que trabalhando xD é um mangá soh de assistentes? eles não sabem desenhar os fundos e o editor deve ser um irresponsável tb. o game está no nível do mangá.

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