Mais um ano de conferências onde a expectativa sempre me quebra… não aprendo mesmo!
Gente, chega junto aqui. Primeiro: são exatamente meia-noite o momento na qual inicio esta postagem. Segundo: está sendo feito com o “sangue quente”, então presuma que a minha opinião pode mudar a qualquer momento. Terceiro: é a minha opinião apenas, o que não significa que é a uma verdade absoluta ou que tenha peso maior que a sua opinião. Dando prosseguimento então, gostaria de tecer algumas palavras sobre o saldo do primeiro dia desta semana que abre a E3 (Electronic Entertainment Expo) na qual rolaram quatro conferências de grandes tubarões desse mercado de games: Microsoft, EA, Ubisoft e Sony.
Ao contrário dos anos anteriores, na qual o Portallos tinha uma equipe para cobrir o evento e mais tempo de sobra do que qualquer pessoa tenha hoje em dia, vocês já devem terem percebido que não deu para criar aquelas postagens em tempo real, ficar no twitter cobrindo tudo, avisar dos horários ou dar uma cobertura maior e mais parruda este ano. Infelizmente acontece.
Não ajuda em nada também o fato de estar exausto por estar trabalhando diariamente e secretamente num novo Portallos que deve estrear muito antes do que você pode imaginar e… ops, parei aqui. Isso é uma novidade que nada deve gerar expectativas ou hyper desnecessário. Vai acontecer quando acontecer e vai ser melhor do que algumas coisas que obviamente não estão legais agora. Enfim, apenas dei essa base pra explicar porque a cobertura aqui no Portallos da E3, excepcionalmente este ano, não será igual os anos anteriores.
De qualquer forma, os vídeos e trailers mais legais, as notícias que mereceremm maiores opiniões e reflexões, e aqueles cutucões da oitava geração irão continuar pipocando aqui ao longo da semana. Talvez não tão ágil quanto deveria, mas vou me esforçar para mostrar os pontos principais de tudo, na minha opinião é claro.
Dito tudo isso, hoje, uma segunda-feira, quatro conferências, dia normal de trabalho e mais aula noturna no curso de web, fiz dentro do possível para me pontuar sobre tudo que foi mostrado de pertinente neste primeiro dia. Coisas boas surgiram, outras nem tanto e muita coisa ficou meio sem graça, tudo graças a porcaria dos rumores que antecedem a E3 e aquela expectativa desgraçada de sempre.
Resumidamente foi um excelente dia para reafirmar que ainda vou ter excelente jogos vindo por aí para o Xbox One. Forza Horizon 2, Sunset Overdrive e Halo Master Chief Collection serão os meus blockbusters de final de ano. Há muitas coisas legais vindo, em especial do cenário indie, mas são tantos títulos que é muito fácil se perder e convenhamos, indie por indie não justifica a compra de um console como o X1 ou o PS4. Eles são um aperitivo mais do que bem vindo, mas estão longe de sustentar sozinho tais plataformas.
Das quatro conferências de hoje, acredito que a Microsoft tenha se saído melhor. Ela apresentou três grandes blockbusters para ainda esse ano. Mostrou multiplataformas de peso. Deu o espaço aos indies meio que se desculpando por esquece-los ano passado. Soma-se a tudo que ela já andou fazendo semanas antes de sua conferência, como aperfeiçoamento de suas políticas da Xbox Live, updates fodas para o Xbox One, programas de games na faixa etc. Algumas coisas ficaram pra 2015, como Fable Legends e Halo 5, mas sinceramente, não precisa mesmo encaixar tudo para esse ano. Dá pra segurar e brincar um pouco mais com o que ficou mais fácil produzir e lançar esse ano, na qual nem consigo considerar como segunda safra da oitava geração. Dá pra ficar mesmo como safra 1.5 de novos games.
