Deixamos de lado o caminho mais fácil…
O que tem se visto nos últimos dias aqui no Brasil, não é algo que minha geração (dos anos 80 ~ 90) está acostumada a ver. Digo mais, é algo que minha geração sequer viveu (afinal, em 92 quando houve o impeachment de Collor, nenhum de nós tinha consciência política pra saber o que estava acontecendo, eu, que sou de 90, mal me equilibrava em duas pernas).
Nossa geração, sempre foi conhecida como a geração “Y”. A geração da tecnologia, do conhecimento, da luta pelos ideais, do inquietamento, da motivação, da autoestima, da independência, da insubordinação. Sempre fomos a “geração que mudaria o mundo”.
Contudo, essa fama nunca se refletiu na realidade brasileira. Na prática, sempre fomos acomodados, preguiçosos e, acima de tudo, conformados com tudo que acontecia. Veio à internet e essas características se tornaram ainda mais marcantes. A geração “Y”, evoluiu para geração da “Internet”, e mais recentemente se transformou na geração do “curtir”.
Por diversas vezes isso meio que chegou a ser alvo de discussão aqui no Blog, ainda que não diretamente, mas seguem exemplos:
- https://www.portallos.com.br/2013/05/20/redes-o-problema-e-mesmo-social/
- https://www.portallos.com.br/2013/03/21/ninguem-quer-ler-textos-enormes-na-internet/
- https://www.portallos.com.br/2012/10/21/sindrome-de-sheldon-cooper/
- https://www.portallos.com.br/2012/10/07/a-sujeira-da-politica/
- https://www.portallos.com.br/2012/09/07/pdr-o-que-sera-das-futuras-geracoes/
- https://www.portallos.com.br/2012/08/17/segregacoes-por-excesso-de-opcoes/
- https://www.portallos.com.br/2012/06/14/comentarios-ah-os-comentarios-na-internet/
- https://www.portallos.com.br/2012/03/20/ja-sao-onze-anos-minha-gente/
- https://www.portallos.com.br/2012/01/20/polemica-virtual-e-quando-a-internet-acabar/
Pra mim, nossa geração já havia se perdido. Mas isso mudou, e por mais que possa ser repetitivo é extremamente gratificante saber que “NÃO SÃO SÓ POR 0,20 CENTAVOS” e demais variações dessa ínfima quantia, a depender de onde você esteja.
Fico feliz de estar vivendo esse período, embora a maior conquista, por enquanto, é a certeza de que o povo está insatisfeito e disposto a lutar. Não tivemos ganhos reais, e ninguém sabe se teremos, mas… fica a torcida pra que algo mude.
É difícil conquistar alguma coisa sem um representante que faça a ligação “povo-governo”, e esse representante ainda não surgiu. Os protestos não tem um líder, pessoa que se encarregará de intermediar as solicitações do povo. Ainda me questiono se é possível conseguir algo sem que essa pessoa surja. Historicamente o povo brasileiro tem se acomodado com pequenas regalias (redução do IPI aqui, “bolsa-coisas” ali, reduz PIS/COFINS disso, etc), mas espero que dessa vez seja diferente. Que alguma reforma política/tributária/partidária/econômica saia realmente do papel. Que a corrupção diminua, seja mais bem fiscalizada, e punida severamente. Que os serviços públicos sejam melhor executados, pois é isso que nós merecemos.
Finalmente deixamos o caminho mais fácil e começamos a vibrar em “outras frequências”…