Cinema | O Homem de Aço (Crítica)
É o Batman? São os Vingadores? Não... é O Homem de Aço!!!
Depois do grande sucesso e mina de ouro que se tornaram os filmes de herói, muitos se perguntavam: “Quando teremos um filme digno do Superman?”. Tivemos grandes sucessos de público nos Vingadores, Homem de Ferro, Homem Aranha (tanto do Sam Raimi quanto do Marc Webb), tivemos um Batman super elogiado por ser um filme mais sombrio, com um roteiro mais denso, mas nada de sair um filme do super herói mais poderosos de todos que fosse digno de ser lembrado. Quando Homem de Aço foi anunciado, ainda com Christopher Nolan envolvido no projeto, as expectativas ficaram altíssimas… O pensamento geral era que Nolan daria um toque profundo no roteiro e o diretor Zack Snyder cuidaria de tornar as cenas de ação épicas, assim como fez em 300.
No entanto o filme está sedo exibido há algum tempo nos Estados Unidos, muitos já assistiram aqui no Brasil através de torrents ou da pré estreia e as opinião divergem muito… O Homem de Aço é bom ou ruim? Vamos tentar entender um pouco sobre Homem de Aço l0go após o Continue Lendo!
TEXTO SEM SPOILERS!!!
Vamos começar com uma sinopse e o trailer para que os que não assistiram ainda possam se situar:
Sinopse:Um garoto descobre ter poderes extraordinários e não ser do planeta Terra. Ao se tornar um jovem homem, ele viaja para descobrir de onde veio e a razão pela qual foi enviado. Mas o herói dentro de si deve se manifestar se ele quiser salvar o mundo da aniquilação e se tornar um símbolo de esperança para a humanidade.
Desafiando o super-herói estão outros dois sobreviventes Kryptonianos, o malévolo General Zod, interpretado pelo indicado ao Oscar Michael Shannon (“Foi Apenas um Sonho”), e Faora, a maldosa parceira de Zod, interpretada por Antje Traue (ainda não lançado “O Sétimo Filho”). Também nativos do planeta Krypton estão Lara Lor-Van, mãe do Superman, interpretada por Ayelet Zurer (“Anjos e Demônios”), e Jor-El, pai do herói, retratado pelo vencedor do Oscar Russell Crowe (“Gladiador”).
Vou começar falando de uma coisa que me incomodou um pouco no filme, a edição… as transições de uma cena para outra, as transições de momentos do filme… tudo é muito rápido, diferentemente do que podemos ver no Batman do Nolan que tem um ritmo mais lento e um desenvolvimento mais trabalhado, na minha visão esse recurso foi utilizado na intenção de contar muita coisa em pouco tempo e ainda sobrar espaço para as extensas cenas de ação.
Para não parecer que odiei o filme, vamos falar de outra coisa totalmente diferente (virada brusca no estilo da edição do filme, xD). Achei que Henry Cavill não daria conta de segurar um filme que exige muito do carisma do personagem, mas apesar de mostrar uma certa frieza e uma insiste sobrancelha em pé, o saldo da sua atuação foi bem positivo, com certeza ele se mostrou digno de interpretar o maior super herói da Terra, consigo vê-lo tranquilamente fazer o Superman em um provável filme da Liga da Justiça, inclusive o seu Superman lembra bastante aquele do desenho animado transmitido pelo SBT, bem sereno quando vestido no uniforme. No entanto o Clark Kent criança e adolescente já não me convenceram tão bem, mas no fim das contas não fazem tanta diferença assim para o desenvolvimento final do personagem, na sua infância o mais importante mostrado é como seu pai o orientava a lidar com seus poderes, apesar da rápida participação Jonathan Kent (Kevin Costner) cumpriu bem o seu papel.
Já seu pai Kryptoniano, Jor-El (Russell Crowe), rouba a cena no filme e me arriscaria a dizer que é um dos melhores personagens do longa ao lado do próprio Kal-El e o impiedoso e perigoso General Zod (deste falaremos mais adiante).
