Ursinhos (não tão) carinhosos…
Usando o bom senso na hora de consumir!
A polêmica envolvendo o deputado Protogenes ainda rende assunto no twitter, onde no último dia 23 o político soltou a frase:
Assisti c/o pequeno Juan o filme “TED” uma cena de apologia as drogas: o ursinho Ted e o seu dono consumindo drogas. MJ deve explicações!
E na sequência, vieram mais tweets repletos de indignação pelo deputado. Não demorou muito e logo veio uma onda de protestos e críticas, onde inclusive o termo censura foi levantado. Pois o deputado levou seu filho de 11 anos para ver um filme um filme de classificado como para maiores de 16 anos.
Mas isso vocês já devem lido/visto/ouvido, a minha intenção com esse post é comentar sobre como as pessoas lidam com a classificação etária, mais especificamente nos jogos eletrônicos.
Nas primeiras gerações de videogames, praticamente não havia censura, exceto alguns casos pontuais como jogos eróticos. Mas sempre ficou a cargo do consumidor se policiar quanto ao conteúdo que consumia. Naquele tempo, o visual dos jogos ainda requeria que o jogador se esforcasse muito para “enxergar” que aqueles quadrados amontoados significam coisas.
Mas conforme a capacidade gráfica evoluiu, aquilo que era mostrado na tela era mais facilmente interpretado. Algumas camadas da sociedade se viram incomodadas com a violência e conteúdo sexual vistos em alguns jogos como Night Trap, Mortal Kombat, Doom, entre outros.
Já existiam associações que procuravam regulamentar a classificação indicativa de um jogo, algumas voltadas para uma fabricante em particlar apenas, como a Sega com sua Videogame Rating Council (VRC), 3DO com a 3DO Rating ystem e outras. Porém a indústria se viu na necessidade de ter uma única detentora da tarefa de classificar seus jogos, e em Julho de 1994 surgiu a Entertainment Software Rating Board Interactive (ESRB).
Desde então, todos os jogos oficiais passaram a apresentar a classificação emitida pelo ESRB, e os consoles atuais inclusive contam com o recurso de controle de acesso sobre conteúdo impróprio. Mas essa auto-regulamentação basta para que as pessoas acesem apenas o conteúdo que lhe é apropriado?
A resposta é não, óbvio. A classificação é INDICATIVA, ou seja, indica para o consumidor para qual faixa etária de público o produto se destina. Mas não são poucas as maneiras de burlar essa classificação, mostrando o quanto o ser humano pode ser escroto.
Certa vez, um garoto apareceu na loja de games onde eu tarbalhava. Ele devia ter uns 13-15 anos, e logo perguntou se eu tinha o GTA IV para vender. Eu disse que sim, confirmei o preço, e o moleque disse que ia levar. Nessa hora eu me desculpei e disse que eu só poderia vender aquele jogo para um adulto, pois ele só estava classificado para esse público. Me desculpei novamente e brinquei com ele, pediindo que voltasse daqui a alguns anos.
No dia seguinte, veio um senhor perguntando por mim, e fui atendê-lo. O senhor se identificou como o pai do garoto e disse ter estranhado o fato de eu ter deixado seu filho comprar o jogo. Calmamente expliquei-lhe a situação. Inutilmente, pois ele pediu que eu pegasse o jogo pois iria comprá-lo. Após fechar a venda, novamente o aconsehei que aquele jogo deveria ser utilizado apenas por adultos, e o senhor tentou se justificar dizendo que todos os amiguinhos do filho dele jogavam GTA.
Eu literalmente lavei as mãos, acredito ter cumprido com todas as minhas obrigações profissionais e morais, mas infelizmente esse não foi um caso único. E imagino hoje, com a internet dando livre acesso ao conteúdo, a situação esteja infinitamente pior…
Enfim, o recente episódio envolvendo o deputado é só mais um na longa lista de erros cometidos pela sociedade, cada vez mais confusa com o termo liberdade, e mesmo em plena era da informação, é de se espantar que ainda ocorram casos como o do deputado, que espero que tenha aprendido que nem todo ursinho que parece fofinho é um ursinho legal, vide também o nosso infame protagonista de Naughty Bear.
Finalizo o post com um apelo para os pais: acompanhem seus filhos, prestem atenção naquilo que eles consomem. É claro que de maneira alguma deve-se tolher a liberdade dos filhos, e sim permanecer ao lado para que essa liberdade seja usufruída da melhor forma possível.
Eu concordo que as pessoas deviam dar mais atenção às classificações indicativas, e que pra evitar transtornos jogos como GTA e etc só sejam vendidos para maiores mesmo. Porém, deve-se levar em consideração que um garoto de 13~15 anos pode muito bem jogar algo como GTA sem ser ‘negativamente’ afetado.
Claro que não é assim com todo mundo, mas eu mesmo jogava jogos assim quando mais novo e não fui influenciado por eles ou chocado ou qualquer coisa do tipo :p Mas acho que, nesses casos, os pais é que deveriam avaliar se seus filhos têm ou não maturidade pra consumir aquele material, seja jogo, filme ou o que for.
