Piloto | A to Z

| Uma série simpática e talvez uma boa sugestão aos órfãos de How I Met Your Mother

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| Atenção! Postagem livre de grandes spoilers, assim como sempre são as postagens desse especial Pilotos |

Na próxima semana, mais precisamente no dia 02 de outubro, o canal NBC irá estrear no Estados Unidos a série “A to Z”, do gênero comédia romântica, naquele formato de 22 minutos por episódios, com a exibição semanal. Até aí nada demais, como comentei no calendário das séries do fall season 2014, esse gênero de séries curtinhas de comédias é muito difícil avaliar antes de ver um episódio para ter qualquer tipo de expectativa. Muitas delas mal sobrevivem a terem sua temporada completa exibida lá fora e nem é que sejam ruins, mas o volume de séries assim que surgem constantemente por lá torna a disputa pelo sucesso acirrada e complexa, onde depende do canal, do horário e de sorte, já que as vezes boas séries são canceladas prematuramente e séries de qualidade duvidosa vingam por mais duas ou três temporadas. A to Z é uma nova aposta da NBC e já torço para que ela dure ao menos a sua primeira temporada completa.

É impossível logo de cara não perceber que a protagonista da série é a atriz Cristin Milioti, que teve um destaque gigante ano passado e no começo desse semestre ao interpretar a misteriosa mãe (Tracy), a esposa de Ted da série How I Met Your Mother. A atriz apareceu em apenas 14 episódios, encantou todos os fãs da série e no fim, todo mundo ficou querendo mais. Então é meio que uma jogada esperta da NBC de colocar a atriz numa nova série de comédia romântica que tem sim um pouco do jeitinho extrovertido e diferente de HIMYM, inclusive a sua personagem na nova série lembra um pouquinho aquele jeitinho moderninho e cheio de simpatia e charme que ela deu a Tracy e que impressionou muita gente.

Apesar da série estrear lá nos EUA apenas na próxima semana, o piloto oficial foi liberado pela NBC e isso demonstra um pouco que o canal está apostando algo na produção, que já tem site oficial, facebook, twitter entre outras redes sociais em alta na atualidade. E é realmente impossível na a comparar um pouco com o estilo de How I Met Your Mother, ainda sejam séries de canais diferente (um é da NBC e o outro da CBS), sendo que A to Z nem sequer tem os mesmos produtores. Talvez seja um daqueles casos de influência, afinal uma série não dura 9 temporadas a toa, sem mencionar que a própria HIMYM já tinha um pouco de influência de Friends, outro ícone quando se pensa em séries de comédia na TV que mesclam amizade e casais.

O caso é que A to Z, ao menos em seu piloto, parece muito mais se destacar como uma série de casal romântico, com doses de humor e comédia oriundas da relação e dos amigos em volta do casal, do que uma comédia de amizade de um grupo de pessoas que evolui para o clichê da dupla romântica. A forma narrativa também é um pouco fora do convencional. Há uma narradora que faz o papel de orientadora, mostrando um pouco que nada é por acaso e o que as vezes os personagens pensam, e há um gancho que dá um tempo e ritmo para que a série feche sua meta. Logo na abertura, a narradora diz que Andrew e Zelda, os protagonistas da série, vão se conhecer aqui e agora e irão namorar por 8 meses, 3 semanas, 5 dias e 1 hora já entregando ao espectador um tempo metafórico para que algo ocasione o desfecho dessa meta.

A série não é clara sobre o futuro da história após esse prazo. Eles vão namorar por esse tempo, mas é depois? Terminam? Se casam? Não é revelado. A história brinca com destino, de encontrar a pessoa certa, mas já no piloto, já uma conversa genial entre dois coadjuvantes que falam sobre o fato de que se existe uma pessoa mais certa e destinada do que todas as demais, talvez o inverso também exista, a pessoa errada. Há um certo charme na forma narrativa, fora nas regras que a própria série impõem a si mesma, como mostrar até onde o relacionamento de Andrew e Zelda irá usando a brincadeira do alfabeta, de A a Z, sendo que episódio usa uma letra do letra do alfabeto significa. No caso do piloto ele se chama A de “Acquaintances” (conhecidos na tradução via Google). Significa que a primeira temporada terá 26 episódios? Não sei, mas seria uma jogada esperta. Me lembrou a brincadeira que de um filme brasileiro de 1997: Pequeno Dicionário Amoroso, que também atrelava a narrativa com as letras do alfabeto. Alias, não é um filme ruim, se puder, procure ver algum dia.