O início do filme que se passa em Krypton talvez seja uma das melhores partes do filme e cheguei a comentar com minha namorada que me acompanhava na sessão, que se o filme fosse só aquela parte já teria valido a pena. Intimamente pensei que a queda de Krypton em O Homem de Aço poderia ser usado como modelo para criar uma adaptação de Halo Reach (quem jogou certamente pensou isso também). Aquele universo de Krypton se mostrou muito interessante e ficamos com um sabor de quero mais quando deixamos o planeta e passamos a ter nosso ambiente familiar, a Terra.
Vamos comentar um pouco sobre o vilão do filme. General Zod é um dos melhores vilões que já apareceram em filmes de heróis, talvez perca apenas para o Coringa de Ledger, Zod é complexo pois sua motivações não se baseiam apenas em ser bom ou mal, ele tem uma missão, tem uma determinação e se ele é o que é, não é culpa exatamente sua e sim da sociedade em que vivia e de fatores que são muito bem explicados no filme… Michael Shannon dá um show de atuação e queria de verdade que o personagem tivesse mais tempo em tela ou quem sabe uma sequência no próximos filmes.
Lois Lane, interpretada pela lindíssima Amy Adams tem mais carisma do que uma função relevante à trama, mas não chega a comprometer, no entanto a necessidade de utilizá-la e aumentar sua importância na história fazem surgir as maiores inconsistências de roteiro e as partes mais galhofas, pois ela aparece em cenas que fazem o filme perder o pouco senso de “realidade” que poderia ter. Acredito que ela poderia ter sido usada mais como uma repórter investigativa e deixar seu envolvimento com Clark se aprofundar ao decorrer das sequências, soaria mais natural e crível.
O 3D do filme é uma faca de dois gumes, se por um lado senti uma beleza maior em algumas cenas abertas e com maior iluminação, o efeito acaba prejudicando em cenas escuras e na ação. No balanço geral recomendo assistir em 2D.
As cenas de ação do filme também podem ser vista sob dois pontos:
1 – A destruição e nível de força dos combatentes fazem com que a destruição e velocidade dos combates sejam insanas e empolgantes ao melhor estilo Dragon Ball Z.
2 – Existe um certo excesso do uso de CGI, cortes rápidos demais, tornando o entendimento confuso e algumas cenas são longas em excesso causando tédio ao invés da esperada tensão.
O Homem de Aço vem gerando muitas opiniões controversas no meio especializado e ainda mais controversas entre os fãs do azulão. A verdade é que Homem de Aço nunca será unanimidade por conter várias falhas de desenvolvimento/roteiro e alguns (incluindo este que vos escreve) tem ressalvas quanto à ação exagerada, no entanto mesmo com todos problemas, O Homem de Aço é um filme que diverte e talvez apenas tenha dado início a uma série do Superman que possa nos oferecer continuações interessantes. A semente plantada nesse primeiro filme tem potencial para se tornar algo maior, assim como Batman Begins deu o pontapé inicial no que viria a se tornar o maior clássico de filmes de super heróis: Dark Knight (graças a Nolan e principalmente Heath Ledger)…
Recomendo que assistam O Homem de Aço no cinema, pois acredito que se o filme tem várias ressalvas na telona, local onde temos uma imersão máxima, em um computador ou em uma tv as falham tendem aparecer com mais força!
Bom filme, mas vamos torcer para que as sequências tenham menos fanservice e maior consistência de roteiro, potencial para isso a franquia tem.
Nota: 6,5
Se o roteiro não se aprofunda muito e a impressão de que algumas cenas dão um salto muito grande para outras se deve à aparente vontade de criar um ápice para a imagem do herói, mostra-lo em ação já em seu auge e isso funciona, o filme tem um foco na ação digna do protagonista, enquanto á Michael Shannon, eu já esperava uma atuação ótima para o personagem de Zod, "I'LL FIND HIM!".
