Reflexão | Segregações por excesso de opções…
Cada um ali curte uma coisa diferente…
Está cada vez mais raro ter programas e hobbies em comum com outras pessoas?
A idéia desse texto surgiu em virtude de uma conversa que estava rolando ontem no fórum da equipe do blog. Estava meio que de bicão vendo o Rackor, Konsama e o Meltoh debaterem quais poderiam ser as próximas pautas do PortallosOn e na dificuldade que estavam tendo para chegar num consenso de algum tema que fosse confortável a todos ali. Afinal não tem coisa pior do que gravar um podcast onde apenas um entende o tema e os demais ficam viajando na maionese, e olha que tem muito podcast onde isso acontece às vezes. O caso é que temas e sugestões existem aos montes, seja de quadrinhos, games, cinema, animês, seriados etc. Mas e pra chegar a algo em que todos ali presentes acompanhem ou conheçam ao menos o básico? Pode parecer mentira, mas estava difícil achar alguma coisa em comum.
Isso acontece porque há opções demais no mundo moderno. Lembro de como eram as coisas pré-internet. Era muito mais simples ter gostos similares entre os conhecidos e amigos. Galera que se reunia para jogar Mortal Kombat no vizinho, fora a popularidade em comum e massiva de games como Sonic e Mario. Você conversava sobre os programas que existiam apenas na TV, nos poucos canais que exibiam algo de interessante a se comentar. Gibis? Somente os que eram publicados por aqui e se achava nas bancas. Música só o que as rádios tocavam sempre de hora em hora. Animês eram aqueles exibidos na Manchete durante a semana e no SBT nas manhãs de sábado e olhe lá.
Se no passado existiam poucas opções de entretenimento em algumas áreas, hoje em dia essas opções se expandiram quase que ao infinito e além. Hoje você tem novíssimos games sendo lançados toda semana, para diversas plataformas, indo de consoles, portáteis, celulares e até mesmo o formato digital e universo indie. Música, televisão, quadrinhos também tomaram proporções além das fronteiras regionais. Hoje em dia se assiste qualquer programa, escuta qualquer música e lê quadrinhos produzidos em qualquer lugar do planeta. As proporções de opções de entretenimento cresceram a níveis absurdos e acompanhar de tudo um pouco passou a ser algo impossível.
Aí é comum você ter amigos e conhecidos que não assistem as mesmas coisas que você, que não joguem as mesmas plataformas e franquias, que não lêem as mesmas coisas que você lê. É mais fácil vocês citarem coisas que sejam desconhecidos um do outro do que coisas em comum. Faça esse teste.
É claro que aí cabem certas exceções. Mesmo no ramo do entretenimento existem as opções mainstream, ou seja, títulos e produções que quase todo mundo conhece ou acompanha. Mas mesmo estas estão se tornando cada vez mais difíceis de surgirem num mundo onde as opções aumentam a cada dia. Lost foi um desses eventos mainstrem, que o mundo parou pra assistir, que pipocavam discussões massivas ao redor do globo (e da web). Mas depois que acabou se percebe que até hoje tentam emplacar algo com a magnitude que Lost conseguiu. Pode-se dizer que The Walking Dead e Game of Thrones quase conseguiu esse feito, mas em minha opinião eles não chegam perto da febre que Lost em seus primeiros anos.
Outro exemplo dentro do conceito de mainstream são os games da série Call of Duty. Quase todo mundo, ao menos uma vez na vida, já jogou CoD ou pelo menos um jogo dentro do gênero do mesmo nestes últimos anos. Se não jogou, ao menos conhece. Sabe do que se trata, sabe da fama que a franquia possui. Não é uma propriedade desconhecida. Nos cinemas a gente pode citar o sucesso do filme Os Vingadores esse ano. Todo mundo assistiu. E quem não assistiu sabe do sucesso estrondoso que foi.
E não que a qualidade tenha caído. Ainda se produz muita coisa de qualidade, o problema é que a quantidade de opções cresceu tanto que fica mais difícil ver de tudo um pouco. Ficou difícil criar um foco. Emplacar um mega sucesso hoje em dia é muito mais difícil e complicado do que no passado, quando nossa cartilha de opções era muito mais limitada. Por exemplo, na esfera das séries de TV levante a mão quem não assistiu Homeland, série americana do ano passado que arrancou elogios da critica especializada. Eu assisti e achei fenomenal, me deixou muito mais impressionado do que esse segundo ano de Games of Thrones. Você assistiu? Outro exemplo é Breakind Bad que passou seus primeiros anos totalmente no escuro por muitos até explodir recentemente e virar mega hit dos fãs de seriados americanos.