Claro que ainda assim há pequenas coisas que precisam ser acertadas no roteiro e quem sabe no futuro da série. Apesar da dupla de protagonistas terem carisma, não posso dizer o mesmo sobre os coadjuvantes, ao menos não quando eu penso em como séries como HIMYM tinha personagens coadjuvantes ou co-protagonistas, melhor dizendo, icônicos e geniais. A to Z traz um elenco meio desconhecido, ao menos pra mim, e que não possuem muito apelo ou destaque no piloto, e quando aparecem, são para aquele manjados recursos e clichês das comédias românticas. Nisso a série precisa melhorar um pouco.

Mas assim, se você ficou órfão de How I Met Your Mother, talvez valha a pena dar uma olhada em A to Z, nem que seja para ver um pouco mais da atriz Cristin Milioti, que tem uma simpatia fora de série. Existe um esforço dos produtores da série para que o formato não seja o mesmo engessado e óbvio das séries tradicionais americanas. Tem o recurso da narrativa, flashbacks, a brincadeira com o alfabeto aproveitando que os protagonistas começam com os nomes que abrem e fecham o alfabeto e outras coisas aqui e ali que dão um toque de uma série sabe se comunicar com o público jovem de hoje, como o fato da protagonista em si se chamar Zelda. Onde é que você já tinha vista um seriado com uma personagem que esse nome? É muito bacana isso.

É realmente prematuro afirmar que A to Z será um sucesso, porém assistindo apenas o piloto, foi mais do que suficiente para me convencer que vale a penar voltar para mais episódios. Se melhorar alguns aspectos, ótimo, mas mesmo que se mantenha desse mesmo jeito, ainda assim é uma série simpática, com um charme e carisma. É uma boa aposta sem dúvida.

Fica a recomendação!

obs: não sei se há previsão da série de vir oficialmente para o Brasil, mas fique de olho… ou faça como todo mundo e vá para a internet. Ao menos enquanto ela não estreia por aqui!


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10 Comentários

  1. Como orfão de How I Met Your Mother, estava a procura de uma série para “substituir” himym, vou assistir o episódio piloto e ver se me agrada, quem sabe não continuo acompanhando.

  2. Só vi o piloto por conta da Cristin mas achei ele muito fraco. Os amigos estereotipados deles são extremamente forçados e sem graça e os protagonistas mesmo só se seguraram na parte romântica, pq na comédia…
    Eu já larguei, só volto a ver se não tiver nada melhor ou se bater uma saudade muito grande da beleza da Cristin.

    1. Rafa será que você não pegou pesado? Eu concordo com você que os amigos dos protagonistas (ainda) são fracos e que há ainda problemas que a serie vai se acertar conforme for saindo novos episódios. O piloto de séries costumam ser assim, tem seus problemas e acertos, e é a partir dele que as coisas vão melhorando (ou pioram e a série morre). Mas sei lá, eu acho que o piloto é simpático o suficiente para voltar a ver mais episódios, e acho que ele tem um potencial bacana pela diferença narrativa fora dos padrões.

      Vale aqui um exercício, pegue as suas series prediletas e assista hoje os episódios pilotos de cada uma e me diga se acha que o piloto tem a mesma qualidade do que vem a ser a série em si. Se a qualidade não melhorou com o tempo?

      Respeito a sua opinião, é claro! Só estou enfatizando um ponto aqui: pilotos por natureza, possuem problemas geralmente, mas eles precisam ser bons o suficiente para vc pensar, “se eles acertarem isso e aquilo”, a série fica boa. A to Z me agradou de cara, tem pontos ruins, mas eu fiquei com a impressão que pode melhorar bastante. 🙂

      abraços!

