Voyeurismo de Janela Indiscreta (1954) – Clássicos do Cinema

O cachorro X9

Vendo os filmes do Hitchcock você consegue perceber com grande clareza as diferenças entre o cinema de antes e o de hoje.

Hoje existe uma busca por entretenimento que obriga produtores a criar entusiasmo o tempo todo, a cada minuto precisa de um Baaum! de Inception, uma explosão de Vingadores ou decote da Scarlett. Não digo que hoje é pior ou melhor, entendo que o público clama por isso. Mas bate uma certa inveja dos tempos que passaram, porque consigo imaginar a saída do cinema com a mente explodindo de adrenalina e no caso do Htichcock é bem provável que exploda antes de terminar o filme.

Janela Indiscreta assim como as outras produções (Pássaros, A Corda, Psicose) segue o gênero mistério, esse que caracteriza Hitchcock. Lembro de ficar impressionado com A Corda, pois no filme inteiro apenas um cenário é apresentado. Em Janela Indiscreta isso também acontece.
Temos apenas um cortiço, com moradores vistos pela janela e um morador em destaque  L.B. Jeffries.

L.B. Jeffries é um fotografo que se acidentou durante o trabalho e precisa repousar em casa. Já entediado daqueles dias, ele bisbilhota a vida dos vizinhos pela janela e durante uma noite acorda com o grito de alguém. No dia seguinte percebe que um dos moradores esta de comportando de forma estranha e juntando algumas pistas, suspeita que ele assassinou a mulher.

São quase duas horas de filme com fragmentos que podem ou não caracterizar o homicídio, pode parecer cansativo, entretanto o mistério criado por Hitchcock é perfeito, e com dosagens ideais. Em determinado momento a história parece tomar um ar de tédio, mas então a história toma nova dinâmica, pois larga o lado investigativo e resolve agir.

É interessante como muitas vez o filme toma formas de cinema mudo, você toma o lugar do protagonista e observa os movimentos dos vizinhos, sem ouvir nada e sem dizer nada. É fascinante.

Não me lembro qual foi a última vez que me peguei tentando desvendar o mistério de algum filme, em Janela Indiscreta isso acontece o tempo todo.

No elenco temos o famoso James Stewart e a linda Grace Kelly.
Houve um remake em 1998, com Christopher Reeve e Daryl Hanna, dirigidos por Jeff Bleckner.

Hitchcock sempre aparece em seus filme e neste ele é o personagem que ajusta o relógio do vizinho compositor, por volta dos 25 minutos.

Não aconselho que vejam o remake, pois a versão original de 1954 é tão atual quanto qualquer outra produção.

O filme possui uma importância dentre os filmes do gênero, servindo de inspiração para outras produções como A Inquilina, Paranóia e tantos outros que seguiram essa linha.

Já que estamos no assunto de Hitchcock, vale citar que em Março de 2013 teremos uma produção com participação de Anthony Hopkins e Scarllet Johansson, que mostra acontecimento da vida de Alfred Hitchcock durante as filmagens do filme Psicose. Essa produção terá direção de Sacha Gervasi (roteirista de O Terminal) e a produção fica por conta de John McLaughin, revisado por  Ryan Murphy (American Horror Story) e Stephen Rebello.

Deixo aqui minha indicação extrema de Janela Indiscreta, pois além de ser um grande clássico inspirador de mistério, ainda consegue trazer a essência cinematográfica, traz os velhos truques do cinema sem muita tecnologia, traz o cinema como arte e traz as técnicas de suspense de Alfred Hitchcock.

Esse post faz parte de uma série que cita filmes que precisam ser vistos, por serem importantes para o cinema, assim como o primeiro dessa série, Blade Runner.

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