Um rolé por alguns dos seriados da atualidade!
Eita, novamente forças cósmicas da vida e do universo me impediram de postar aqui no blog por quase duas semanas. Felizmente as coisas estão de volta a rotina estabelecida pré ruptura do caos, com antivírus checado, parafusos apertados, contas pagas, afazeres em dia e com isso surge aquele momento de dizer “calma, que o conteúdo vai retornar se nada mais despencar do nada!“. Então amigos, amigas e seres estranhos que me acompanham nesse espaço, vamos conversar um pouco sobre seriados americanas, que basicamente foram as únicas coisas que consegui assistir nestas últimas semanas de desordem do meu mundinho.
Vai rolar spoilers? Quase nenhum, talvez sobre algumas poucas séries, mas eu aviso antes de soltar e nada que vá estragar sua experiência caso você leia sem querer (querendo). Posso citar alguns eventos de forma indireta, sendo assim só quem acompanhar determinado show vai entender quais cordas estarei puxando. Ah e apesar de ter assistido a muitos outros pilotos, incluindo alguns recomendados pelos leitores aqui do blog, não irei abordar nenhum neste texto. As postagens sobre pilotos de séries vão continuar saindo separadamente, seguindo a regrinha estabelecida nestes links, sendo que o texto dos próximos dois pilotos já está em produção.
É preciso lembrar que sou meio bitolado por séries americanas. Vejo muito seriado desde a década de 90, passando por fases de altos e baixos, já que a qualidade desse tipo de programa varia bastante. Dá para dizer que estou mais contido atualmente do que em 2011 quando escrevi este texto para o blog comentando 44 séries numa só tacada (lembra disso?). Tanto que para produzir esta postagem consegui filtrar e escolhi 23 séries que estão servindo como base e estrutura para a montagem do texto, ou seja, talvez nem use todas. Há muito mais séries que ficaram fora da lista? Sim, bem mais, mas em geral são programas de baixa prioridade, aqueles que assisto de vez em quando, podendo levar meses entre um episódio e outro, sendo que até escolhi alguns destes casos para mencionar por aqui também. É o caso de séries que foram bacanas no passado e se desgastaram com o tempo e ainda não forma canceladas e ainda não tive a coragem de desistir delas.
De onde tiro tanto tempo para ver tanto seriado? É um daqueles casos de trocar uma coisa por outra. Soma-se ao fato de que não vejo TV aberta (novela, telejornal, programas de qualquer tipo). Sou realmente alienado no que diz respeito a atual TV brasileira, tendo conhecimento de alguma curiosidade ou detalhe específico quando o mesmo viraliza pela web. Ajuda muito também não ser escravo da TV a cabo, com dias específicos e comerciais. O que significa que a internet me ajuda muito nisso, e sem hipocrisia sobre o assunto, na qual posso abordar algum dia aqui no blog, mas é a forma como o mundo acontece hoje em dia. Mas no geral, é um bloco de horário livre que tenho diariamente onde posso escolher jogar videogame, ler, ficar na internet ou assistir TV. Ultimamente tenho me empolgado mais com a última opção…
O grande barato dos seriados americanos é a alta diversidade de gêneros, temas e formatos. Séries policiais, fantasia, super-heróis, comédias dos mais diversos tipos, ficções e assim por diante. Comentei aqui no blog em outubro do ano passado sobre Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. e como a série começou com expectativas tão altas por tanta gente e como tudo ali parecia fraco e tímido (foi neste link). Passados meses e 18 episódios posso dizer que o saldo do seriado melhorou, mas não tanto quanto claramente as expectativas gostariam quando o programa estava em desenvolvimento.
A ideia de uma série que se passa no mesmo universo dos filmes blockbusters da Marvel é muito bom, porém é uma tarefa completamente difícil de se realizar sem os personagens que são usados nos filmes em si, com personagens que também não se comunicam muito bem com as produções hollywoodianas da Marvel. A ideia de usar a ponta do agente Coulson vindo direto dos filmes dos Vingadores é uma boa sacada, só que isso tirou o personagens dos novos filmes produzidos no que a própria Marvel dizer ser a segunda fase dos filmes para o cinema, tornando ele algo apenas paralelo a tudo que rola no universo em questão.