Infelizmente a grande maioria dos pais hoje em dia não conhece os próprios filhos, o que é uma pena. E esse é o problema desse tipo de assunto (censura, classificações, etc): envolve muita coisa, principalmente educação e cultura, coisa que tem faltado no país.
Um adendo, talvez uma criança de 13 anos realmente tenha maturidade pra jogar GTA, mas será que ela precisa? Ela não poderia estar se divertindo com outras coisas mais apropriadas para ela?
Eu já começo a pensar mais nisso, agora com um filhinho recem chegado ao mundo. O que é apropriado e o que não é. O que ele vai poder absorver mais rapidamente… quando é que será um bom momento pra ele jogar Gears of War comigo? XD
Acho bobeira querer apressar a criança a ter maturidade. Ela não precisa de Ted ou GTA dependendo da sua idade (e maturidade). Outra coisas menos invasivas e menos complexas vão acabar a entretendo tanto quanto.
Mas tudo é claro deve ser supervisionado pelos pais, sem dúvida alguma. O Pai (e a mãe) deve entender o que o filho joga, lê, assisti e navega pela internet. Não pode ser alheio ao mundo do entretenimento juvenil. Nisso acho que saiu ganhando, pois o pequeno Thales tem um pai que curte jogar videogames, é amarradão em desenho animado (até mesmo os mais bocós) e lê quadrinhos aos montes. Dificilmente o Thales vai conseguir consumir algo que seja fora da minha alçada de conhecimento.
Criança não pode crescer sozinha, sem ninguem de olho no que ela está consumindo…
Adorava jogar GTA quando tinha uns 12 – 51 anos. Ainda as vezes dá vontade de jogar, mas nem tenho mais. Adorei o texto, quero bastante assistir esse filme do Ted.
Um adendo, talvez uma criança de 13 anos realmente tenha maturidade pra jogar GTA, mas será que ela precisa? Ela não poderia estar se divertindo com outras coisas mais apropriadas para ela?
Eu já começo a pensar mais nisso, agora com um filhinho recem chegado ao mundo. O que é apropriado e o que não é. O que ele vai poder absorver mais rapidamente… quando é que será um bom momento pra ele jogar Gears of War comigo? XD
Acho bobeira querer apressar a criança a ter maturidade. Ela não precisa de Ted ou GTA dependendo da sua idade (e maturidade). Outra coisas menos invasivas e menos complexas vão acabar a entretendo tanto quanto.
Mas tudo é claro deve ser supervisionado pelos pais, sem dúvida alguma. O Pai (e a mãe) deve entender o que o filho joga, lê, assisti e navega pela internet. Não pode ser alheio ao mundo do entretenimento juvenil. Nisso acho que saiu ganhando, pois o pequeno Thales tem um pai que curte jogar videogames, é amarradão em desenho animado (até mesmo os mais bocós) e lê quadrinhos aos montes. Dificilmente o Thales vai conseguir consumir algo que seja fora da minha alçada de conhecimento.
Criança não pode crescer sozinha, sem ninguem de olho no que ela está consumindo…
Eu não acho que ela precisa da maturidade e nem que devemos apressá-la. Deve ser algo natural, vindo não só com a própria pessoa naturalmente (já que depende de cada um), mas também da maneira como ela é criada pelos pais e da sua interação com o mundo e com as outras pessoas.
Se a criança/pré-adolescente ainda não tem maturidade pra jogar um GTA ou assistir a um Ted, não acho que ela deva fazê-lo. Mas se ela já tem (como era meu caso e o caso de muitos), qual o problema? Concordo, como eu falei, que devemos ter cuidado, principalmente em um mundo em que os pais não conhecem mais seus filhos tão bem, muitas vezes por simplesmente não se esforçarem o bastante para entendê-los.
Não sei se um dia terei um filho, então não posso falar como se estivesse na posição de um pai, mas eu tenho certeza que também me preocuparia bastante com isso. Acho que no seu caso ainda é muito cedo pra pensar nessas futuras ‘permissões’. Quando chegar a hora e seu filho parecer maduro o suficiente, você provavelmente já vai saber melhor o que fazer e como agir =)
Ah talvez não tenha explicado direito a parte do “apressar”. Mas muitas crianças acabam sendo levadas por outras. E nem todas tem a maturidade no mesmo nível. No exemplo do Mauri, o pai justificou dizendo que todos os amiguinhos do filho dele já jogavam…. ora mas isso não é justificativa. Cada criança é de um jeito. Não pode ir pra esse lado, saca? O apressar da criança pra consumir algo que não é apropriada pra ela ainda não vem somente dos pais, mas sim do meio na qual ela convive, até mesmo da TV. É por isso que precisa de atenção.
