Brasil dos Games ataca (o bolso – e ideais – do pobre gamer brasileiro) de novo…
Começou dias atrás as pré-vendas de dois títulos blockbusters do mundo dos games aqui no Brasil. Mas não vieram no preço esperado por alguns Gamers. Halo 4 vai chegar custando R$ 149, enquanto Assassin’s Creed III virá por R$ 179. O que diabos aconteceu com os preços praticados ano passado? Inflação? Impostos? Mercado enfraqueceu? Ou será que é tudo sacanagem pura de um país que adora chupar até os ossos do pobre consumidor?
20 reais é a diferença entre os preços praticados ano passado e agora este ano para estes estúdios. 20 reais fazem a diferença pra estes gigantes da indústria? E pra você? Será que faz alguma diferença? Pra mim a diferença não está no meu bolso, mas está nos ideiais na qual o público desse mercado vem brigando aqui na República das Bananas…
Pra começar quero comentar que a inspiração para este desabafo surgiu graças ao podcast Café Brasil #317 – É Caro Ser Pobre. Eu já tinha em mente o que tenho a dizer aqui, apenas não sabia se valia a pena mencionar no blog, mas dado a excelente reflexão que o Luciano Pires fez em seu podcast essa semana, cheguei a conclusão que valhe a pena mencionar esse fato sim.
É comum o brasileiro querer culpar algo ou alguém pelo alto preço dos produtos no país. Alguém tem que ser culpado. O Café Brasil comenta um pouco os dois lados da moeda. Será que o consumidor não tem um pouco de culpa nisso tudo? Afinal, nós continuamos aceitando preços absurdos e continuamos comprando produtos que deveriam custar muito menos. Ouça lá o Café Brasil e entenda o conceito de “Lucro Brasil”. (É sério, ouçam mesmo o podcast)
Voltando ao assunto princial. No caso de Halo 4 e Assassin’s Creed III há que se ponderar sobre alguns fatos. É justo dizer que os jogos estão chegando no país por menos do que os R$ 199 tabelados em muitos lançamentos? Sim, é verdade. A Pré-venda de Resident Evil 6, por exemplo, está na faixa do um-nove-nove facadas. Mas aqui também cabe uma outra colocação: muitos dos games vendidos atualmente no país por R$ 199 são jogos distribuido por importadores, como a NC Games (a mais famosa atualmente). São jogos comprados lá fora e importados para o país. Call of Duty Black OPS 2 é outro exemplo que entra nessa categoria de porque diabos custa R$ 199 e não menos. E não vamos entrar nos méritos de porque custam R$ 199 e toda aquela farofada sobre impostos para importações.
Já os games da Microsoft e Ubisoft Brasil não estão dentro dessa lógica. Os games destas empresas, desde o segundo semestre de 2011 são produzidos e replicados no Brasil! Não podemos esquecer disso. O custo deles são menores! Quer dizer que mesmo fabricando no Brasil, os lançamentos voltam a ficar próximo dos malditos 199 dos games via importação? Halo 4 nem tanto, mas Assassin’s Creed III por R$ 179 é absurdamente ridídulo.
Qual era a conversa ano passado? A Microsoft disse que seus lançamentos custariam até no máximo R$ 129. A Ubisoft não conseguiu tal valor, mas Driver San Francisco e Assassin’s Creed Revelations chegaram ano passado custando R$ 149. E agora todo mundo faz-se de desentendido e dizem que os custos aumentaram? Ah, qualé!! Daqui a pouco eles voltam a lançar games a R$ 199 e vamos fazer de conta que toda aquela conversa em 2011 de melhores preços nunca existiu.
20 reais talvez não seja lá uma grande diferença para um público que já está habituado a desembolsar mais de cem reais em games para seus sistemas, mas simbolicamente essa diferença significa um passo para trás em tudo que o público vem brigando nos últimos anos: um mercado de games mais justo, com preços que façam valer a pena comprar aqui ao invés de importar lá de fora.
Aí não dá. Eu já me decidi e não vou apoiar esses preços. Não comprarei nem Halo 4 e nem Assassin’s Creed III no Brasil enquanto continuarem com esses preços respectivamente. Sei que daqui alguns meses alguma loja online vai reduzir o preço desses títulos, seja numa promoção, seja com um cupom de desconto. Mas o preço inflado destes títulos não é algo que vou apoiar. Poderia comprar? É claro que poderia, mas a questão não é poder comprar ou não, mas ser complacente com algo que não é justo.
Concorda, comigo?
Obs: conforme apontado pelo leitor Brunno Santos da Silva nos comentários, a diferença entre Assassin’s Creed de 2011 para o de 2012 na verdade são 30 reais. Falha minha (na matemática), o caso é que 20 reais é a diferença entre Gears of War 3 e Halo 4 (R$ 129 para R$ 149), o que me deixou com esse número na cabeça. Fora o fato de que inicialmente estava pensando que AC Revelations tinha sido lançado no Brasil a R$ 159 (e conforme fiz a matéria, vi que foi por 10 reais a menos). Porém, conforme disse nos comentários, pior do que 20 reais, são 30 reais, sem dúvida alguma. No fim, se são 20 ou 30 não importa, o que importa é o que essa diferença “pra cima” acaba representando ao mercado…