E como os custos de uma série de TV é muito menor que os custos do mundo do cinema, não dá para chamar um Tony Stark ou qualquer outro personagem principal para fazer uma pontinha. Nem mesmo Nick Fury dá para ter como presença constante, tendo rolado apenas uma pontinha apenas no começo quando a série precisava de divulgação. Com tanta limitação, é até impressionante que a série tenha durado até aqui.
Se Agents of S.H.I.E.L.D. não precisasse tanto desse mérito de andar junto com o universo Marvel no cinema, talvez a série fosse melhor. Os personagens e a trama cresceram em 18 episódios e a costura em cima do mistério da ressurreição de Coulson e dos segredos da S.H.I.E.L.D. são realmente interessantes. A produção conseguiu criar seus próprios personagens e vilões e que funcionam com tudo que o show tem a premissa de ser. Só que tudo parece tão desnecessário e sem qualquer propósito sendo que a série não influencia nada, o universo principal Marvel e essa é a questão que faz o programa ser tão vazio.
Um bom exemplo é a trama que se iniciou a partir do episódio 17 que claramente revela parte da trama e trabalha com acontecimentos demonstrados em Capitão América 2, que recém estreou nos cinemas. Basicamente você precisa ir ao cinema ver o filme do Capitão América antes de começar a ver o episódio 17, caso contrário, a série estraga parte da experiência do filme. E isso não é algo bacana. E olha que indiretamente isso também aconteceu com Thor 2, mas foi muito mais sutil.
Enfim, a série sofreu um salto de qualidade que merece elogios, entretanto ainda é uma estrutura amarrada de forma errada, presa num formato de seriado que podia ser mais ousado. O que era pra ser uma expansão do Universo Marvel na TV, na verdade é somente uma história isolada de tudo, que não influência nada do palco principal desse universo.
Pulando agora de universo e indo para a DC Comics tem Arrow que mostra uma história alternativa aos quadrinhos para Oliver Queen, o Arqueiro Verde. E bota alternativo nisso, porque tem muita coisa em Arrow que nem faz questão de parecer ou se assemelhar com os quadrinhos do Arqueiro Verde. Se bem que a DC também já bagunçou tanto com origens e fases desse personagem que fica difícil dizer que só existe um Arqueiro nos quadrinhos. Particularmente gosto muito da fase do Oliver pré-reboot, seguindo os acontecimentos após sua ressurreição, crise de identidade, 1 ano depois e seu casamento com a Canário. Depois implodiram tudo que a fase Os Novos 52 nem consegui ainda entender tudo que se passa nesse universo do personagem e porque é tudo tão insosso até onde acompanhei.
Sendo assim, com a fase 52 do Arqueiro em mente, posso dizer que Arrow se saiu melhor que a fase dos quadrinhos do personagem que me fizeram dopar (temporariamente) a leitura de suas aventuras nessa mídia do papel, ainda que não chegue aos pés da fase citada no parágrafo anterior. A bem verdade é que Arrow tem um começo muito ruim, com vários episódios de encheção de linguiça em seu primeiro ano até tudo culminar num filme bacana, encaixando todos os personagens mal costurados ao longo dessa temporada inicial.
E aí começa a segunda temporada. Vi 15 episódios e parte da proposta inicial do personagem muda pelos eventos do final do ano um. O Arqueiro não mata mais (ou tenta) e muitos novos plost e tramas são criados no segundo ano para segurar e tornar a história mais interessante e num ritmo que se assemelha bem melhor ao gênero de super-herói dos quadrinhos. Não posso dizer que não há enrolação ou pisadas ruins em episódios sem qualquer propósito, afinal isso são elementos normais dos seriados americanos que se amarram numa temporada maior do que deveria, com 22 episódios. Claramente Arrow seria uma série muito melhor se fechasse em temporadas menores, entre 15 a 16 episódios apenas.
Uma grande pergunta é se Arrow é melhor do que Smallville, uma série que muita gente largou pela metade e não deu mais chance para ver todas as fases que o seriado passou. Eu vi Smallville até o fim e gosto muito mais do meio para o fim do que do começo até o meio, quando os episódios se limitavam ao humano da semana infectado por kriptonita. Prefiro bem mais a fase da séria em Metrópolis, com a Lois Lane, ainda com suas enrolações e forçação de barra (devido aos custos de produção). Dito isso, acho que Arrow é uma série com o pé certo, sem apelar para bobagens juvenis demais ou personagens bobocas. Tem um clima mais sombrio e tenso do que Smallville, e que pode criar um clima certo para um novo universo DC na TV, tanto é que dele vai se originar uma nova série do Flash.
