Nada de Waka Waka por aqui
Dizem que brasileiros têm memória curta, e passei a acreditar nisso após o lançamento de Far Cry 3 no fim do ano passado. Aparentemente, todo mundo se esqueceu que Far Cry 2 um dia existiu. Você fala de Far Cry e a única coisa que as pessoas sabem dizer sobre é “Vaas”. Mas nem sempre foi assim… Houve um tempo em que Far Cry era sobre um país dividido, sobre facções políticas, sobre savanas enormes, sobre mata seca e belezas naturais escondidas.
Era a África de Far Cry 2!
Após produzir o primeiro game da franquia, a Crytek pulou fora e foi fazer Crysis, deixando Far Cry inteiramente nas mãos da Ubisoft. Então a empresa francesa decidiu levar a franquia adiante, mas numa direção diferente: sai a ilha paradisíaca e o toque de ficção científica para dar lugar a um país em guerra civil com história mais pé-no-chão.
A primeira continuação numerada da franquia acompanha a jornada de um mercenário enviado a um país fictício para matar um sujeito conhecido apenas como The Jackal, que criou fortuna vendendo armas para as duas facções que dividem o país no qual o game é ambientado. Chegando lá, presenciamos apenas o caos: as facções estão em toda parte e o perigo é constante – nem pense que poderá sair por aí passeando pelos 50km do jogo sem esbarrar com gente querendo arrancar o seu couro. E isso é um ponto positivo, claro. Ruim (e muito estranho) seria passear num país em guerra e não encontrar perigo em lugar algum.
Falando em perigo, a alta dificuldade do jogo é algo criticado por muitas pessoas – muito embora ela seja utilizada de maneira bastante correta! Os desenvolvedores adotaram algumas atitudes interessantes para deixar o jogador sempre alerta do perigo. Talvez a mais óbvia delas seja a falta de auto-regeneração, o que deixou muita gente da gereração Call of Duty perdida. Aqui o jogador tem à disposição um estoque limitado de seringas para recuperar vida – acabaram as suas? Te vira! Ninguém disse que a vida de mercenário na África seria fácil.
Foi dada bastante atenção às armas. Em nome do realismo, aqui não tem aquela típica mira virtual para ajudar o jogador, é tudo no olho. As armas também possuem tempo útil e desgastam com o tempo, podendo travar em momentos aleatórios – há poucas coisas no jogo que causem tanta tensão quanto estar no meio do fogo cruzado e de repente sua arma parar de funcionar! Esse é outro recurso criticado pela turma do mimimi, mas que na realidade acrescenta uma imersão ímpar ao mundo do jogo.
E ainda há o elemento da malária. Seu personagem é infectado com a doença logo quando chega ao país, e a partir daí ele sofrerá surtos durante o jogo – portanto é bom que você tenha sempre remédios à mão, pois caso contrário é game over. Um elemento único, e que mais um vez auxilia na total imersão do jogador.
Eu poderia terminar o texto aqui dizendo que o jogo é tudo de bom, mas seria mentira. O grande ponto contra do jogo são suas missões incrivelmente repetitivas. Pode ter certeza de que você irá para o mesmo lugar mais de uma vez, fazer as mesmas coisas. As missões variam basicamente entre matar alguém, pegar algo e destruir algo. Acredito que isso acontece porque a Ubi pensou primeiro no cenário, na tecnologia, pra só depois pensar em o que fazer com isso tudo. Um erro grave. A solução que encontrei foi jogar moderadamente, pois fazer muitas missões de uma vez acaba deixando o jogo bastante chato. O resultado disso é que comecei a jogar em dezembro do ano passado e até agora não terminei.
Far Cry 2 foi lançado em 2008 e hoje está super em conta, podendo ser facilmente encontrado a preços muito bons.