Novos 52 – Batman – #01 ao #05 – Opinião
Corujas. Corujas por todos os lados!
Não sou nenhum um fã entendedor de Batman, mas sou um grande apreciador, e como alguns por aqui, encontrei nos lançamentos dos Novos 52 uma oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o Homem Morcego (mesmo não fazendo parte de um reboot, propriamente dito).
Nesse reboot alguns universos envolvendo o personagem foram criados, infelizmente não poderei falar de todos, mas pra iniciar falarei sobre a hq Batman, englobando aqui da edição #01 à #05.
Sim, tem spoillers.
O universo de Batman sempre foi bastante sombrio, pela forma como o anti-herói surgiu, pelos vilões complexados e por Gotham, e dessa vez tornou-se ainda mais sombria, caótica e perturbadora nas mãos de Scott Snyder.
O cara vem trazendo o seu modo de ver a história e pelo que parece estará tratando os traumas do Bruce Wayne. No primeiro arco já trouxe a Corte das Corujas, começou tratando o lado familiar do Bruce e chegou a despertar o lado insano do personagem. Os próximos arcos prometem releituras de outros vilões, exemplo disso é o plano traçado por Snyder para tratar do surgimento do Espantalho.
Indo direto aos quadrinhos resolvi tratar do primeiro ao quinto volume de Batman, onde o arco principal é a Corte das Corujas.
A primeira edição é usada para apresentar personagens, definir a situação, mostrar que Bruce Wayne e Batman coexistem e colocar o Morcegão na sua primeira caçada.
Durante uma festa dada por Bruce, ele consegue informações do Comissário Gordon, através de um sistema de leitura labial e descobre um assassinato. Ao chegar, já Like a Batman no local ele encontra algo, o que o policial Harvey chama de um pouco de arte, um homem foi usado como alvo para atirar facas e o mesmo insano que fez isso, deixou uma mensagem que dizia “Bruce Wayne Morrerá Amanhã”.
Algumas coisas me chamaram a atenção nessa edição, mas são coisas típicas, uma delas é a qualidade do desenho, sem preguiça de fazer o rosto de todos, gostei dos diversos enquadramentos usados, destacando o encontro de Robins e Batman e a forma rápida como a história foi encaixada sem muita enrolação para o que nós queremos, a ação.
Seguindo na segunda edição já temos a revelação de quem (ou o que) era o alvo humano morto na primeira edição, um treinador. Ao que parece o vilão sabe a verdadeira identidade do Batman e dos que o cercam, pois envolveu Dick. Assim como faço em filmes, especulações surgiram e cogitei que o que antes era um Robin poderia hoje ser um vilão, mas seria demais pra um simples plot, depois pensei em culpar o candidato Lincoln, entretanto além de ser um personagem sem nada a oferecer, ele também acaba sendo atacado pelo vilão vestido em látex (da pra ver que não é látex, mas a escola Tim Burton sugere isso).
Aliás, que patético é olhar pra um cara vestido em látex, com uns óculos que simulam os olhos grandes de uma coruja e um biquinho entre as lentes, mesmo o cara sendo parrudo e ter assassinado um pessoal por ai. Lembrando que o Batman tem orelhinhas pontudas na cabeça, não ta fácil pra ninguém arrumar uma fantasia decente.
Temos nessa edição a primeira luta, mas não é o Batman que esta ali, é o Bruce Wayne. Por um curto momento eu quase me confundi ali. Como é de se esperar Bruce ganha, mas por pura sorte, nenhum mérito e foi ai que reconheci o personagem como Bruce, e não como Batman.
As especulações na própria história é que esse vilão faz parte da Corte das Corujas e no final temos a chamada que nos empolga pra continuar “A Corte das Corujas Revelada”.
Como eu suspeitava, pegaram uma história do Batman onde seus pais tem uma relação mais intensa com o lado negro de Gotham. Na terceira edição temos um Flashback de 1922, com Alan Wayne (tataravô do Bruce) correndo pelas ruas, com medo dos Corujas e acabando no esgoto. Em seguida, nos tempos atuais Batman interroga mais um dos chefinhos da máfia de Gotham e o Cavaleiro Negro está bem violento nessa nova fase. Penso até que é uma proposta da DC, já que em Liga da Justiça e Superman, essa mesma violência esta presente.
Batman esta batendo um papo com esse vilão, pois acredita que o Corujito tenha passado pelos túneis comandados por sua gangue, a Gangue dos Sussurros, mas não obtém nenhum sucesso em desvendar isso. Estranhamente, Batman resolve analisar a voz do vilão pra tentar descobrir sua identidade. Sério Batman!? Você primeiro foi tirar satisfação com uma das gangues mais brutais dos esgotos de Gotham, pra depois recorrer à tecnologia? Ta virando Hipster?
De qualquer forma a tecnologia também falhou. Mas a cena foi salva pelo papo entre Alfred e o Patrão Bruce, ambos falando sobre Morcegos e Corujas. Haha.
Uma coisa que achei bastante estranha é essa história do Alan Wayne ter uma paranoia com corujas e os morcegos serem suas presas naturais. Isso quer dizer que a escolha do Morcego pro Bruce não nasceu quando ele caiu no poço e ficou envolto dos bichinhos, isso vem antes disso. (É isso que significa arquétipos, Jung?)
Gosto de quando consigo perceber coisas que já li em outros livros dentro dos quadrinhos, como esse conceito velhíssimo das superstições apresentado na terceira edição, moldes da sociedade.
Que linda a cena do Batman encontrando o ninho do Coruja.