E antes de pular para um outro gênero, gostaria rapidamente de elogiar a série animada das Tartarugas Ninjas na Nickelodeon. Mesmo animado com o novo filme nos cinemas, acredito que a Nickelodeon conseguiu fazer a melhor adaptação das Tartarugas Ninjas que já vi até hoje. Tem muito ali dos quadrinhos originais, assim como das várias versões que essa franquia teve. Vários eaters eggs e homenagens aos muitos anos que esses personagens possuem no mundo pop. O primeiro ano termina com uma tensão bem empolgante, envolvendo as origens do Mestre Splinter e do Destruidor, e no segundo ano esse universo continua se expandindo para novos personagens e reviravoltas, como a entrada do Cassey Jones a história. O final duplo do segundo ano apesar de não chegar a lugar algum na trama principal é empolgante e divertido. Pra mim, é uma série obrigatória aos fãs dos personagens. Muita gente pode achar que por se tratar de uma produção de um canal infantil o show é feito apenas para crianças, mas isso é um engano dos grandes. Essa nova versão das Tartarugas Ninjas foi criado e pensando em agradar um público de 8 a 80 anos. É realmente impressionante. Quem viu e não curtiu, me diga as razões nos comentários, porque é uma série que não consigo encontrar defeitos que precisem ser frisados.
No que diz respeito as séries de comédia acredito que existam muitas séries medianas por aí, as vezes com potencial para crescer, outras que se perdem por completo no tempo, entretanto acredito que a grande questão deste tipo de programa é a predisposição que o espectador tem para assistir a esse tipo de programa. Se estiver de bom humor, até mesmo a mais fraca das séries vai te fazer sorrir. Ao menos é assim que funciona comigo. Claro que mais uma vez ajuda a diversidade de opções. Ficar vendo a mesma série de comédia várias vezes e somente ela a faz ficar manjada e as piadas repetidas.
Por exemplo, não é de hoje que tenho a impressão de que The Big Bang Theory meio que estagnou. A série ainda tem graça, mas não tem rumo. Não que ela precise partir e chegar a algum lugar, mas sem isso cria-se uma dinâmica repetida entre situações e piadas episódio após episódio. Dito isso, tenho a ligeira impressão que a temporada atual (sétima) deu uma ligeira melhora, colocando os personagens em novos tipos de situações e criando um rumo para o Sheldon em geral, seja com sua relação com Amy ou a sua relação com seus amigos e a convivência de Leonard e Penny como um casal, outra questão que a série também vagarosamente tenta criar um meio de amadurecer e crescer, sem estragar a fórmula do grupo de personagens.
Diferente talvez seja situação de 2 Broke Girls que chegou em seu terceiro ano bem, sendo que a série tinha em si uma meta (a loja de cupcakes) e as protagonistas conseguiram e agora meio que os episódios apenas estão seguindo um fluxo até uma nova grande meta surgir ou não. Meio que os produtores conseguiram cria uma solução para que a dinâmica do grupo de personagens não mudasse, mesmo com os rumos da história, que continua criando situações engraçadas, mesmo que haja também problemas com repetição em excesso de certas gags. Porém 2 Broke Girls ainda é uma série relativamente nova e ainda pode explorar muitas coisas. É bem diferente de uma série com 7 anos no ar, como o caso do parágrafo acima.
Aí tem os casos de séries que sempre geram polêmicas, como New Girl que a princípio surgiu como uma série cheia de expectativas que não foram cumpridas e que demorou para encontrar seu próprio ritmo. Particularmente ainda acho bem engraçado alguns episódios e a dinâmica do casal Jess e Nick, porém ficam achando que o personagem do Schmidt perdeu bastante rumo desde a última temporada e me pergunto se realmente precisava desse draminha dele com a Cece sendo uma sitcom de comédia. Indo mais longe, estava gostando da namoradinha do final da temporada passada, que era uma antiga namorada. Essa terceira temporada de New Girl ainda teve alguns desajustes no ritmo de alguns episódios para que o personagem Couch (lá do piloto) voltasse para a série. Não foi uma má ideia, ainda que o personagem em si precise ainda de maiores ajustes dentro da dinâmica do grupo.