E vale dizer que as opções não se resumem apenas ao que se produz hoje em dia, mas também a tudo que já foi feito. Isso é bem explícito no ramo dos quadrinhos, onde se encontra na internet anos e anos de cronologia de HQs de super-heróis. Tem muita gente que prefere ler arcos e sagas do passado desse universo do que ler o que está sendo produzido atualmente. Eu mesmo recentemente terminei de ler A Noite Mais Densa da DC Comics e estou chegando ao fim de O Dia Mais Claro, para logo em seguida ler o arco Flashpoint. Só depois disso é que vou pensar em olhar Os Novos 52, que são a proposta atual da DC. Então as opções não se resumem apenas ao agora, mas também ao que já se produziu no passado. Games, séries, mangás também possuem essas opções.
Outro fato comum nesse mundo de infinitas opções é que muitas vezes as pessoas encontram algo que curtem e ficam apenas ali, e não sentem vontade de explorar novas opções, novos meios de entretenimento. É porque dentro daquilo que elas curtem há tantas e tantas opções, que mesmo que elas quisessem explorar novas fronteiras não haveria tempo ou energia para tal. Esse fato é muito comum na comunidade que é fã de mangás e animês. Existem tantas opções, seja do passado ou do presente, que não é difícil ver por aí conhecidos que ficam sobrecarregados com esse universo. Assistem coisas demais, lêem demais e não possuem tempo para mais nada fora dessa esfera. A pessoa pode até dizer que não curte nada além dessa esfera, mas muitas vezes é porque ela não dá chance a mais nada, devido à quantidade de coisas que já acompanha.
É engraçado que mesmo com tantas opções, às vezes as pessoas não procuram à diversidade em relação aquilo na qual estão habituadas. Isso porque você simplesmente não vai conseguir viver no mundo real se realmente quiser ver o melhor de cada área. Não dá para ver os melhores animês, jogar os melhores games, assistir as melhores séries e ler os melhores gibis (ou livros). Não dá. Não há tempo no mundo que permita uma pessoa acompanhar o melhor de tudo.
Veja bem não estou aqui para julgar ninguém, muito menos para dar lição de moral. E nem para dizer que deveríamos ter menos opções. Não estou julgando ou dizendo que se você só curte determinada coisa está fazendo algo errado. É apenas um relato de como o mundo anda funcionando nessa era digital, onde tudo está a um clique de distância, onde não há mais barreiras regionais e tudo está disponível para quem tem internet e vontade de se entreter com algo. Onde você tem a liberdade total de fazer o que quiser no seu tempo livre. Lembra como comecei essa matéria? Estava falando sobre a forma como as pessoas estão ficando um pouco mais distantes entre si. Está difícil juntar alguns conhecidos para falar de uma série, sobre um game, sobre um mangá. Cada um anda gostando de uma coisa. Antigamente era mais fácil se reunir com os amigos para discutir algo em comum sobre o que anda lendo, jogando ou assistindo?
Obs: abri a matéria com uma tirinha que brinca com essa coisa do isolamento, e fecho com uma que brinca com o excesso. Ambas são do excelente Ryot IRAS.
É interessante como tudo esta ligado. A quantidade de conteúdo criado, quantidade de conteúdo consumido, índice de recusa, diferença entre gostos e por fim, separação dos consumidores.
Acredito, acompanhando o pensamento do Thiago, que a qualidade não diminuiu, porém temos muito pra acompanhar com pouco tempo.
Entretanto, falamos the nossa infância, quando dizemos que conseguíamos acompanhar.
E para as crianças de hoje, como é essa relação de tempo e coisas a ver?
Acho inegável que as crianças de hoje conseguem acompanhar muito mais do que os mais velhos. É coisa de ritmo e geração, mas também acho que esse isolamento exista até com os pequenos, não é a toa que se fala tanto em bullying nessa geração, pessoas que não se dão bem com outras exatamente por existirem em mundos diversos, com gostos e particularidades próprias. Ser diferente não é problema, mas tem toda uma outra questão e aí mais social que vivemos numa sociedade que não sabe respeitar opiniões e divergencias alheias, o que nos é estranho e desconhecido acabamos encarando como ameaça a quem nós realmente somos.