O anuncio de novos títulos como Phantom Dust e Crackdown 3 foram legais, mas estão aquém do impacto que teria se tivessem colocado um teaser em CG do próximo Gears of War. Só para saber o que poderemos ver no futuro de sua segunda maior franquia. Outra infelicidade foi descobrir que os rumores de um Battletoads Remastered não são reais, ou pelos menos não para agora. Que pena de verdade. Vem ano, passa ano e eu queria continuar acreditando que a Rare algum dia vai voltar e nos presentear com Kameo 2, Banjo-Kazooie 4, Viva Piñata e Conker’s. Este último que por sinal apareceu em Project Sparks, mas de uma forma tão acanhada que mais me deixou desconfiado do que animado. Os vídeos e trailers ficam para um outro momento ainda dessa semana, mas estão aí por toda a internet.
Fora isso, tivemos conferências da EA e Ubisoft. Todas com um impacto muito menor do que suas conferências de anos anteriores. A mais chata de longe foi a da EA, com os mesmo games de sempre, com franquias manjadíssimas, sem apresentar algo necessariamente novo. Battlefield Hardline parece excessivamente xarope e aparenta ter uma desvantagem gigante frente a proposta do novo Call of Duty: Advanced Warfare. Posso estar enganado, claro, mas foi esse o meu sentimento a uma geração onde tais franquias são meio que o câncer desse mercado, que só aposta em mais do mesmo.
Na EA senti uma tristeza ver que os novos Mass Effect (que talvez não tenha esse nome) e Mirror’s Edge 2 estão longe de ficarem prontos e ainda devem levar entre 2 a 3 anos até vermos algo realmente mais concreto. Tudo apenas em arte conceitual, o que é ainda mais complicado em Mirror’s 2 que já fora apresentado ano passado na E3 e um ano depois parece que evoluiu muito pouco, sem mencionar a assustadora semelhança com o primeiro game, o que não significa algo bom, tendo em vista que ele não saiu nas vendas como esperado.
Um ano sem Need for Speed, porém também nada de Burnout. O que é um pouco triste. Mas começo de geração é assim mesmo. Falta muita coisa, e muito do que é mostrado acaba sendo apenas CG, como o novo Tomb Raider ou o novo título da Platinum que será exclusivo de Xbox One.
Pensando na Ubisoft, acredito que ela tenha se saído bem melhor do que a EA, mas longe do esperado pelas expectativas irreais que estavam na minha cabeça. Beyond Good & Evil 2? Talvez já tenha passado da hora da gente desapegar disso. Não vai rolar, da mesma forma que The Last Guardian também não vai. E é muito melhor se desapegar e parar de pensar nisso e morder a língua num futuro do que ficar esperando ad eterno tais games. Afinal, ainda tem gente esperando Half Life 3 até hoje.
E a Ubisoft jogou de forma segura. Mostrou o novo Assassin’s Creed, que me impressionou na questão dos NPCs presentes no gameplay. É uma quantidade tão inacreditável quanto é a quantidade de zumbis em Cead Rising 3. Irado mesmo. Porém é mais do mesmo. E a gente sonhando que talvez já não tenha passado da hora de um novo Prince of Persia nos moldes do excelente Sands of Time. A Ubisoft matou mesmo essa franquia? Parece. Também não me incomodaria em ver mais um Rayman, já que Legends foi tão animal que me deixou com vontade de mais e mais games! Pelo menos um DLC com mais algumas dezenas de níveis então. E pouco se falou sobre DLC nesse E3. Menos do que esperava ao menos.
Ah teve um novo Rainbow Six Siege no final da apresentação da Ubi que me deixou com o coração na mão. Mas vamos ser sincero e admitir que aquilo estava absurdamente coreografado. Jogadores no mundo real jamais vão se organizar de tal forma, muito menos agir como mostrado no vídeo. Sempre vai ter um retardado, um maluco pra correr como louco, ou até mesmo a vítima morrer antes mesmo que algum player morra. Parece bonito no papel, mas é uma amostra que parece do tipo “vai dar merda” quando se jogar online com os tipos e figurinhas meio sem noção que existe no cenário multiplayer mundial.
Claro que não podia faltar algum título estranho da Ubisoft, e nessa E3 foi Shape Up, um game de Fitness que visualmente parece hilário. Eu jamais tive vontade de testar um game de fitness, mas acho que jogaria de boa Shape Up só para ver os absurdos que aparecem na tela da TV. Me arrancou um sorriso frente a uma nuvem de repetecos que se acumularam no dia de hoje.