Outra série de altos e baixos é Community, que novamente criou altas expectativas para seu retorno na sua temporada de número 5 por causa do retorno do produtor original da série, mas com a saída dos personagens Pierce e Troy parece que o grupo principal de personagens perdeu ritmo e força. Não engulo o Chang contido por sinal, acho que esse é um personagem que deveria pirar e tacar fogo em tudo sempre e não é o que vem rolando na temporada. Assisti, até o momento, apenas 9 episódios dos 13 da quinta temporada. Diria que a temporada começou bem, mas perdeu muito fôlego assim do episódio de despedida do Troy. Community a cada ano é renovada por um triz… será que a série realmente merece mais uma temporada? Não sei, acho que já vi e fiquei satisfeito com a jornada da série até aqui. Aqueles episódios épicos ficam cada vez mais raros…
Aí tem Cougar Town, a série da Monica do Friends que ninguém parece assistir, mas por algum motivo eu curto. No geral acho uma série despretensiosa, as vezes feita apenas pelo besteirol dos personagens em si. Ela não se leva a série e fica na galhofa em 99% do tempo e considero isso algo bom. Os personagens funcionam nessa situações absurdas que o show possui. É uma série que assim como Community sempre está em perigo de cancelamento.
Não posso deixar de citar rapidamente outras três séries da temporada de setembro de 2013 que terminaram ou estão em vias de terminar sua primeira temporada. Super Fun Night, Brooklyn Nine Nine e The Crazy Ones. O bacana destas séries é que cada um possui uma pegada diferente e possuem características próprias. Super Fun Night segue nos moldes de Cougar Town, com personagens absurdos em situações absurdas que criam o tom de humor da série. Porém, mesmo com o humor bizarro e estranho, a série ao contrário de Cougar Town levanta algumas questões sobre a forma como as pessoas tratam com preconceitos certos estereótipos da sociedade moderna, tanto que a protagonista é uma gordinha que apesar de sempre levar a pior e viver em torno de pessoas que as vezes a tratam mal só porque ela é gordinha, a personagem tem uma personalidade forte, que aceita o que é e não tem vergonha de si mesmo. É uma série de humor sobre aceitar a si mesmo, independente do quão diferente você seja dos padrões impostos pela sociedade. A meu ver a série tem uma ousadia sem tamanho e isso é muito legal.
Depois vem Brooklyn Nine Nine que tem um piloto bem fraquinho, mas depois que os personagens encontram seu ritmo o seriado fica tão engraçado e genial quanto The Office foi um dia. Apesar de ter mencionado The Office, a série não tem aquela brincadeira de quase quebrar a quarta parede fazendo de conta que a série estava sendo documentada como algo real. Mas é uma série sobre pessoas e seu ambiente de trabalho, no caso uma delegacia e seus detetives estranhos e tipinhos, novamente, bizarros. É uma série dos criadores de Parks and Recreation (outra excelente série que ficou de fora da lista desta vez), com Andy Samberg como o carro chefe da história, ator que fez muito sucesso em Saturday Night Live. Parece que o show realmente foi criado para girar e usar o máximo o talento do Samberg e funcionou. Tem o tipo de humor que o personagem possui e por isso deu certo. Sem precisar recorrer aos recursos narrativos de The Office e Parks.
Por último, The Crazy Ones que coloca Robin Williams, ganhador do Oscar e ator de cinema, na TV americana semanalmente fazendo também o tipo de humor na qual o ator se sente extremamente confortável. O elenco de apoio conta com Sarah Michelle Gellar (a eterna Buffy) e Brad Garret (o irmão de Raymond do clássico Every Body Loves Raymond) também entra para o show após os primeiros episódios e casa perfeitamente com o humor de Robin. A série aparente ter bastante improviso, tanto que no final de cada episódio mostra erros de gravação do episódio em si, um diferencial muito bom para esse tipo de programa. É diferente, engraçada com um humor mais sagaz e que funciona muito bem devido ao seu excelente elenco.