As crianças crescem num mundo muito diferente do que nós crescemos. Não que isso seja necessariamente ruim, mas certamente os efeitos nelas são diferentes do que foram com a gente. Se você realmente estiver interessado nesse assunto Thiago, recomendo que outra o Café Brasil dessa semana, podcast de 20 minutinhos que traz uma fodastica reflexão sobre rixa entre gerações. Estamos indo de mal a pior na forma como as crianças crescem? Ouça e faça a sua reflexão.
http://www.podcastcafebrasil.com.br/podcasts/311-maus-professores
Podcast com plot twist no final… hauhauhauha, Luciano Pires mandou bem demais essa semana. Eu, que estou pra ser pai em algumas semanas, fiquei arrepiado!
Estou com algumas coisas a fazer Thiago, por isso deixarei o podcast pra outro momento, mas obrigado.
Eu não acompanho as crianças, não tenho uma relação direta na verdade, mas o que vejo de fora é pouco conteúdo duradouro e muito conteúdo sem nada a agregar. É bem provável que isso nos leve a uma discussão do futuro das crianças, se serão como somos (ou melhor, ou pior).
Mas voltando a essa geração, sinto a mesma falta de bater um papo com pessoas que acompanham as mesmas coisas que eu. Exemplifico citando um amigo que compartilha das mesmas opiniões e gostos que eu. Em uma conversa recente comentamos sobre podermos montar grupos com pessoas conhecidas nossas, onde cada grupo se encaixa em um tipo de atividade, mas quando chegamos ao tema de entretenimento, não conseguimos achar ninguém.
Por isso, me parece bem real a ilustração de ilhas no topo do post.
Sem grilo, ouça o podcast se puder e quando puder, mas essa sua indagação sobre as crianças encaixam perfeitamente no que está nesse podcast em específico. Eu fiquei surpreso e impressionado no fim. 😛
Pois é, roda de amigos com gostos parecidos anda raro ultimamente. O ideal é fazer o que eu sugeri ao pessoal da equipe no começo da historinha que narrei na matéria. Combinar as vezes de um ver algo que o outro gosta, nem que apenas seja o começo. Você cede um pouco seu tempo pra ver algo que um amigo curte e o o seu amigo faz o mesmo por ti. Aí ambos vão ter o que conversar depois disso.
Hoje em dia a recomendação parece que se tornou inútil, leviana e até inapropriada as vezes. Já tentei dar dicas de games, filmes e séries pra alguns conhecidos e alguns fazem de conta que entrou por uma orelha e saiu por outra. Seja porque não tem tempos ou não querem saber de mais nada do que aquilo que está em suas próprias ilhas. Aí não adianta. Mas se você conseguir um amigo que tope compartilhar as coisas contigo e você faça o mesmo com ele, com certeza a coisa muda de perspectiva. Ambos os lados tem que ceder um pouco, senão acabamos ficando isolados mesmo nas ilhas…
Fiquei um pouco mais interessado no podcast, vou tentar ouvir enquanto estiver indo pra casa.
Acha que as discussões envolvendo a “diminuição” de animês no Portallos, se encaixam nessa ideia de ilhas?
Hum… depende do que você entende como motivo para diminuição eu diria que sim.
Tem um ponto que não refleti na matéira, que é sobre a supremacia do mainstream. O problema com o mainstream é que ele esconde qualquer coisa bacana ao seu redor. Pensando nessa analogia de ilhas, ele é como uma ilhota com várias pessoas, mas pessoas que não querem saber do que está ao seu redor, a não ser o conteúdo dessa ilhota. Elas ignoram tudo que estiver ao seu redor.
E esse efeito tem um ponto tão prejudicial quanto o isolamento de pequenas ilhas. Chega a ser chato ser igual a todo mundo, comentar as mesmas coisas. Olha a complexidade do assunto. Não dá pra se isolar demais, mas ser mainstream em excesso também não é o ideal.
A diminuição disso no Portallos, acredito em especial do Conversa de Mangá, se dá exatamente pelo excesso. Gente demais querendo falar só daquilo e nada mais. Sem se abrir para novas experiencias e recomendações, o que tornou a coisa tediosa e apática, ao menos pra mim. Eu sempre curti a flexibilidade de assuntos.
