Trago novamente uma das séries que mais me surpreendeu e que conseguiu segurar minhas expectativas, que não eram poucas, até o último episódio, sem deslizes e claro, com uma responsabilidade nas costas que era enorme. Falo aqui de Hannibal.
Após o continue haverá alguns spoillers, pois o assunto aqui trata de alguns trechos primeira temporada e dos filmes. Clique em Continue Lendo se já assistiu ou não se importa com spoiilers.
Hannibal (que já foi citado neste outro post) tem sem dúvida uma trama ótima, que engana no início, pois parece que terá foco em um caso por semana, mas na verdade conta histórias muito mais extensas que formam um arco enorme e fantástico.
Nessa primeira temporada tivemos histórias envolvendo Will Graham, que chegou ao ápice da loucura, mas não ultrapassou o seu limite, como vimos no último episódio, mas ainda sim foi preso. Aqui está uma parte que me agrada muito. Digo isso, pois vemos aqui adaptações muito bem construídas vindas dos filmes e livros.
Além de Will, tivemos ainda Jack Crawford, controlando seu departamento, ficando em cima do muro, indo para o buraco com a descoberta da doença de sua esposa e ainda tendo que incriminar Will como acusado de assassinatos em série, algo que se fosse real, seria em parte culpa do próprio Jack.
A evolução da jornalista Freddie Lounds serviu para mostrar a evolução de Will e da garota Abigail Hobbs, que serviram para mostrar a evolução de Hannibal, e esse sim merece ser notado. A mudança de um cara comum que é chamado para traçar um perfil e manter Will sob controle, para um controlador que muitas vezes nos mostra como controla, mas de forma tão sútil que mal conseguimos delimitar o que é manipulação e o que é conselho. Hannibal no final dessa temporada tem Will como uma espécie de amigo, pois é onde ele encontra certa semelhança.
Algumas adaptações feitas na série que vieram dos filmes ou dos livros, me chamaram bastante a atenção, como:
-No filme Will descobre que Hannibal é o real serial killer, mas já é tarde e acaba levando uma facada. Na série isso ficaria muito óbvio pra todos e o intuito é deixar apenas Will perturbado com essa revelação, o que fará com que os outros pensem que ele realmente esta ficando louco.
-Outra adaptação muito boa, refere-se ao paciente da psicóloga do Hannibal, Dra. Bedelia. Várias vezes ela cita um ex-paciente que tentou matá-la e repetidas vezes imaginamos ser o Hannibal esse tal paciente, mas na verdade ela fala de Miggs, um personagem do livro O Silêncio dos Inocentes e do filme de mesmo nome. Em ambas as mídias Miggs, acaba cometendo alguns atos que perturbam Hannibal Lecter. No livro/filme Hannibal conversa com Miggs e através de sugestão psicológica induz o insano a engolir a própria língua. Na série ele ataca a psicóloga e o final é o mesmo, o que leva a crer que essa psicóloga sabe parte da verdade sobre Hannibal.
E que sequência de casos fantásticos tivemos nesses 13 primeiros episódios. Um cara que cultiva pessoas na terra afim de criar conexões, um que através de sugestões assume ser outra pessoa, uma pobre garota conduzida pelo pai e por Hannibal a se tornar cúmplice de assassinatos (e tem um fim como aquele), outro que cria instrumentos através de suas vítimas e por fim, um totem de corpos e partes de corpos. Visualmente a série é incrível.
O que não me agrada é apenas a interpretação do Hugh Dancy, o Will Graham, acho extremamente forçado, até porque tenho uma referência bem menos exagerada do Edward Norton, interpretando o mesmo personagem em Dragão Vermelho. Fora isso a série pra mim tem tudo pra ser maior que Dexter, The Following e Bates Motel (e olha que gosto muito de Bates Motel).
Pra finalizar, é bom deixar aqui que a série pretende chegar por volta de cinco temporadas, cada uma passando por uma fase contada nos filmes Dragão Vermelho, O Silêncio do Inocentes, Hannibal, talvez Hannibal – A Origem do Mal e, é bem provável que aconteça uma continuação que nunca vimos nas telas. 😉
Existem muito mais pra falar sobre a série, é sem dúvida alguma, uma que merece um Papo de Série, pois toda semana acontece algo muito bom.