Mudando de gênero, é oportuno comentar sobre o boom das séries de fantasia e ficção. Aqui se encontram séries como Once Upon a Time, Game of Thrones, Revolution e até mesmo The Walking Dead. Há muito mais, porém escolhi comentar rapidamente sobre estas citadas. A começar por Once Upon a Time que é uma série que possui a proposta de reinventar as fábulas e contos de fadas adaptando-os a uma certa dose de realidade e interconectando todas as histórias de fantasia num só mundo, ainda que certos reinos e mundos sejam mundos paralelos, porém acessíveis dentro da realidade desse universo criado.
A princípio Once pode parecer uma série cansativa e realmente ela se desgastou um pouco lá pelo final de sua segunda temporada. O formato da série é muito parecido com o modelo que Lost usou ao contar uma história tanto no presente, como no passado para contextualizar os personagens em si. É um modelo que funcionar até certo momento e depois perde um pouco de força. Até mesmo Lost teve que abandoná-lo mais próximo do fim porque já não havia mais o que contar sobre o passados dos personagens.
A grande sacada de Once nem é seguir um modelinho pré-estabelecido em Lost, até porque a série não possui mistérios e enigmas que instigam o espectador, mas em recriar personagens famosos das fábulas em novas adaptações e reuni-los com outros que você nunca imaginaria que fosse possível, além de trazer versões mais sombrias desses clássicos. Como é o caso do arco de Peter Pan que recentemente foi concluído no meio da terceira temporada.
Admito que foi uma boa sacada mudar um pouco a ambientação da série, que passou metade do terceiro ano na Ilha dos Garotos Perdidos e contextualizou muito toda a história do universo de Peter Pan, sem quase nada daquilo que todo mundo conhece pela versão Disney. É óbvio que não é fiel ao conto original, mas foi uma excelente versão e adaptação. E adorei a conclusão de todo o arco. Se a série acabasse exatamente com a resolução e o destino de Storybrook teve no final do arco, poderia dizer que a série teve um final quase perfeito (faltaria apenas amarrar algumas pontas de alguns personagens). Só que a série não acabou e agora pulou para outro conto, o do Reino de Oz. Mas aí voltou tudo como era antes e estou achando os episódios atuais um tanto quanto enfadonhos. Volta toda aquela dinâmica e ritmo de cidadezinha amaldiçoada, vilã que ainda não me convenceu, personagens sem qualquer foco ou objetivo e pior, parece que até que os produtores não consegue culhões para matar personagens, que existem aos montes pela série, mas somente os coadjuvantes sem grande destaque podem bater as botas. Enfim, Once Upon a Time é uma série divertida, mas que não tenho ânimo ou força para ver semanalmente. Espero realmente acumular episódios e vejo quando sinto saudades da premissa principal do programa.
Hum, o que dizer sobre Game of Thrones? A princípio não acho que seja a série mais empolgante de todas ou nem que seja a melhor da atualidade. É sim extremamente bem produzida e tem uma qualidade acima da média, mas não é a série que paro o que estiver fazendo para assistir. Alias há poucas séries assim hoje em dia, não? Lembro da sensação empolgante assistir Buffy, Angel e os primeiros anos de 24 Horas, quando tudo parava no momento que cada episódio destas séries se iniciavam.
Acho que o grande barato de Game of Thrones é realmente a ideia de que qualquer personagem pode morrer devido a enorme quantidade de personagens marcantes que o programa possui e na grande capacidade que existe em se criar novos bons personagens. Morre 1, porém mais 2 personagens surgem. Fora todo a produção de ponta, desde efeitos especiais, figurinos e cenografia. É quase um filme cortado em dezenas de partes. E o fato das temporadas serem curtinhas, funciona e deixa as pessoas ainda mais agonizadas em esperar quase um ano por novos episódios.
Agora não vou tecer muitos comentários sobre a nova temporada que acabou de estrear, até porque é jogar spoilers na cara de quem ainda teve tempo para dar uma espiada no que está acontecendo, mas tenho que comentar uma única coisa e se você ainda não entrou na quarta temporada, pode encerrar esse parágrafo por aqui. Só digo que curti e não curti uma das novas mortes mostradas no começo dessa temporada. Sinceramente gostaria que o terceiro ano tivesse se encerrado com essa morte, pois último episódio da temporada passada foi fraquinho (o casamento vermelho não foi o último episódio da temporada caso você não se recorde). Outra questão é que foi uma morte “rápida” demais. Não era assim que imaginei que aconteceria. No mais, nem mantenho teorias ou expectativas para o que vem a seguir em Game of Thrones. Apenas assisto esperando a próxima morte ou reviravolta inesperada da trama, afinal essa é a minha diversão com a série.