Eu fundei o Portallos exatamente com essa filosofia, ser eclético, poder falar de qualquer coisa, ainda que impopular. A partir do momento que algo mainstream começou a esconder todo o resto do que o Portallos poderia oferecer de bacana, prejudicando sua flexibilidade e fazendo pressão para ser apenas mainstream, eu perdi completamente o tesão pelo projeto e por mais que isso possa me fazer soar como um vilão, até mesmo a equipe do blog, que curte animês e mangás, como eu ainda curto (mas do meu jeito), também percebeu e perderam a vontade de incentivar.
É a falta de diversidade que se menciona na matéria. Ninguem quer ver ou falar sobre aquilo que não acompanha. Não querem recomendações, não querem saber de mais nada do que aquilo na qual já estão habituadas. E essa falta de dinamismo nos dias atuais é algo muito broxante a meu ver.
Mas tem tudo a ver com o assunto, o isolamento por culpa do excesso, e a falta de interesse em explorar outros mundos, outras ilhas.
Eu me considero bastante mainstream e até antiquado as vezes. Porém, dessa vez tentei me ver no grupo mainstream de ilhotas, mas parece impossível de imediato.
Entendo que o problema esta em mais de uma variável.
A discussão vai acabar voltando ao ponto inicial, pois concordo com a sua solução de consumir ao menos um pouco do que o outro consume e trocar informações.
Usando a metáfora das cartas em garrafas, só da pra todos ficarem informados do conteúdo se cada um ler uma quantidade x e repassar a informação, mas pra isso é necessário uma predisposição a ouvir.
No final é isso, precisamos da velha comunicação.
Eu vejo isso na minha filha e nos meus alunos, que eles tentam fazer várias coisas ao mesmo tempo. Isso tem um lado positivo e negativo ao mesmo tempo. O positivo é dinâmica do pensamento: eles tem muitas idéias e vivências diferentes e chegam a conclusões surpreendentes.
O lado negativo é esse excesso de informações e um défit de atenção. As crianças com excesso de informações acabam perdendo um pouco da infância, pois se tornam mini-adultos e ao tentar se se dedicar a ver várias coisas, acabam não se fixando em nada.
Por isso, os pais devem ficar atentos e interferir, quando necessário. Eu faço minha filha me contar sobre o que ela faz; assisto alguns programas com elas e faço ela brincar ou sair para brincar com os amigos.
Excelente comentário (e dica) Cristhal. Não tinha pensado nesse ponto de mini-adultos e problemas com atenção. O_o
Alias você que trabalha na área educacional, deve curtir a sugestão que dei mais acima para o @[100000735731804:2048:Thiago] em relação ao podcats do Café Brasil, isso se você já não escutar:
http://www.podcastcafebrasil.com.br/podcasts/311-maus-professores
Eu gostaria muito de ver a sua opinião em cima desse podcast do Luciano Pires. Isso é claro quando você tiver um tempinho pra escutar. Mas ele é curtinho, 20 minutinhos e se pular a leitura da única cartinha do episódio, menos ainda. 😉
@[100001420624913:2048:Thiago], consegui um tempo de madrugada pra ouvir o Podcast que indicou, ainda não terminei mas gostaria de registrar um treco bastante interessante que me fez ficar muito impressionado, apesar de ser uma citação bem comum.
~Frases descrevendo que a próxima geração será péssima (Não conseguirá sustentar nossa cultura – essa eu concordei plenamente), mas então ele diz de quem são as frases e a époc em que foram ditas.~
Cazuza disse uma outra coisa: Vejo um museu de grandes novidades.
eu te avisei que tinha plot twist XD
Café Brasil é FODA! 😉
Por essas e outras que acabao não dando tanto bola quando dissem que jogo ganmes extranhos e ruins no 360 e PS3, o que acontece é que poucos pensam como eu, não que eu esteja errado. Eu nao curto series, não curti Lost e qual o problema? acho que a diversidade acaba criando estes “mundos” distintos estre si.
Também não vejo problema em ter um gosto pessoal mais singular, mas é inegável que isso acaba criando as tais ilhas de isolamento que a tirinha que abre a postagem brinca. Pelo menos a mim, as vezes me incomoda não ter aquele momento onde numa roda de amigos e conhecidos, o gosto pessoal não bate em nada com outros semelhantes. O ideial seria ter um pouco dos dois mundos, aquele na qual você está na sua ilha e um outro em que você possa visitar outros mundos de amigos seus. Ser dinâmico talvez seja a chave central disso?
