Governar Roma nunca foi tão divertido!
Quem acompanha meu trabalho aqui no Portallos, sabe que lá no início, quando entrei para a equipe em 2010, eu gostava de fazer posts sobre games antigos. Escolhia um jogo que havia jogado muito em minha infância (e na fase adulta, porque não?) e falava um pouquinho sobre o porque que aquele jogo era especial em meio a outros tantos títulos que foram se perdendo nas prateleiras do tempo.
Foi assim que eu apresentei grandes posts como o de Chrono Trigger, New Horizons, King’s Bounty, Zombies ate My Neighbours, Contra Hardcops (todos eles podendo ser encontrados no nosso Arquivo). E pra não esquecer de mencionar, a lendária trilogia de Age of Empires. Era uma coluna gostosa de escrever, falar de games antigos é como reviver a nostalgia que eles nos proporcionavam e ao mesmo tempo apresentá-los para toda uma nova geração de pessoas que só está acostumada aos lançamentos da geração atual.
Dessa vez, escolhi falar de um jogo de PC que muitos devem ter conhecido na época de ouro dos RTS e Simuladores. Em meio a clássicos como Age of Empires e Starcraft que tendiam mais para o lado militar do que econômico de se admnistrar uma base ou uma cidade, Caesar nos apresentava o gostinho de gerenciar uma província na Roma Antiga desde a sua fundação, passando por momentos históricos importantes que esta civilização nos mostrou na história.
Caesar III foi o terceiro título da série, sendo desenvolvido pela Impression Games e publicado pela Sierra Entertainment, sendo lançado em Outubro de 98. O título, de certa forma definiu as bases que seriam usados em outros clássicos da Sierra, que vieram depois como Pharaoh e Zeus.
O game consistia basicamente em colocar o jogador na pela do gerenciador de uma província romana e cuidar do dia-a-dia de sua peble e da classe dos patrícios, ao mesmo tempo em que almejando atingir metas que dariam uma promoção ao jogador, consequentemente fazendo com que ele avançasse ao próximo estágio.
Gerenciar uma província a princípio parece ser complicado, se deparar com um vazio de construções e gente, cercado de vegetação verde e árvores, pode ser desencorajador para alguns novatos, mas os tutoriais (as duas primeiras missões) são bem intuitivas e explicam bem o que se fazer para ir construindo a cidade aos poucos, fazendo atentar a detalhes como moradia, segurança, água e alimentação, as quatro necessidades básicas de toda cidade. Com o tempo, outros detalhes que também não devem ser negligenciados são colocados em prática para que o jogador vá aprendendo a admnistrar.
O sistema de jogo é complexo e tem sua base baseada no avanço das moradias, o que gera mais espaço e atrai mais pessoas para a cidade, que por sua vez gera mais mão de obra para trabalhar nos prédios que geram serviço de volta para as moradias. Falando assim, parece simples, mas engana-se quem acha. Existem diversos tipos de serviços, e várias necessidades que vão aparecendo conforme as casas evoluem.
A peble, inicialmente, se contenta com pouco, no início nem pedem por água limpa nem por comida vinda de fazendas. Mas a medida que você vai satisfazendo as suas necessidades, eles vão crescendo e pedindo por mais serviços, como religião, educação… Chegam um momento em que eles viram patrícios e começam a demandar por mais de um tipo diferente de comida, por vinhos e tantas outras coisas. E o melhor de tudo? Eles não trabalham!
E o que há de bom em ter patrícios na cidade? Simples, eles geram mais impostos que é uma das chaves da economia, junto do comércio. Além disso contribuem para o progresso de uma província, que é uma das metas para se passar de fase.
Por falar em renda, esse sistema é um dos pontos fortes de Caesar III. Possuindo diversas matérias-primas e produtos feitos a partir delas, o game abre uma gama imensa de possibilidades no comércio com outras cidades, simplesmente enriquecendo a cidade do bom admnistrador ou drenando toda a fortuna dos cofres daquele prefeito que não foi às aulas de gerenciamento.
O comércio é bem diversificado, podendo ser feito por terra ou por mar, e gera lucros que são fundamentais ao sustento da cidade. Se uma cidade não possuir sabedoria no comércio, é bem capaz que ela acabe se afundando no ressentimento do imperador e seus portões fiquem abarrotados de soldados em vermelho.
O fator militar em Caesar III é limitado, mas mesmo assim um alívio de cuidar das necessidades econômicas e mercantis da cidade. Existem apenas três tipos de soldados, e eles são posicionados em legiões de 16 homens, num total de 6 legiões. Não há nada de muito estratégico, apenas o posicionamento das tropas e a ajuda de torres ou não. Mesmo assim é divertido e há certa variedade nas tropas adversárias que vão desde gregos até os poderosos cartagineses.
Caesar III é mesmo um ótimo simulador de construção de cidades, ainda que com uma pequena adição militar, o seu forte é mesmo a questão da economia e do comércio, o que cativou bastante os jogadores das gerações passadas. Escrevendo ele, bateu aquela vontade de rejogar e tentar zerar dessa vez, mas acho que isso vai ficar pra outra hora. Você que gosta de jogos no estilo gerenciamento de cidades, que tal conferir as nuances de admnistrar uma cidade romana clássica?
E… Cidadão, sua cidade precisa de mais trabalhadores!