      1. É que assistir séries é um dos meus passatempos favoritos, e muito tempo nisso trás certa bagagem, da pra saber como as coisas funcionam. Obviamente vai melhorar em relação ao piloto, mas ela parece ter um potencial muito pequeno e um enredo meio batido.
        Eu confesso que mesmo tendo achado fraco, ainda assim me diverti com o que eu vi, só que não o suficiente pra querer dar continuidade.
        Quanto a esse exercício dos pilotos, minhas séries favoritas hoje em dia são Sons of Anarchy, Ray Donovan, True Detective e The Leftovers. A primeira já veio mostrando a que veio. Ray se metamorfoseou e virou uma série sensacional, mas com o elenco que tem e a proposta já mostravam muito potencial. True Detective e The Leftovers são séries onde o primeiro episódio já ti instiga a querer saber o que aconteceu ou vai acontecer. Com o piloto de A to Z eu não vi nenhuma dessas coisas. Mostrou piadas pobres, que se mantiverem esse nível não tem capacidade de fazer a série decolar, tem uma proposta sem profundidade e um elenco que, pra mim, só tem um grande atrativo e que apesar da narração da Katey Sagal tentar instigar o espectador com aquele discurso sobre o tempo de relacionamento deles, aquilo soou um tanto quanto forçado. Diferente do que aconteceu com as séries que citei que naturalmente faziam vc querer saber o que aconteceria aproveitando a estrada e o desfecho, essa já ti “contou o final” fazendo sobrar apenas o trajeto. Trajeto esse que de cara não foi grande coisa.

        1. Ah não! Não vale! XD

          Pow mas tu pegou uns pilotos de dramas! eu estava me referindo a estas series mais leves, de comédia mesmo. Pega o primeiro de Seinfeld, Friends, até mesmo HIMYM e dá pra perceber que todas melhoraram absurdamente desde o episódio piloto. Pega o primeiro Big Bang Theory, o primeiro Wii & Grace, o primeiro That’s 70th show (essa era boa, hein) e assim por diante. :p

          1. Ah, mas vc não tinha especificado kkk

            Séries de humor são mutantes, principalmente quando caem no gosto popular, não acho que dê pra fazer esse exercício com elas. The Big Bang Theory, por exemplo, o piloto tem o Leonard e o Sheldon vendendo sêmen em um banco de esperma e o Sheldon fazendo piadas de cunho sexual, algo que com o passar do tempo seria impensável para o personagem. Two and a Half Men fez o mesmo metamorfoseando o Jake e até HIMYM, só que essa fez de maneira gradativa como sendo evolução dos personagens.

            Achei legal o casal de A to Z, o romance funcionou bem e é onde eu vejo futuro na série mas a parte cômica deixou muito a desejar. Só piada sem graça e/ou forçada.

            Comédia recente com bom início só You’re The Worst, e uma que parece que vai ter futuro promissor é Marry Me. Se A to Z largar mão de querer ser engraçada acho que pode vingar.

          2. Mom é Chuck Lorre, eu meio que já to de saco cheio do humor dele que só se segura em piadinha sexuais. Não vejo problema no tipo de piada, mas é que as séries dele são só isso, enjoa e fica chato.

          3. ah, mas ele não é o único produtor dessa série, apesar de sim, tem muita piada sexual mesmo. XD – mas é que no caso eu curto a atriz (Anna Faris) 😛

        2. Outra coisa, talvez seja eu sendo ingênuo, mas eu gostei da história do “era ela, não era ela no vestido prata” do piloto. se a série mantiver esse ritmo de “ser ou não ser” alguns elementos narrativos, pra mim já está ótimo. Gosto dessa brincadeira de esconder a trama, por mais bobinha que seja.

          e como disse no texto, gostei muito do diálogo da “pessoa errada”. diálogos bacanas assim não se acha em qualquer série de comédia. eu aposto que vai rolar mais textos assim no futuro! :p

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