é bem por ai, muitas vezes acabamos sendo “diferentes” dos demais por não termos os mesmos gostos deles. No trabalho por exemplo, tudo mundo curte jogar futebol, e eu nem 30 pra isso, até acompanho um jogo ou outro pela tv as vezes, mas nada que me faça querer ser jogador de futebol como eles que jogam no minimo umas 3x por semana. O idela seria termos como chegar a esta outra ilha onde os outros estão, mas sem sermos descaracterizados ou perdernmos nossa identidade.
Nisso eu concordo @[100001031528062:2048:Paulo], dá para cedermos um pouco, mas sem perder a nossa identidade.
As vezes eu faço um comentário ou uma piada com muitas referencias e de vários lugares diferentes, aí cada amigo entende uma referência diferente (isso é, os que entendem), acho que é mais ou menos sobre isso que o texto fala, acesso a tanta “cultura” faz com que os gostos sejam muito variados.
e que isso as vezes acaba nos isolando em nossos proprios universos, ficando mais dificil compartilhar as coisas com pessoas próximas a nós. Você pescou a ideia do texto sim. 😉
Concordo com o texto, hoje é tanta coisa acontecendo e sendo produzida que não conseguimos mais dar conta. E então, selecionamos aquilo que mais nos agrada no momento. Pelo menos para mim é assim, de tempos em tempos eu dou atenção a alguma area: leitura, séries, jogos.
Eu meio que monitoro também nessa área, evito ficar bitolado demais numa unica coisa… e quando vejo que estou ficando, meio que pauso as coisas. Mas mesmo com um certo jogo de cintura, vendo várias coisas, você ainda se choca com pessoas que não batem em nada com seus gostos no que diz respeito a entretenimento.
Essa semana um colega de trabalho usando uma camisa do The Big bang Theory ficou perplexo ao ver outro colega de trabalho lhe perguntando qual era da camisa. O cara não sabia quem era Sheldon, qualé do bazzinga e pior, nunca tinha ouvido falar nessa série. E é uma pessoa que tem banda larga e tv a cabo na casa… me pergunto como pode isso? Não acompanhar tudo bem, mas nem mesmo saber que existe? Saber da fama?
Isso meio que mostra esse excesso no conteúdo… e que até mesmo passam despercebidos.
Eu meio que passei por isso recentemente quando descobri a série Leverage (que é ótima, ao menos o começo). Meio velha e nunca tinha sequer ouvido falarem. XD Claro que Leverage é em menor escala do que desconhecer The Big Bang Theory 😛
Concordo com o texto, hoje é tanta coisa acontecendo e sendo produzida que não conseguimos mais dar conta. E então, selecionamos aquilo que mais nos agrada no momento. Pelo menos para mim é assim, de tempos em tempos eu dou atenção a alguma area: leitura, séries, jogos.
Quanto a questão do otaku sobrecarregado, eu admito ser um exemplo disso.
Leio/vejo tanta coisa que não tenho tempo para experimentar outras áreas pois vc meio que acaba criando um vinculo de obrigatoriedade com aquilo que já tá acostumado a acompanhar. Só o simples pensamento de parar de ver animes ou ler mangás por algumas semanas pra ver uma série, por exemplo, acaba sendo desanimador por vc saber que terá que deixar de lado aquilo que já acompanha. Tendo a temeridade de “se perder”, de deixar de ficar em dia com o seu anime/mangá com o fansub/scan que lança e depois não saber como encaixar isso no seu tempo, antes que mais coisas novas que te interessem saiam na net pra vc acompanhar.
Pra se ter noção nesse último mês me interessei por uma série chamada NCIS(alguém aqui acompanha?) na qual fiz maratona de suas 9 temporadas por 3 ou 4 semanas, abdicando do meu hobby principal que é os animes/mangás. Hoje até me sinto um “peixe fora d’agua” no mundo otaku pois nesse tempo que me afastei desse meu hobby muitas coisas que acompanhava foram lançadas ou já até terminaram e eu nem sei mais como voltar a bota-las em dia. Isso pra alguém que já segue há muito tempo uma mesma rotina assusta.