Revolution: aí está uma série estranha, pois começou de um jeito e atualmente parece ser outra coisa. Quer dizer, talvez não, mas enfim, é difícil definir se a série tem algum rumo dentro de sua trama central. A premissa da série é de um mundo sem eletricidade, causada por um fenômeno que é explicar ao longo da primeira temporada e na qual não vou revelar aqui porque. Veja e entenda.
O primeiro ano trabalha com duas tramas, um resgate de um personagem capturado por forças que tentam dominar essa região dos Estados Unidos, pois sem eletricidade, não há mais governo. E o mistério do que ocorreu com a eletricidade no mundo todo. As duas tramas são resolvidas ao longo da temporada, e no final novas tramas e pontas soltas são criadas para a segunda temporada.
E é assim que o segundo ano da série se inicia. Uma possível nova ordem foi criada com os eventos da temporada anterior. Personagens fazem novas alianças, outros morrem, e novos vilões e inimigos surgem de várias direções. Não estou em dia com os episódios, mas até onde vi, gostei demais do conceito de uma inteligência artificial sendo criada “do nada” (ou da força do pensamento de um personagem? não me parece plausível). Não que isso esteja fora do contexto do programa, afinal o mesmo brinca com Evolution e Revolution na abertura da série. E é exatamente essa parte tecnológica numa história sem eletricidade que mais desperta a minha atenção, ainda que o grande foco da série seja pelo domínio de terra e do poder de governar que certas pessoas possuem num mundo se governo.
Só acho uma pena que Revolution trabalhe um universo tão macro de uma forma micro. Em nenhum momento é mostrado como outras regiões do globo vivem ou foram afetadas por esse fenômeno que devastou a eletricidade do planeta. Tudo é trabalhado apenas no foco da origem e dos personagens que podem resolver isso. Dá para se fazer um exercício criativo e pensar no quanto de novas histórias podem sair de um universo assim, mas a série investe apenas nos mesmos personagens, e nos mesmos plots. Me parece um desperdício de potencial. Quem sabe mais para a frente a coisa se expanda.
Um bom exemplo de expansão de universo foi essa nova temporada de The Walking Dead. Finalmente saímos daquela prisão que nos segurou por quase duas temporadas inteiras. Finalmente alguns desfechos e uma renovação na fórmula da série nesse finzinho de quarta temporada. O caso é que acompanho as HQs de The Walking Dead, então parte do que vem a seguir eu consigo imaginar, ou seja, não é nada muito surpreendente pra mim, porém ainda é empolgante ver os rumos e as diferenças que a série na TV possui dos quadrinhos. Vale inclusive a leitura de um texto sobre o assunto que fiz para o blog ano passado comparando um pouco a HQ com a série e porque ambas são válidas de se acompanhar (clique aqui).
Enfim, curti bastante a quebra da fórmula nos episódios finais dessa temporada, dividindo todo o grupo de protagonistas e trazendo assim múltiplas histórias que se juntam ao final da temporada. E personagens que habitualmente não tinham aquele ritmo de interação quando o grupo estava unido. Ficou realmente bacana o formato e a narrativa. Agora é ver e esperar a próxima temporada e as novas locações. E descobrir quem morre e quem continua na história da TV, porque nos quadrinhos tem personagens da série que já morreram há tempos, e o próximo arco dos quadrinhos tem uma morte que causou impacto na época em que a revista foi lançada e esse personagem está vivo na série da TV para passar por isso caso os produtores acham válido sua morte. Será?
Para concluir esse papo aleatório quero passar ainda mais rápido por algumas outras séries que talvez merecessem um pouco mais de espaço, mas como o texto da matéria está muito maior do que achei que estaria nesse ponto, preciso encurtar o ritmo para acabar o post e partir para novos posts.
