Nemesis é como o Batman. Só que com um uniforme branco, e vilão.
Nemesis é mais um dos quadrinhos da linha mais “independente” de Mark Millar, criação própria junto com o desenhista Steve McNiven.
HQs cresceram em torno dos chamados super-heróis, mas e se um super-Vilão ascendesse com o único intuito de causar o caos e fazer um terrorismo visando grandes cidades do mundo e suas polícias?
A HQ começa logo de forma bem explosiva (o que aliás é um das grandes características da mesma), em um episódio que nos conta a derrubada da maior autoridade de segurança de Hong Kong, e junto à magnitude de todo operação vamos conhecendo os métodos de atuação do grande protagonista da história.
A forma espalhafatosa em que Nêmesis atua, e ao mesmo tempo sucinta e com pequenas extravagâncias, tem até um contraste com Batman por exemplo que age sempre nas sombras, mas anda junto com todo o planejamento do homem-morcego, seus gadgets e estar sempre um passo à frente.
O quadrinho tem uns bons plot-twists e revelações que surgem muitas vezes do nada e também colocam o protagonista em situações aparentemente intransponíveis. Mas aí é só lembrar que ele é o Batman. De branco e agindo para o mal, mas ele arrumará um jeito.
Talvez por se limitar a apenas 5 edições tudo seja meio corrido, e essa é talvez uma das melhores coisas de Nemesis. Nada de enrolação, pisque e BOOOOM. A cada página um plot-twist, uma virada, a HQ é regada a adrenalina de tal modo que tudo parece corrido, mas isso acaba funcionando bem com toda história e ainda mais com a personalidade do vilão que tem um que de loucura e vaidade a todo momento.
Nemesis não faz todos os seus crimes apenas para o caos. Ele o faz para provar seu intelecto e seu planejamento superior. É interessante que até quando o autor coloca uma motivação secundária, logo após vem uma grande baque em algo que foi dito páginas atrás. Chega até ser meio hiperativo.
Mas com essa corrida toda parece que falta um pouco de sentimento, um pouco mais de tempo pra se apegar a certos personagens, e tudo acabou como algo meio massavéio e que entretém bem demais.
Steven Mcniven chega a arrepiar em certos quadros e chega até ser uma pena a fata de mais espaço para ele abusar e quadros grandes e até páginas duplas.
Recomendo Nemesis se você procura algo com uma pegada conhecida, porém por um outro ponto de vista e com a violência em grandes doses. Millar não decepciona, porém podia ter, com mais espaço, algo que marcasse mais, e deixa um gostinho de quero mais ainda no fim de tudo. Por sorte, uma continuação já está anunciada e quase pronta pra ser lançada. Que venha mais Nemesis!