PS: Provavelmente me perdi no que eu queria dizer(sou muito ruim fazendo comentários um pouco mais longos) mas espero que entendam de forma geral o que quis explicar. 😀
Eu não assisto NCIS, mas acompanho séries dentro desse gênero, como Castle e Bones (e que acho que possuem uma pegada mais interessante do que o NCIS). Por sinal, dentro desse gênero há um mainstream: CSI. Mas por ser mainstream demais, longa demais e com spin-offs demais nunca tive disposição de olhar…
Quanto a sobrecarga do mundo otaku, é foda mesmo. Eu passei por essa fase e vi que isso estava me enchendo o saco, a obrigatoriedade de seguir tudo, o tanto que eu perdia por conta disso. Pra mim foi quase como um vício. Mas com o tempo larguei mão, diminui e hoje em dia apesar de colecionar muitos mangás e ver muitos animês, não tenho mais esse compromisso de ver e deixar tudo em dia. Vejo e leio com atraso mesmo, e não me sobrecarrego com isso. O negócio é saber se administrar um pouco dentro do que você desejar curtir. Eu gosto de diversidade, de mesclar as coisas… não tinha como me manter apenas no universo do Otaku do jeito que era. Perco algumas coisas? Certamente, mas ganho outras até melhores em outras áreas. E pra mim isso valhe a pena. 🙂
Castle, eu tenho curiosidade de ver mais episódios pra saber se vale a pena(só assisti um até hoje), só que a grade de horários do canal Sony é bastante confusa e nunca sei qndo passa.
Bones, eu vi bastante episódio qndo reprisava direto na Fox, achava legal só que nunca me prendeu.
Quanto a NCIS, ele é o “patinho feio” da turma dos procedurais mesmo sendo a série de maior audiência dos EUA(é tão patinho feio que até seu spin-off consegue ter mais destaque por aqui). XD É a série mais esnobada do mundo se der mole(parece exagerado, eu sei, mas se vc quer alguma informação sobre a série na maioria das vezes só encontra em site americano) mesmo sendo muito boa. Um dia tenta parar pra ver, pois tu pode gostar…Já que tem casos bacanas, uma grupo de trabalho que já está junto há muito tempo e por isso tem uma química muito boa tanto para as partes mais dramáticas quanto para as cômicas(vc não entendeu errado, NCIS tbém é comédia XD). E quem fala isso é uma pessoa que detestava a maioria dos procedurais e que quase sempre enjoou das séries que via(House, Dexter, Smallville e Supernatural estou falando de vcs mesmo)coisa que em nenhum momento ocorreu com NCIS.
Deixo até um texto publicado essa semana em um blog especializado em séries sobre NCIS(isso é raridade pura!!!) pra ajudar a “vender o peixe da série”.Quero que ela obtenha mais fãs pra ver se um dia a empresa que lança os DVDs lança um box da série para eu poder comprar(é praticamente impossível achar algumas temporadas antigas pra vende em original T_T).XD
esqueci de colar o link:http://www.seriemaniacos.com.br/qual-o-segredo-do-sucesso-de-ncis/
Que texto legal! Thiago, você escreve demais!
Que texto legal! Thiago, você escreve demais!
O mundo tá criando muito conteúdo, e não dá pra tratar tudo como se fosse achievement. Imagina daqui 10, 20 e mais anos, as pessoas vão correr atrás de tudo de bom que existe ou existiu? Acho que é preciso uma filosofia pra se orientar.
Depois de lê isso eu comecei a me sentir o Superman, pois eu realmente consigo me interessar, acompanhar e gostar de vários tipos de coisas, inclusive foi por isso que comecei a acompanhar o Portallos. Acompanho HQ tanto the Marvel quanto DC, leio mangá, leio uns livros esporadicamente, vejo animes, vejo séries, vejo filmes, jogo bastante games no PS3 e PC, e ainda encontro tem para sair com os amigos num final de semana. Sempre acabo tendo assunto para conversar, pois além dos meu hobbys nerds tenho interesses em bastante assuntos, só não venha falar de esporte em geral (Principalmente futebol) comigo que vou virar as costas e ir embora…hahahaha.
Texto sensacional!! As vezes comento com minha esposa que é tremendamente difícil focar em apenas uma atividade quando se está na internet, pois somos bombardeado por milhares de coisas ao mesmo tempo. Essa última tira reflete bem isso, hahaha!
Eu gosto muito de conversar com pessoas com gostos diferentes dos meus, mas infelizmente a medida que as coisas avançam, pessoa se tornam menos suscetíveis a opiniões e gostos diferentes. Uma pena.
Pow, eu já disse que seu texto tá foda!