Terminei recentemente a primeira temporada de Perception e UAU que final excelente! Me lembrou daqueles bons season finales de House M.D. nos bons tempos da série, quando você acha que sabe o que está acontecendo, mas na verdade não sabe de nada! Perception pode ser enquadrada como uma série policial, com um caso a cada episódio, mas o diferencial dela é que o protagonista é um professor de neurociência (estudo do cérebro) e ele aplica isso nas resoluções de casos de homicídio em parceria de uma amiga do FBI. Só que esse personagem sofre de esquizofrenia, tendo alucinações e as vezes não é fácil pra ele distinguir o que é ou não a realidade. Tem muito dos bons anos de House na séria, só que ao invés de casos médicos, são casos policiais e sempre envolvendo a questão de percepção e da psicologia do cérebro humano. O primeiro ano é curtinho, com 10 episódios e a segunda temporada, que ainda não comecei a ver, tem 14 episódios. E a série já tem garantido a sua terceira temporada que estreia em junho desse ano.
Também preciso recomendar The Following, com Kevin Bacon e James Purefoy, que é uma série de gato e rato. É uma série sobre um ex-policial e um serial killer. O primeiro ano tem toda uma tensão bacana, mesmo que no início as coisas pareçam manjadas e até forçadas, a temporada acaba encontrando seu próprio ritmo e fica imperdível lá pelo meio da temporada. Rola inclusive mortes inesperadas e reviravoltas empolgantes até culminar no fim de temporada com um gancho bem escroto para o segundo ano. Gancho este que se tivesse assistido na época e me ver obrigado a esperar meses pela estreia da nova temporada teria ficado muito insatisfeito. Por sorte vi a temporada com atraso suficiente para emendar ambas temporadas e agora acompanho ela com mais calma. A verdade é que ela enfraqueceu um pouco na segunda temporada, mas ainda assim é divertida o suficiente para que valha a pena continua vendo e apostando quando alguém vai morrer ou quando uma reviravolta vai rolar. Afinal é isso que todo mundo espera nesse tipo de programa.
Nem preciso vir aqui dizer ou recomendar House of Cards, até porque já o fiz algumas vezes aqui no blog, mas preciso dizer que a segunda temporada me causou um arrepio na espinha no final do primeiro episódio dessa nova leva de episódios. Culhões é pouco para definir o que aconteceu e quando Kevin Space quebra a quarta parede novamente é como se eu tivesse olhando dentro de um buraco de fechadura e fosse pego pela pessoa que estava espionando. Não é uma sensação fácil de conseguir com uma série de TV. Genial! Mas ainda não terminei a temporada (estou lá pelo quinto ou sexto episódio – sem pressa porque mais episódios só em 2015 se ela for renovada).
E resolvi ver uma série chamada The Blacklist, que começou em setembro do ano passado e tem James Spader naqueles papéis que são a cara do ator. Acompanhei muito pouco suas antigas séries, mas começo a fama de galhofa de seus personagens. Realmente a série tem boa parte de seu mérito graças ao personagem. Infelizmente vi poucos episódios até agora (apesar da série está terminando a primeira temporada com 22 episódios no próximo mês), e pelo pouco que assisti parece ser divertida, mas não é um programa que veria toda semana. De fato assisto um episódio ou outro quando me sobra um tempo. Espero que as coisas esquentem mais a frente, mas suspeito que seja o mesmo problema que toda série de 22 episódios possui, onde precisam encher muita linguiça para tantos minutos por temporada. Até mesmo a trama geral é meio confuso, com um dos maiores procurados do FBI se entregando as autoridades para auxiliar na busca por outros criminosos tão famosos quanto, enquanto parece ter interesse não explicado numa jovem agente do FBI, que também possui uma trama estranha com seu noivo que pode não ser o que ele aparenta ser. Confuso? Pois é… o começo é mal polido e é difícil se simpatizar com esse universo da série. Mas pode ser que isso mude mais a frente. Preciso ver mais episódios.
O que faltou na minha listinha? Ah! Séries ruins! Todo mundo tem uma série que sabe que é ruim, mas assiste mesmo assim. Revenge é um bom exemplo de série que tem muita gente que assiste, mas não admite abertamente. Mas eu não assisto Revenge. O que assisto é possivelmente pior: se chama Grey’s Anatomy. O grande culpado por estar acompanhando essa série até hoje é House, pois foi nesse clima de séries médicas na febre de House que comecei a ver Grey’s, que começou na mesma época. House se foi, mas Grey’s Anatomy continua até hoje, em sua décima temporada. E ela fica pior a cada temporada, cruzes! Essa é a série famosa por a cada temporada rolar grandes desastres no final de cada temporada. Chega a ser absurdo, mas enfim, tá na minha lista. É igual quando a gente acompanha HQs de personagens que já conhecemos e a fase de histórias é ruim ou jogos de franquias que gostamos mas são péssimos games. Essa é uma série que inicialmente era interessante pela febre de séries médicas de sua época e de personagens que acabei conhecendo e que até hoje estão na TV e que não abandonei sabe-se lá porque. É quase uma novelinha semanal. Sabe aquelas séries ou filmes que zoam novelas mexicanas e 2 minutos tempo tem um personagem ali vidrado na TV assistindo? É isso basicamente.