Realmente talvez seja cedo pra me preocupar com permissões agora e não é que estou “preocupado”, mas é algo que eu penso ocasionalmente, quando estou em frente a TV assistindo algo que obviamente não seria apropriado para uma criança… seja um filme, uma série ou até mesmo um desenho. Porque hoje em dia temos desenhos como Family Guy que não acho muito certo uma criança muito nova (não vou dizer a idade) ficar assistindo…
O que acaba definindo a maturidade prematura de uma criança é exatamente o contato com coisas que talvez não fossem adequadas pra ela em determinado momento. Pra que a pressa em crescer? Não precisa.
Então, nesse ponto eu acho que esse pai não conhecia muito bem o filho (ou pelo menos não expressou conhecer). Essa é uma das minhas preocupações em ter um filho um dia, justamente esse contato com outras crianças, que geralmente querem, por algum motivo, se tornarem adultas o mais cedo possível e influenciam outras a desejarem o mesmo.
Por isso é isso que eu e você falamos, de certa forma: os pais têm que entender bem seus filhos, entender o que eles consomem e o que querem consumir, e aí fazer o possível pra decidir a melhor coisa a fazer. Seja isso liberar certos conteúdos ou não.
Mas uma coisa é certa: as classificações indicativas deviam ser levadas mais a sério, isso evitaria muito mimimi de quaisquer falsos moralistas “politicamente corretos” por aí.
Bruno Bessa Você escreveu exatamente aquilo que eu pretendia. Hoje em dia a classificação indicativa é muito substimada, os pais como tais devem conhecer seus filhos e julgar o que é apropiado para eles consumirem, mesmo que a “criança” não esteja dentro da classificação, afinal educação está acima de tudo. Se a classificação indicativa é de 16 anos, tem que ver o que a obra tem que a deixe com aquela classificação e ponderar se seu filho já tem maturidade de poder ou não consumir aquilo, e se ele consumir que seja com a máxima supervisão dos pais, pois assim poderão explicar e educar o menor enquanto ele consome aquilo.
No meu caso foi assim desde de pequeno gostava de coisas que qualquer criança gostava, mas também consumia coisas acima da minha idade, onde 99% delas foram apresentadas pelos meus pais ou outros adultos, por exemplo ganhei minha fita de MK do meu pai quando tinha uns 7 anos, ia na locadoras com meus pais e alugava diversos filmes de terror 14 ou 16+, entre outras coisas, mas quando fui apresentado a essas coisas foi pelo julgamento dos meus pais e no início sobe a supervisão dos mesmo, e eu nunca deixei de ser criança, fazer coisas de criança e consumir coisas da minha idade, para falar a verdade com exeção de brinquedos (Se considerar action figure como um aí não tem nada) a maioria consumo até hoje…ahuahuhauhau.
Se eu for pai um dia, pretendo fazer a mesma coisa com meus filhos, por 2 motivos que não tinham na minha época. 1º As chances de um menos consumir essas coisa no mundo de hoje são MUITO mais altas que na nossa infância, pois os padrões mudaram e elas estão bem mais explicítas, ainda mais onde se encontra informação em qualquer lugar, então se tiver que conhecer que seja por mim e sobre minha supervisão. O segundo é que diferente do meu pai e da maioria dos pais dos anos 80-90, eu sou um grande consumidor dessas coisas, ou seja não um filho meu concerteza já teria algum contato com essas coisas acima da idade indicada, serial algo inevitável.
Adorava jogar GTA quando tinha uns 12 – 51 anos. Ainda as vezes dá vontade de jogar, mas nem tenho mais. Adorei o texto, quero bastante assistir esse filme do Ted.
Adorava jogar GTA quando tinha uns 12 – 51 anos. Ainda as vezes dá vontade de jogar, mas nem tenho mais. Adorei o texto, quero bastante assistir esse filme do Ted.
A classificação indicativa sempre foi algo irrelevante aqui em casa, fiz 18 anos na semana passada e até hoje joguei tudo quanto é game, apropriado para a idade que eu tinha ou não. Não foi questão de meus pais não terem idéia do que eu jogava, minha mãe sabia quem era o Kratos e inclusive viu a cena que Zeus mata ele em GoW 2, meu pai sabe o que é um fatality, e eu sempre fiz questão que eles vissem tudo que eu jogava, o caso é que eles tem total confiança na criação que me dão além de me conhecer perfeitamente, eles sabem que um simples jogo ou até filme não vai passar por cima the educação que me deram.
A classificação indicativa sempre foi algo irrelevante aqui em casa, fiz 18 anos na semana passada e até hoje joguei tudo quanto é game, apropriado para a idade que eu tinha ou não. Não foi questão de meus pais não terem idéia do que eu jogava, minha mãe sabia quem era o Kratos e inclusive viu a cena que Zeus mata ele em GoW 2, meu pai sabe o que é um fatality, e eu sempre fiz questão que eles vissem tudo que eu jogava, o caso é que eles tem total confiança na criação que me dão além de me conhecer perfeitamente, eles sabem que um simples jogo ou até filme não vai passar por cima the educação que me deram.