Um “filho” de 2 filhos de Franscisco que agrada pela parte musical e irreverência!
Primeira a coisa a se dizer sobre Gonzaga: De pai pra filho é que esse filme tem carisma! Um filme que fala sobre um artista nordestino poderia cair em vários clichês sobre superação; e este filme realmente contém todos esses clichês, mas o diferencial para que ele seja tão agradável é o já mencionado carisma e sua inquestionável irreverência!
Este post não contém spoilers!
Sinopse: Dois artistas brasileiros, dois ícones da cultura popular. Um do sertão nordestino, o outro carioca do Morro de São Carlos. Duas personalidades opostas que compõem uma mesma história marcada por desencontros de um pai e um filho que passaram a vida tentando se entender.
O filme acertou em cheio em não apostar em artistas consagrados da Globo (apesar que existem alguns, mas em papéis menores) para que não fosse gerada aquela antipatia que muitas pessoas tem em assistir a filmes nacionais, por parecerem novelas em longa metragem.
Apesar de algumas críticas contrárias que li em relação ao ator Chambinho do Acordeon que faz o papel de Gonzaga em sua idade adulta entre os 20 e 40 anos, considerei sua atuação muito boa e cheia de carisma, o que somou bastante valor ao filme. Falando em atuações, todos fizeram bem os seus papéis, não há uma atuação que podemos dizer que foi magnifica, mas também não há atuações ruins.
Outro fator positivo que merece destaque é a trilha sonora, por motivos óbvios, pois é recheada com as melhores canções de Luís Gonzaga e Gonzaguinha, que representam bem o clima nordestino e carioca, locais onde a história se desenrola.
A fotografia do filme é muito beneficiada pela beleza natural que tentaram retratar de Pernambuco e do Rio de Janeiro, pois no filme existiu um contraste muito interessante entre os dias quentes e claros do nordeste, aliados a noite boêmia do Rio.
Como mencionado no início do post, o filme é recheado de clichês de biografias de artistas nordestinos e histórias de superação, mas acredito que não poderia ser diferente pois é a realidade do nosso povo em quase todo o Brasil. É verdade também que esse fator torna o filme apenas na média em relação ao enredo e também um pouco previsível, pois não arrisca e se compromete ao contar mais sobre a história dos artistas, apostando mais no drama familiar e no já mencionado várias vezes, carisma das músicas e personagens.
Aqui ainda dou uma opinião pessoal que alguns podem discordar: a história de Gonzaguinha não tem o mesmo carisma da história do Gonzagão, e por isso, o filme perde um pouco quando foca neste último, pois apesar da boa atuação de Júlio Andrade cair bem no personagem, a história de Gonzaguinha é um tanto quanto batida para artistas da região sudeste, é uma história de um cara um tanto revoltado, que encontrou na música a sua “salvação”. Talvez para um outro tipo de público cole mais, mas para mim o filme caiu um pouco quando se focou nos dramas de Gonzaguinha.
Para finalizar, além de recomendar o filme, quero dizer que as cenas dos créditos com fotos e vídeos reais dos “Gonzagas” são bem marcantes e fecharam o filme com chave de ouro, pois pelo menos em mim, somado ao filme, despertou um interesse em conhecer melhor esses dois grandes artistas da música popular brasileira. Asa Branca do Gonzagão dispensa comentários e pode fazer lágrimas rolarem! Um bom filme para um grande artista!