Crítica | Detona Ralph – Eu Fui!


Falar sobre Detona Ralph é algo bem fácil.

Não falarei sobre detalhes técnicos, apenas sobre a qualidade do filme. Se você leitor estiver sem paciência para aprofundamentos nem precisa clicar no Continue Lendo.

Em resumo, é um bom filme para crianças, um filme mediano para adultos, faz referências sutis sobre games e a imagem que abre o post engana desavisados. Um filme nota 6,5 ou 7.

Se quiser entender esse resumo siga em frente com a leitura, caso contrário esse resumo acima já diz tudo sobre o filme.

Possíveis spoilers abaixo!

Sinopse: Ralph é um ex-vilão de videogames 8-Bit que quer mostrar ao mundo que pode ser um herói, assim como o mocinho Fix-It Felix. Quando invade um novo game em primeira pessoa, procurando fazer o bem e mostrar seu valor, acidentalmente libera um inimigo poderoso, colocando em risco o mundo dos games.

Quando vi o trailer de Detona Ralph pela primeira vez fui enganado, mas não por culpa do filme e sim por não ter me ligado nos detalhes, no trailer era possível ver uma espécie de reunião de vilões em um grupo de autoajuda, pensei que este seria um filmaço da Disney, afinal um longa sobre personagens de videogame com um nome de impacto e estiloso, só poderia ser um filme de ação… mas como diria a galera da internet… ou NÃO!

Mais uma vez um filme da Disney tem uma princesa como foco!

De forma alguma estou criticando a Disney e seus filmes e nem estou dizendo que Detona Ralph é ruim, mas pelo que li em diversos outros sites, pelos podcasts que escutei e pela minha experiência assistindo o filme, afirmo com convicção que Detona Ralph foi divulgado de forma errada propositalmente para levar os “old gamers” a força para o cinema.

Os primeiros 30% do filme passam a sensação de que seria um filme para adultos e crianças se divertirem, apresentando personagens clássicos dos games, uma história baseada nos antigos fliperamas com referências claríssimas e participação de personagens de Donkey Kong, Mario, Sonic, Street Figther, entre outros, além de possuir vários easter eggs interessantes.

Nos próximos 20% do filme temos referência à atual febre de jogos que são os FPS, ou seja, até aproximadamente metade do filme o longa tem um ritmo para agradar os fãs de games de ação. O problema é que a partir do meio do filme para frente, ocorre uma mudança de ritmo muito brusca, que certamente pode ser julgada como uma falha de direção ou um incrível golpe de marketing.

Verdadeira personagem principal destravada!

Nada contra o filme ter se tornado uma grande lição ensinando que devemos aceitar quem somos e nos adequar ao sistema, afinal cada um tem suas crenças e políticas de vida, mas um filme de ação se tornou um filme excessivamente açucarado (com perdão do péssimo trocadilho), o personagem Ralph que deveria ser o protagonista se torna um lamentável coadjuvante e seu objetivo (que já era meio bobo) nem é o que fecha o longa, a trama passa a ser em torno de ajudar a pequena Vanellope a…. tive que pensar muito para entender o objetivo dela, mas lembrei que é conseguir participar da corrida doce (aqui estamos ignorando as revelações finais).

Começamos jogando o clássico Donkey Kong de fliperama, depois jogamos Call of Duty para PS3/X360 e por fim estamos jogando “Barbie Kart” no Wii. Não teria problema nenhum se fosse em filmes separados, com jogadores separados, mas 3 em 1 para o mesmo público não funciona. Aliás vai funcionar, pois o plano de marketing foi magistral, mas não foi honesto. Pode tocar levemente o coração de todo mundo, mas não vai tocar profundamente o coração de ninguém.

Recomendo o aluguel do DVD ou para levar seu filho (a) pequeno, mas se você dá valor ao seu dinheiro, não pague jamais o valor do ingresso 3D. Depois não digam que não avisei.

Game Over!

Ps: Me desculpem pelo texto raso, mas o filme também é muito raso. Na dúvida assistam Wall-E, Toy Story ou Procurando o Nemo em BD ou DVD e me digam se não estou certo!
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