Este final de semana tive a oportunidade de assistir ao último longa animado feito especialmente para o mercado Home Video da DC Comics: Batman Assault on Arkham, que ainda não foi lançado oficialmente em DVD no Brasil, mas que já se encontra disponível nos Estados Unidos desde agosto, tanto em Blu-ray quanto em DVD e a respeito da animação… UAU!
A produção faz parte da DC Universe Animated Original Movies que já animou muita coisa sensacional do Batman nos últimos anos, como Ano Um, Cavaleiro das Trevas, Capuz Vermelho e também outras grandes histórias de outros personagens da DC, como Superman All Stars, Vs Elite e vários longas da Liga da Justiça como A Nova Fronteira e Ponto de Ignição. Claro que nem sempre eles acertam, por exemplo, não curto muito Liga da Justiça: Crise em Duas Terras (há um plot muito melhor semelhante na extinta série animada da Liga da Justiça) ou outros apenas fracos como Superman Sem Limites ou a animação solo da Mulher Maravilha. Alias, a última animação antes de Assault on Arkham, O Filho do Batman, não achei nada interessante em comparação com o que a mesma saga teve nos quadrinhos, tornando uma animação sem qualquer momento épico ou nem mesmo simpática. Não me pareceu muito um conto do universo do Batman, sendo um clima muito anormal ao que a mesma história possui nas páginas originais da revista do morcegão.
E é meio por culpa dessa última animação que fiquei um pouco menos empolgado com essa nova animação do Batman, já que curto quando a DC dá uma variada entre estas produções e era apenas mais Batman, enquanto há tantas outras sagas e histórias tão boas para serem produzidas. Por que não um Guerra dos Anéis do universo dos Lanternas Verdes? Ou quem sabe algo com Os Novos Titãs? Até mesmo Batman e os Renegados não seria ruim. Enfim, aí resolveram que o universo da série dos games Batman Arkham daria uma boa animação. Meio que vi esse anúncio com uma certa desconfiança. Que bom que estava totalmente errado a este sentimento de desconfiança porque Assault on Arkham é uma excelente animação! Talvez posso figurar entre as melhores produzidas até então (mas não a melhor, é impossível dizer qual a melhor dessa coleção Home Vídeo).
Talvez leve algumas pedradas nos comentários da postagem, mas preciso admitir que não joguei todos os Batman Arkham, muito menos terminei o primeiro. Não que não seja um excelente game, só que fiquei adiando eles (tenho todos aqui em casa) em detrimento de outros títulos mais hypados e o game foi ficando cada vez mais esquecido aqui na prateleira. Joguei o suficiente para me divertir e pronto, não ficando tão intrigado assim em relação a sua história (afinal, já acompanha a DC nos quadrinhos então é difícil me interessar totalmente nas histórias paralelas feitas em outras mídias de entretenimento). Toda essa volta apenas para dizer que não posso dizer com todas as letras se o enredo da animação é baseada em grande parte com algum plot dentro de todos os games da série Arkham ou se é algo totalmente inédito criado para a animação.
Eu desconfio que seja a segunda opção, pois o Batman é apenas um personagem secundário em Assault on Arkham, o que por si só já é uma grande surpresa pra mim. Junta se ao fato de que a história em si não é completamente estranho pra mim, pois nos quadrinhos existe o Esquadrão Suicida e li algumas histórias bem bacanas com estes personagens que me lembraram um pouco a história contada aqui na animação.
Para quem ficou perdido agora na referência, o Esquadrão Suicida é um grupo de vilões reunidos pela Amanda Waller, que trabalha para o Governo dos EUA, para invadir Arkham e capturar algo que ela precisa lá de dentro, sem que Batman seja alertado. O grupo é composto por alguns personagens conhecidos, como Harley Quinn (Arlequina), o Pistoleiro e o Capitão Bumerangue, além de outros de menor destaque como o Tubarão Rei (que nos quadrinhos tem um visual muito mais maneiro) e a Nevasca. Tem um outro, o Black Spider que infelizmente não me lembro o nome dele em português. A imagem destes personagens estão na última imagem da galeria que fecha esta matéria.
A animação então tem como protagonistas os personagens acima, colocando-os frente a outros vilões, porém sempre lembrando que eles não são os mocinhos da história, apenas peões numa narrativa muito maior, porém é a chance dos espectadores conhecerem alguns lados diferentes destes personagens e como alguns são mais vilões do que outros. A própria Arlequina e o Pistoleiro possuem papéis importantes a trama e nem sempre são retratados como vilões, mas também como injustiçados pela carga que possuem em suas origens.
O que me surpreendeu na animação foi todo o clima de mistério e tensão da equipe. Você nunca sabe quando vai dar merda, quando os vilões não vão seguir o plano, quando algo vai dar errado e quando o Batman irá aparecer. Há inclusive uma reviravolta incrível em determinado momento em se você estiver desatento não percebe até segundos antes da coisa acontecer. Destaque para o fato de que como é uma animação feita para Home Video há muito menos censura do que se fosse um desenho para TV. Há mortes, do tipo cabeças explodindo, sangue e até mesmo cenas de nu e sexo na história, o que é um tanto quanto novidade nesse tipo de animação (nos quadrinhos rola as vezes, mas nos desenhos é difícil encontrar de forma tão explicita). E vale a batalha final do Coringa contra… não, não é o Batman! Que foda quando dois vilões sem qualquer moral decidem que um deve morrer e pronto. Achei incrível essa pancadaria, afinal o Coringa do universo de Arkham é algo digno de ser usado em seu potencial pleno e felizmente é isso que acontece.
No fim, eu toparia sem qualquer problema uma sequência com os remanescentes do Esquadrão Suicida dessa animação, porque sim, nem todos ficarão vivos até o final da história! Vale correr atrás e assistir! Fica a recomendação!