Assino embaixo de tudo dito no texto. Um excelente review, Rafael. Sempre fico com o pé atrás antes de ler algo sobre heróis por aqui no Portallos, já que a maioria do que li por aqui, foram palavras bem tendenciosas, foi como ouvir uma opinião de alguém duvidoso por conta de algo como um hype tremendo. Ultimamemente tenho olhado mais pro autor do texto, apesar de não fazer distinção antes de ler, pois leio meio que tudo.
O filme ter cortes rápidos não foi uma opção plausível, por mais que eu goste de dinâmica e penso que o Zack queria dar um ritmo mais acelerado ao filme, certas partes a la slice of slife tem que estar em sintonia com o que está passando na tela, algo sútil, constrastando com aquela trilha sonora delicada pra transmitir o drama melhor ainda. Senti falta disso e de uma distribuição mais eficaz do roteiro, que ficou num formato que não convence o espectador mais atento, trabalhando com o drama pra depois descarregar toda a ação do filme em uma longa hora de duração. Pelo menos, não tivemos o uso de slow motion, como em quase todos os filmes do Snyder.
No mais, só senti falta dos comentários quanto a trilha sonora do Hans Zimmer, mais uma vez trabalhando em uma obra do Nolan. Foi um brilho a mais na trilogia do Cavaleiro das Trevas e com o querido Homem de Aço não foi diferente, me encontrava emocionado antes mesmo de ver o filme ao escutar "What you are going to do when you are not saving the world?". Uma trilha sonora que realmente funciona e dialoga com o filme, apesar de que infelizmente, muitas cenas tenham uma destruição que vai além do cerco de DBZ (lembrando que Goku tenta levar as batalhas pra fora de locais cheios), e sendo assim, o Zimmer tá lá, no background com uma bateria sempre presente para dar o tom de épico a constante luta de Kal-El com os "poréns" sempre a solta. Bateria e destruição à exaustão (lol).
Por fim, digo que amei a ousadia do diretor no final, ao ter tomado a decisão que tomou junto com Goyer, Nolan e afins (evitando spoilers desnecessários).
PS: Acho que em um dos textos do Mauri Link (gosto muito dos textos dele, ainda admitindo que o de Homem de Ferro e o de Vingadores tenham soado difíceis de engolir), por acaso vi um comentário seu, onde dizia que a cada vez que assistia o Homem de Ferro, se decepcionava mais… Bem, posso dizer que somos 2, só que com a diferença que bastaram duas vezes para eu dizer "chega".
Quatro coisas a citar
1-A Faora foi a melhor personagem do filme *—* Muito linda e lutou pra caralho!!!
2- Que pulos de edição foi aquele mesmo no filme?? Parecia coisa de filme amador serio mesmo!!! Teve uma hora que do nada o Clark já tava nas geleiras procurando a nave kryptoniana e hora nenhuma falou como ele conseguiu achar a nave e nem como tinha chegado lá!!! SIMPLESMENTE TEM COISA NO FILME QUE ACONTECE NUMA VELOCIDADE ABSURDA!!! Pecaram muito nisso.
3- Esperava um pouco mais do roteiro…Não foi um roteiro ruim…Mas é que tendo o Nolan e Snyder na direção eu imaginava algo mais "batman" mesmo…Mas a parte de Krypton e a historia de lá é bem legal e complexa, iso gostei muito xD.
4- Em termos de lutas "Mano a mano" (Ou seja excluindo cenas de guerras já vistas em outros filmes) sinceramente acho que NUNCA VI NO CINEMA LUTAS TÃO BOAS COMO AS QUAIS VI NESSE FILME!!! Parecia DBZ mesmo *—-* Foi lindooo.
Só vim comentar agora porque vi o filme tarde, hehe
Então, curti pra caramba! As lutas no maior estilo DBZ foram sensacionais – Snyder manja quando o assunto é ação.
E Gaara, só dois detalhes:
No começo da tua análise, você criticou a "edição" do filme. No entanto, no jargão cinematográfico, o termo correto é "montagem".
E quanto o que você falou no final, nós na verdade prestamos menos atenção às falhas quando vemos filmes em casa. Pois ao contrario do cinema, em casa temos uma tela menor e mil e uma distrações para tirar o nosso foco.