Conversa de Mangá: Bleach 589 & 590!

“The Shooting Star Project” [The Old and New Trust] e Marching Out the ZOMBIES

| Texto recomendado para quem está acompanhando os capítulos semanais de Bleach e que já tenha lido até o de número 590, ou para aqueles que não se importam com spoilers. |

Devo admitir que há momentos em que Bleach consegue me divertir como me divertia em seu início de mangá. O capítulo 589 é um belo exemplo de como Bleach ainda tem uma qualidade para o humor e personagens que possuem momentos de muita simpatia que provam porque ele foi um dos principais mangás da Shonen Jump por anos e que competia acirradamente com Naruto e One Piece pela primeira posição no ranking da revista.

É muito bom todo o começo do capítulo 589 com Ichigo, Sado, Inoe, Urahara e Yoruichi. A interação destes personagens iniciais ainda possuem aquele ar todo nostálgico e dinâmico da essencial do começo de Bleach. E você claramente percebe quando o mangá corta para os personagens do Gotei 13 que até parece um outro mangá, a narrativa muda, a tensão muda, a estrutura como um todo em si muda. E será que não foi exatamente isso que estragou Bleach? A desnecessária perda de tempo em batalhas e momentos com todo esse pessoal da Soul Society que apenas serve como “segura trama” até que Ichigo e amigos cheguem para salvar o dia?

Porque pare e pense: acho que é quase unânime que a melhor fase de Bleach foi exatamente quando Ichigo foi para a Soul Society resgatar Rukia e, todos estes personagens que hoje são mocinhos na história eram os inimigos dele. O sucesso desses personagens foi tamanha que posteriormente eles invadiram o mangá do Ichigo e a cada arco que passa, possuem uma presenta tão grande que o protagonista do mangá some por longos períodos. E o elenco do mangá inflou a um ponto em que a arco do Kubo, que apesar de ser excelente, não casa com a dinâmica de história com tanta gente participando, e isso arrasta o mangá para essa infinidade de capítulos com pouco conteúdo por páginas.

Eu acho que é isso. Se Bleach fosse um mangá com foco apenas nos personagens principais, nesse grupo que aparece no início do capítulo 589, certamente ele seria muito melhor e talvez o pique do mangá fosse outro nos dias de hoje. Sabe o que poderia ter acontecido com esse pessoal da Soul Society? Poderia ter dividido o mangá em duas séries, a principal com Ichigo e companhia e um spin-off com todos os personagens do Gotei 13 e suas eternas batalhas. Então isso significa que Bleach, na verdade, são dois mangás diferentes fundidos em um único mangá.

Mas enfim, como disso, que saudades estava desses momentos sem noção com Sado e Inoe. Até o aparecimento da Yoruichi foi uma agradável surpresa, porque sinceramente tinha até me esquecido dela. E a Yourichi sempre tem aparições instantâneas de impacto, né? Curto muito quando ela aparece do nada na batalha final contra Aizen, com aquele acessório na perna tocando o terror. Quanto ao canhão da família Kuukaku, é isso que venho falando; se o mangá não perdesse tanto tempo com batalhas de personagens da Soul Society, talvez Ganju e Shiba aparecessem com maior frequência na história e poderiam estar aí presentes nesse momento da narrativa, ao invés de serem apenas uma vaga lembrança.

Mudando um pouco então, o capítulo 589 corta para a batalha contra a guria que não é guria e a guria que é zumbi e atende por Bambi. Nomes? Sei lá. Nesse ponto eu já não me importo mais em decorar nomes desses inimigos sem graça do mangá. E é curioso como o Ikkaku já foi um personagem mais bacana, né? Atualmente já não me recordo mais de nenhum momento realmente legal dele nestes últimos arcos. Parece que o Kubo só continua usando ele porque ainda é um personagem relativamente popular, enquanto o Yumichika aparece sempre na cola do Ikkaku. E olha que o Yumichika andou funcionando bem como parceiro do Ikkaku nestas últimas lutas de ambos, as vezes sendo o contrapeso pela forma inconsequente que o Ikkaku luta. Mas é só isso, não dá para forçar qualquer outro pensamento sobre ambos nesse momento.

E rumo para o capítulo 590, que retorna para aquela coisa maçante que Bleach se tornou. E olha que também acho muito bom o personagem Mayuri Kurotsuchi, porém fico com a impressão de que o Kubo andou exagerando demais no personagem, que agora sempre precisa aparecer de forma espalhafatosa e com trajes cada vez maiores e mais bizarros possíveis. Sei lá. Precisa mesmo disso?

O pior é que a batalha é quase um repeteco de outras batalhas contra Mayuri. O inimigo subestima o processo de análise científico do mesmo e suas salvaguardas para tal e fica uma embate de ego inicial. Até que a coisa vai ficando maior, mas que o mesmo previu que algo assim aconteceria e também se precaveu disso. Deja Vu total. O capítulo ainda se esforça para mostrar que a zumbi Bambi talvez possa mais do que apenas um zumbi sem alma e terminar com aquela coisa de “surpresa, olha que legal”, mas série, a volta dos Arrancars é assim tão surpreendente? Ainda mais estes quatro, quando obviamente há outros desse grupo que são bem mais marcantes ao público (relembre aqui). Essa é realmente uma característica que não curto em Bleach: a quantidade massiva de personagens que retornam e que não precisavam retornar. Já tem gente demais no cast da história e não são todos que precisam retornar… isso só torna tudo mais enrolando ainda.

E é sempre bom reforçar: essa é só a minha opinião! Nos comentários deixe a sua!

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