Depois de um papo com o Lincoln que depois do ataque, foi para o hospital, Bruce tem um estalo e resolve procurar o Coruja, utilizando a solução de uma das superstições de seu tataravô.
A arte do continua com a mesma qualidade da primeira edição, o que me deixa bastante feliz, passa uma breve vontade de ter um encadernado de capa dura disso. Entretanto, passei um bom tempo sem nem olhar os desenhos, apenas lendo como se fosse um livro. Pra mim isso não é ruim, mas pra muitos a redundância pode atrapalhar.
Esse arco do universo do Batman não é repleto de lutas até então, mas trás um trabalho de investigação muito bom. Acredito que seja por influência do momento, onde conhecemos recentemente um Batman mais pé no chão.
Pra finalizar essa terceira edição o Batman encontra os vários ninhos das Corujas, todos financiados por um antigo investimento do Alan Wayne. Ou seja, o cara tinha razão, as corujas estavam montando seus ninhos dentro das mansões Waynes.
E Batman novamente é surpreendido por um Coruja, uma explosão em uma das mansões pega o Morcegão desprevenido.
Assim como já sabemos uma explosão não vai destruir o Batman, mas essa explosão não tinha esse intuito, o verdadeiro alvo era o intimo do Bruce. O Coruja (que é chamado na verdade de O Garra) fez tudo isso para mostrar que tem controle sobre o ambiente, que esta no comando e o Batman inicia esse quarto volume demonstrando sua fraqueza principal, objetividade desenfreada, o que desperta a preocupação dos que estão a sua volta e conhecer suas duas vidas. E essa preocupação em encontrar um culpado, chega a ultrapassar a preocupação que já existiu com o Coringa, pois envolve as mortes de seus pais. Pra mim parece mesmo haver uma relação.
E aqui acontece meu momento de brochar, um lero-lero pra contar a história de detetive do Bruce quando era criança e mais uma vez ele cai em algum lugar. Boreeeed. Até a arte é diferente aqui, até a diagramação cansa.
Mas voltamos à história principal e Batman tem uma pista a seguir. É contando pra vocês que percebo como o Batman parece o Sherlock aqui.
Analisando o corpo do tataravô, ele encontrou vestígios suspeitos, mas durante uma sondada nos esgotos da cidade, ele acaba sendo jogado pelo Coruja, dentro de um labirinto. Pela imagem que finaliza a quarta edição, me parece um labirinto ao estilo aquele do Alice no País das Maravilhas, e se for mesmo, acho muita pretensão do Snyder em tentar transformar essa Corte de Corujas em algo maior do que são, os donos de Gotham City.
E aqui inicia o quinto volume, com o Batman dentro do Labirinto, e sim, é um labirinto como o da Alice, mas foi feito pra mostrar a história de Gotham para o Bruce, através das vítimas dos Corujas. Enquanto vou lendo, às vezes preciso parar para anotar alguma coisa, mas olha só, cheguei à metade do quadrinho sem parar.
Tudo por conta da forma insana que deixaram o Batman.
O Gordon estava comentando com o Harvey sobre o sinalizador de Morcego e ele deixa transparecer que o Morcego está desaparecido á dias e todos estão preocupados.
Isso já deixa bastante claro, que a insanidade do Batman não veio do nada, já tem alguns dias que ele esta preso no labirinto.
Aqui temos uma beleza na arte também, os enquadramentos, as cenas, tudo muito bem feito e o sombrio e perturbador volta às páginas.
E quando Batman, no ápice da loucura, dando gargalhadas alucinadas como faria o Coringa, ele é apunhalado pelas costas, a faca perfura seu corpo e desliza das costas, por entre os órgãos e sai na frente. O Coruja pegou sua presa.
Que final sensacional. Impressionante.
Não acredito que isso seja mais um momento “Bane quebra as costelas do Batman e o Batman se recompõe”, deve ser algum truque do Morcegão.
Entretanto, só vou saber na próxima edição.
Seria bom que tivesse um encadernado bem feitinho pela Panini, com esse arco the Corte das Corujas. Algo com a qualidade parecida com a do Vampiro Americano, eu com toda certeza compraria, até se o preço fosse parecido também.
Será que é sonhar demais?
Cara acabei de ler a edição 8 esses dias e sinceramente só to esperando acabar o arco the Corte das Corujas pra para de comprar essa revista.
O único arco que presta é o das corujas, as outras histórias, das outras revistas (Detective Comics e Dark Knight) começam bem, normais, mas depois se transformam numa zona, coisas sem pé nem cabeça, principalmente Detective Comics.
Mas voltando a corte das Corujas, mesmo sendo uma história boa, tem números que achei ruins, como esse do labirinto (o 5º), achei totalmente desnecessária essa história, uma baita duma enrolação. Não gosto desses jogos psicológicos em quadrinhos…
O próximo número (6) apesar de abandonar esse lado psicológico tem um desfecho meio forçado. Mas na 7 e na 8 melhorou, na minha opinião.
Acho importante que se crie uma história em torno do psicológico de alguns personagens, mas sou contra os próprios jogos psicológicos.
Por exemplo, tratar dos medos do Batman, afinal foi do medo que surgiu o personagem, mas não prende-lo em um labirinto e mostrar corujas, porque as corujas são as predadoras naturais dos morcegos (um exemplo). Isso já é criar situações pra surgir medo e não pra despertar medo.
Confesso que quase desanimei com o 5º volume, mas vou continuar, até porque o final é bom, vejamos no que vai dar.
Valeu por dar sua opinião Kassius.