É assim que eu continuo vendo o PlayStation Vita!
Ontem à tarde a Sony apresentou as boas novas pra quem já cofrou seu portátil Sony com vocação para controle tablet do Playstation 3. Eu não pude ver ao vivo, mas conferindo os highlights horas depois só posso dizer que não há nada, absolutamente nada ali que me faça comprar esse portátil agora. Nem pelo preçinho camarada no mercado cinza e menos ainda pelo preço abusivo praticado pela empresa no mercado oficial. Eu vou sofrer mais um tempo sem saber o que é Uncharted Golden Abyss, Gravity Rush, Sumioni e Escape Plan, mas vai ser por uma boa causa.
A primeira das novidades foi anunciar que nesse mês de agosto enfim os jogos de PSOne vão estar disponíveis no portátil, nada que me impressione muito quando eu tenho tudo isso ao meu dispor há muito tempo no Playstation 3. O sentimento é o mesmo para o tal do Cross Buy que vai permitir que conteúdo baixado na PSN possa ser utilizado tanto no console de mesa quanto no portátil. Aliás a menos que seja possível levar o portátil a qualquer lugar e jogando os mesmos conteúdos sem limitação eu não verei muita vantagem nesse serviço.
Depois vieram os vindouros jogos para a plataforma e é aqui que fica claro pra mim o real motivo da Sony não estar vendendo tão bem, principalmente no Japão. A velha fórmula de insistir em vender as mesmas experiências já vividas nos consoles de mesa no portátil continua e eu pergunto para quê diabos eu vou querer um PS Vita se Call Of Duty, Killzone e Assassin’s Creed podem ser jogados na minha tela de 32 polegadas com gráficos mais bem trabalhados?
Você pode alegar que esses anúncios são completamente diferentes dos ports anunciados logo no início de vida do aparelho, acho justo, mas isso não muda a minha opinião. Pra mim, só mudaram o nome e capricharam no downgrade. O mesmo inclusive vale para o meu querido Uncharted, onde a Sony além de apostar no “mais do mesmo” que todo mundo já está cansado de ver, ainda tentou introduzir as firulas do Vita de forma tosca num jogo que não precisava de nada disso.
Talvez a única coisa a chamar mesmo a atenção aqui seja o tal Assassin’s Creed Liberation, o único problema é que nem a Sony e nem a Ubisoft parecem se esforçar muito quando o assunto é o marketing que envolve a produção.
O jogo foi anunciado na E3 desse ano e mesmo com um considerável tempo já passado somente agora é que vimos o segundo trailer do mesmo. E nem assim ele serve pra muita coisa, mostra que o jogo já esta bem desenvolvido, inclusive gostei de ver a personagem nadando e tal. Mas cadê o enredo? Alguém viu alguma revista detalhando os personagens secundários e a sua importância do mesmo modo como foi feito com Assassin’s Creed III? E alguém aí realmente vê graça em tocar a tela pra matar os inimigos automaticamente?
Sinceramente acho que esse trailer foi só um “Olhem, lembram daquele jogo que prometemos as pressas na E3? Pois bem, aqui está ele, viu? Ele não morreu não, podem ficar tranquilos.” Mas se a Sony fizesse isso com The Last Guardian eu com certeza ficaria muito mais tranquilo.
Acho que se houve algo com o que se animar nessa conferência foi com os exclusivos da PSN prometidos para o PlayStation 3. Untill Dawn vai usar o PS Move e por algum motivo estranho eu não achei isso ruim, esse negócio de jogo de suspense colocando você em ambientes escuros demais inevitavelmente me lembra sempre de Ju-On The Grudge do Nintendo Wii. O jogo é bem nesse estilo e consegue ser tanto divertido quanto dramático. Acho que Untill Dawn segue uma premissa parecida, o que o torna interessante, talvez o primeiro jogo que me faria comprar um Move.
Na sequência apresentaram Rain e devo dizer que esse me pegou de jeito logo de cara. Eu adoro quando pinta desses joguinhos extremamente fora do mainstream com essa veia artística saltando aos olhos. Também gostei muito dessa que deve ser uma prévia da trilha sonora. Não faço idéia do porque controlaremos um garoto invisível que só consegue ser visto na chuva, mas pouco importa.
Unfinished Swan tem um garoto correndo atrás de um pato que fugiu de uma pintura, uma história no mínimo estranha que nem por isso deixa o jogo menos interessante. Aliás gosto de acreditar que assim como Journey, esses outros 2 jogos escondem uma mensagem bacana por trás desses enredos sem pé nem cabeça.
E por último apresentaram Puppeteer, um game que já vai merecer a minha atenção só por ser do gênero plataforma, fora o visual que é de uma arte bem vibrante. E é isso, se pesquisei bem também rolou um trailer de The Last Of Us, mas não teve nada de muito novo acontecendo nele. Apenas cenas relâmpago que todo mundo já viu no meio de uma compilação de tantas outras já mostradas na E3.
Depois de mais essa conferência (no que diz respeito ao portátil, a da E3 tinha sido muito pior) pra mim o Vita continua sendo uma máquina poderosa que não faz muito sentido nas mãos da Sony. Afinal de que adianta vender as mesmas experiências que os seus jogadores já podem viver no console de mesa da empresa? O único motivo seria o poder gráfico que a plataforma proporciona na palma das suas mãos? Putz… talvez para o dono de um Xbox 360 de olho num exclusivo ou outro da Sony essa desculpa cole, mas pra quem está inserido no lado negro da força, hum… acho que não, pelo menos não em sua grande maioria (não posso falar por todos).
Pra mim, tudo isso cheira a coisa requentada, assim como mais da metade do resto da lineup.
Fora o preço ridículo que está sendo cobrado, chegando ao cúmulo de no Brasil o portátil sair mais caro que o PlayStation 3. Na minha opinião o Vita ainda não passa do tiro que a Sony resolveu dar no próprio pé. Tem horas que eu vejo esses jogos mais undergrond surgindo na PSN e me pergunto se o Vita não seria mais interessante se apostasse um pouco mais nesse lado criativo das produtoras a serviço da Sony. Mas isso em forma de exclusivos e não dividindo tudo o que tem com o Playstation 3. Porque se for pra ser sempre assim, é melhor assumir logo que o Vita nao é um portátil e sim um controle tablet para o irmão mais velho da familia PlayStation.