Agora tem outra série que não queria dizer que ficou ruim, mas ficou: Bones! Putz! Parei na oitava temporada e não consigo encontrar forças para continuar assistindo. E olha que já estão terminando a exibição da nona temporada. Parece que a série perdeu todo o carisma que tinha depois que a Bones ficou grávida e os produtores juntaram de uma forma estranho e bizarra Bones e Booth (termina uma temporada e retorna com eles juntos, assim do nada). Ah sei lá. A fórmula também enjoou, tal como House (novamente usando essa série como exemplo), com casos manjados e sem variações de narrativas.
Enquanto isso, também estou acompanhando Castle com ritmo de conta-gotas. (atenção: spoilers lá do meio da quinta temporada) Entretanto gostei bastante do episódio duplo com o sequestro da filha dele e da revelação de seu pai (fim do spoiler). Isso aconteceu a uma temporada e meio atrás, mas é o tipo de quebra de paradigmas que gostaria de ver mais na série e que convenhamos, uma série com uma fórmula clássica, depois de 5 ou 6 temporadas precisa mesmo de mais episódios assim. Castle sofre do mesmo caso de Bones e acabou se desgastando ao longo dos anos, mas ainda a considero bem mais divertida que Bones. Só não ficou mais na lista de prioridades para ver quando sobra um tempinho. Acho que estou esperando dar mais saudades da série para colocá-la em dia.
Para terminar, uma série que parece ruim, porque é uma série juvenil, mas que me divirto vendo os absurdos da trama é Pretty Little Liars, que conta a história de 4 garotas que perdem a 5ª amiga num misterioso assassinato e agora existe um figura oculta que está sempre as ameaçando ou complicando suas vidas. Na trama essa figura, conhecida como “A”, é uma dos grandes mistérios da série, sendo que vários personagens já se revelaram como falsos “A” e a série tem uma porrada de reviravoltas absurdas, do tipo que é tão ridículo, mas tão ridículo, que fica divertido pela situação que as personagens se metem. Existe um fator que torna as personagens extremamente burras, a ponto do espectador chegar na conclusão “não faz isso que vai dar merda” e as personagens fazem exatamente a pior decisão possível diante de tal situação que a trama as coloca. Não sei se a série é ruim ou se a trama é ruim porque é isso que a torna divertida de assistir, afinal se você tem protagonistas inteligentes e espertos, a trama acaba em meia dúzia de episódios, não? Enfim, foram quatro temporadas e o gancho para a quinta temporada promete exatamente mais do mesmo e isso não é necessariamente ruim!
Com isso termino esse papo maratona e totalmente randômico sobre alguns dos seriados que estou acompanhando ultimamente. Claro que muita coisa boa ficou de fora e por motivos diversos (séries que já comentadas recentemente e pilotos de novas séries), assim como deixei de fora algumas coisas ruins ou que não são tão ruins, mas que estão pausadas até ter espaço para tais seriados. Agora é a sua vez de participar e comentar um pouco das séries que acompanha e do que está achando delas em suas temporadas mais recentes.
obs: sei que ainda estou devendo um papo sobre torrents, pirate bay e afins. Isso ainda está na minha pauta para futuros textos. Esse assunto é um assunto que ainda estou trabalhando na abordagem apropriada, mas vai rolar isso em breve.
obs 2: relevem os muitos erros de digitação e ortográficos que esse texto provavelmente possui. Foram dois dias trabalhando direto nele para publicação o quanto antes. Pretendo fazer uma revisão nele numa eventual folga. Achei que seria sacana ficar segurando ele por mais dois ou três dias até a cabeça esfriar e conseguir ler toda a matéria com calma para poder revisar. Até para poder voltar as postagens pequenas e tranquilas do dia a dia do blog. Agradeço a compreensão.
É isso!