Óbvio que a noite não poderia terminar sem uma viagem pela Conferência da Sony, que também foi a mais longa, com duas horas de duração. Tempo demais na minha opinião para a quantidade de títulos multiplataformas que forma mostrados ali como se fossem apenas deles. Mas isso é algo que a Sony faz todo ano, e só depois a gente descobre que vários dos títulos ali mostrados estarão em outras plataformas, sendo a exclusividade apenas temporária.
Não consigo deixar de pensar que todo o marketing da Sony com Destiny seja para ela conseguir chegar próximo daquilo que a Microsoft tem com Halo. Tudo bem que a Bungie é um dos estúdios mais competentes da atualidade e Destiny parece mais incrível, mas para quem ver do Xbox, consegue facilmente enxergar muito de Halo nesse título, e por motivos válidos e óbvio. Mas é uma pena que seja um universo totalmente novo e original e que a Bungie esteja meio que desperdiçando em mais um FPS que vai competir no final do ano com Cod e Battlefield. E por mais que a Sony se vanglorie de alguns pedaços de jogo exclusivo, Destiny vai estar no One também.
E eu quero ver uma lista dos indies ali mostrados pela Sony que irão apenas ser lançados na família PlayStation. Porque tinha muita gente no twitter avisando “gente, isso aí não vai sair apenas no playstation” e eu acredito nisso. Talvez seja uma boa ideia para um futuro post por aqui. Aí fiquei meio com aquele sentimento que o PlayStation tinha no começo de sua geração. Cada as maiores franquias da Sony no PS4? Foi mostrado apenas The Order: 1886, porém não pesquei se sai esse ano. Uncharted 4 que foi a cereja do final da apresentação ficou pra 2015. Então fiquei meio sem entender, o que diabos tem da Sony exclusivão, sem ser indie, para o PS4 ainda em 2014? Nesse sentido acredito que a Microsoft saiu na frente e foi muito mais clara e objetiva em seus anúncios.
Não é nada que estrague o PS4 claro, mas fiquei com aquele sentimento de o console sofre do mesmo mal do PS3 quando surgiu, e que os games realmente orgásticos da própria Sony ainda vão demorar entre 2015 até 2017 para chegarem de vez. Enquanto isso a Microsoft me parece trabalhar de forma bem mais ágil. Ponto pra caixa verde a meu ver. Fora isso, mostrou mais multiplataformas, como Batman Arkham Knight, Mortal Kombat X, uma remaster de GTA V, Far Cry 4, Dead Island 2, etc. Jogos que não vão estar somente no PS4.
Achei uma tremenda bola fora da Sony não anunciar NADA DIGNO e exclusivo para o PS Vita, portátil que gostaria muito de ter, mas que parece totalmente largado pela empresa. E eu ainda sonho com um Patapon 4. Porra, é tão difícil assim?
Pra encerrar, esse foi mais ou menos o primeiro dia dessa semana de E3. Alguns pequenos anúncios legais. Nada realmente bombástico de explodir miolos. Muitas franquias requentadas, com sequências que não dizem “carara, olha como isso é completamente novo”, com a sensação de que o cenário indie está servindo mais como tapa buraco de inicio de geração do que algo que talvez devesse mesmo ter mais atenção e detalhes (como preços e datas e quais as reais plataformas todos sairão – ao menos achei insanamente foda ver Mighty nº9 num lampejo na conferência da Microsoft) e muitos trailers de CG, jogos adiados para 2015 e muito pouca novidade na que diz respeito a novas formas de jogar ou recursos que podem mudar a visão dos gamers pelos próximos anos. Pra mim a E3 de 2014 já pode ser apelidada de a “E3 do mais do mesmo”.
E vambora ter as expectativas para que a de 2015 ser maior e melhor, só pra chegar lá e cair do cavalo. Ah não! Mas as conferências ainda não terminaram! Amanhã (ou hoje) pra ser mais exato, afinal já é madrugada de terça, tem a conferência “fake” disfarçada de Nintendo Direct direto do Reino do Cogumelo. Será que a Nintendo vai salvar a gente dessa mesmice dos futuros games? Eu duvido muito, mas sempre há aqueles com a inabalável fé na Nintendo. Sempre tem. Então até daqui algumas horas!