O retorno a Terra e a ciência com efeitos estonteantes!
Dando continuidade as postagens sobre pilotos de séries (veja outros textos aqui) nessa rodada escolhi uma série com uma pegada juvenil e uma série-documentário que me foi recomendando num comentário aqui no blog. Porém, diferente dos textos anteriores, no caso destas duas séries vou poder falar um pouco mais fora da experiência apenas do piloto em si, pois em ambos os casos meio que fui além e já assisti uns três ou quatros episódios de ambas.
| Sempre lembrando que são textos sem spoilers, para não estragar a diversão de ninguém! |
The 100 é uma série que estreou em março desse ano no canal CW, que é famoso por ter em sua grade seriados mais focado no público jovem. É de lá que surge séries que estão no ar como Supernatural, Arrow e The Vampire Diaries, e que também já foram pro túmulo como Gossip Girls e Smallville. Ou seja, há por aí um certo preconceito com as produções do canal. Mas eles são o que são, não dá para ver um seriado de lá, esperando um Dexter ou Californication que são produções de canais com uma outra pegada, no caso o Showtime.
Feito essa exposição, fica claro então que The 100 é feito para uma espécie de público próprio, só que isso não é necessariamente algo ruim. A série conta a história de um futuro onde a humanidade acabou devido a guerra e uma devastação tóxica que assolou o planeta inteiro. Os poucos sobreviventes se refugiaram na órbita da Terra, numa grande estação espacial chamada The Arc (A Arca). Porém muito tempo se passou, coisa de gerações, tipo Wall-E da Pixar. O plot da história se passa num momento crítico dessa estação, onde os recursos primários para a sustentação da vida dentro dela estão se esgotando devido a uma série de fatores e cálculos errados feito ao longos de anos de refúgio.
A solução do conselho que comanda o que restou da humanidade é mandar um grupo de 100 prisioneiros, todos jovens infratores, para a Terra, para verificar a sustentabilidade do planeta depois de tantos “não sei quantos anos” após o holocausto nuclear que devastou tudo. Se a vida no planeta for possível para este grupo de pessoas, a solução seria voltar ao planeta.
Apesar de aparentar que contei boa parte da história, essa é só a premissa do show. O piloto trabalha com esse primeiro contato com o planeta, enquanto apresenta os personagens principais, afinal, mesmo sendo 100 pessoas enviadas a Terra, menos de 10 personagens são trabalhados inicialmente, enquanto boa parte ali é só coadjuvante de fundo.
O bacana da série é exatamente esse universo original, onde temos jovens tentando formar uma nova sociedade num planeta inóspito, que apresenta alguns mistérios e perigos não previstos, enquanto o pessoal no espaço, que consiste basicamente no núcleo adulto da série, em descobrir o que está acontecendo na Terra enquanto encontram maneiras de sobreviver com os poucos recursos que a estação apresenta.
Os personagens são interessantes e possuem um background que vai sendo explicado aos poucos já nos primeiros episódios. Tudo ali acaba tendo um sentido. Não há nenhum dramalhão adolescente, mas há sim jovens querendo o poder, e como eram prisioneiros no espaço, não estão afim de ajudar quem ficou na arca. Enfim, vale dar uma olhada no piloto. Tem uma pegada meio Lost, do tipo sobreviver num ambiente que não aparenta ser o que realmente é, tem uma drama meio Battlestar Galactica do tipo que quem ficou no espaço vai morrer logo se ninguém na Terra der um sinal, além de jogos de poder de um querer achar que sabe o que é melhor para os poucos que restaram da raça humana. Tem aquela parte juvenil de personagens fazendo burrices e tal.
Pode parecer meio bobo, mas saindo um pouco do piloto e indo alguns episódios mais a frente, tem alguns momentos bem impressionantes, do tipo de mortes em massa e de uma reflexão interessante sobre até onde o ser humano vai para garantir a sua sobrevivência e quando escolhemos morrer para que as pessoas que amamos não sofram. O plot no espaço chega a ser bem tenso, enquanto o plot no planeta com os jovens possui algumas reviravoltas inesperadas, como mortes e situações dentro do ambiente em que eles estão. Há perigos dentro e fora do grupo. Enfim, vale espiar!
Ah, The 100 já foi renovada para uma segunda temporada, sendo que a primeira terá apenas 13 episódios.
Já Cosmos: A Spacetime Odyssey é um gênero de seriado que admito não acompanhar com a frequência que talvez devesse. Trata-se de uma nova releitura de uma famosa série em formato de documentário produzida na década de 80: Cosmos – A Personal Voyage. Resumidamente ela tem como proposta fazer o espectador rever a ciência de uma forma que jamais veríamos nas escolas. Ela dá uma nova perspectiva a certos aspectos da vida como um todo pela visão da ciência.
O grande barato é que ao contrário do Cosmos da década de 80, essa nova versão tem em seu poder recursos de efeitos especiais e edição que são absurdamente impressionantes a ponto de certos momentos você se pegar pensando que é montagem e o que é realidade nas imagens mostradas pelo programa.
A linguagem utilizada na série é também outro ponto positivo, já que ela conversa com qualquer leigo no assunto, sem parecer que o espectador é um imbecil por não entender a matéria em questão. Ela é produzida exatamente para dar compreensão a coisas complexas do mundo da ciência. E o piloto acerta na medida exata ao explicar e dimensionar o espaço-tempo do universo e de toda a dimensão do cosmo e da insignificância que talvez o ser humano seja dentro de uma dimensão muito maior daquilo que não conseguimos ver. Acho um barato quando até mesmo dimensões paralelas são mencionadas no piloto como sendo algo que podem existir e nós apenas não temos maneiras de ver ou enxergar através de tal acontecimento.
É realmente um modelo de documentário que impressiona e causa reflexões naquilo que jamais paramos para pensar. Mostra a qualidade do gênero documentário elevado ao uma potencia absurda. Porém, como mencionei lá no começo, já tiver uma oportunidade de ir além do piloto e digo que apesar de um excelente episódio-piloto, os dois episódios seguintes não me causaram tanto impacto quanto o piloto. Talvez seja o fator novidade que já tenha passado, não sei. Novamente reforço que é um gênero que não tenho o hábito de ver, mas que mesmo assim fiquei bastante impressionado.
Até porque falar de ciência é sempre algo muito aberto. Há temas interessantes e temas não tão interessantes a minha pessoa. Independente de tudo isso, essa sim é uma produção que adoraria ter em blu-ray em altíssima resolução, para ver e rever com o passar dos anos. Será que dá para sonhar com algo assim sendo lançado no Brasil? Compraria na certa!
E aí? Já viu alguma destas séries? Deixe sua opinião nos comentários e recomende aí outros pilotos para que eu dê uma olhada!
É isso!