A E3 2015 ainda não acabou, mas o momento das grandes revelações e anúncios já passou. Talvez fique uma ou outra pequena novidade para os próximos dias, quando a feira abre ao público lá em Los Angeles e as entrevistas acontecem por toda a parte pelos jornalistas que estão cobrindo tudo por lá. Para quem está em casa, vendo tudo de longe, a E3 meio que já acabou. Felizmente parece que este ano a E3 meio que deixou todo mundo com um sorriso no rosto, indicando a satisfação com o que vem por aí no futuro dos videogames.
Obviamente há altos e baixos entre todas as novidades. Isso não significa que todas as empresas foram perfeitas em suas conferências ou que satisfizeram a todos. Talvez o saldo de E3 lamentáveis nos últimos anos tenha feito os gamers ficarem com as expectativas niveladas por baixo, e aí não houve gigantescas decepções com o evento deste ano.
Tomo como exemplo. Saio dessa E3 totalmente satisfeito, com algumas pequenas e escassas decepções. Saio triste com algumas empresas, como a Ubisoft, que mesmo apresentando novos jogos, parece presa num ciclo de games bem semelhantes entre si. Esperava que esse ano fosse demonstrado um novo Prince of Persia e quem sabe um novo Rayman. E não acontecei. Até alimentei poucas esperanças da retomada do projeto de Beyond Good & Evil 2, já que parece um excelente título para a atual geração e seu poderia gráfico. Nada.
Também não me animei com o quão pouco a EA mostrou do próximo Mass Effect. Esperava que nesse ponto houve mais do game a ser mostrado, ainda que não tenha sido surpresa alguma sua previsão de lançamento para o fim de 2016. Essa é uma franquia que pretendo embarcar nessa geração. Por outro lado, me amarrei no reboot de Mirror’s Edge e, é claro, Plants Vs. Zombies Garden Warfare 2!
Outro pequeno deslize foi a vergonhosa conferência da Square Enix nessa E3. Serve a desculpa de que foi a sua primeira vez no evento? Não, já que a Bethesda fez algo incrível no domingo e também foi sua estreia com uma conferência na E3. E olha que a Square Enix tem uma line-up de games incrível, mas não sabe apresentá-los. Além do claro problema que a empresa tem com seus títulos orientais, que parecem passar pelas mãos de uma mesma pessoa e talvez por isso eles demorem tantos e tantos anos para serem lançados. É visível que a Square ocidental entendeu o ritmo do mercado fora do Japão e a outra Square está preso ao jeito arcaico japonês de desenvolver game.
E falando em Japão, a Nintendo foi outra empresa que me pareceu bizarra nessa E3. A conferência foi totalmente nipônica pra mim. Transpareceu mais do que nunca que a Nintendo é uma empresa japonesa que tem uma enorme dificuldade em entender o que está acontecendo com o mercado ocidental de games. Ela pareceu mais do que nunca presa em seu próprio mundinho. Infelizmente. Por sorte, como sempre, a empresa marcou alguns pontos com seus fãs, já que há novos games de suas franquias vindo aí. Star Fox Zero parece ter feito alguns fãs pularem de alegria, ainda que visualmente não seja um espetáculo, e mesmo com poucas novidades relevantes e algumas gafes, como um Metroid “não Metroid” e um Animal Crossing “Party”, foi tudo bem no fim das contas. É Nintendo e os fãs estão acostumados a aceitar tão pouco dela. Pra mim, Mario & Luigi Paper Jam para o início de 2016 já é alguma coisa, tudo bem assim.
Felizmente, para a Nintendo, há um grande ganso dos ovos de ouro vindo aí, e ele se chama Super Mario Maker. E quem duvida que esse título terá uma versão no Nintendo NX? Eu duvido que ele fique apenas no Wii U. Digo o mesmo para o próximo The Legend of Zelda. A Nintendo me parece mais interessante quando olho para ele após essa péssima fase chamada “Wii U”. É aguardar pra ver.
Porém foi uma E3 com mais acertos do que os deslizes mencionados acima. Como não se empolgar com Fallout 4? A Bethesda soube fazer uma senhora apresentação do game, que sai ainda este ano! Até o novo Doom pareceu interessante o suficiente, ainda que parece ser um título que corre pelas beiradas da competição dos games.
Não é segredo para os leitores aqui do blog que faço parte da comunidade do Xbox, já que é a minha atual plataforma de preferência, após anos do lado da Nintendo e tendo vivido a melhor fase de seus games (no Gamecube). E saiu dessa E3 extremamente satisfeito com a Microsoft. Vou jogar Rise of the Tomb Raider e Halo 5 no final deste ano e ainda matarei a minha saudade pela glória da Rare com sua coletânea de 30 games, além de me chafurdar novamente em Gears of War Ultimate Edition já em agosto, enquanto Gears 4 só virá no final de 2016.
Outra boa novidade pra mim, e totalmente inesperada, foi a retrocompatibilidade do Xbox One. Há títulos no meu Xbox 360 que merecem uma revisitada com o controle do One e alguns que ainda gostaria de ter terminado. Caiu como uma luva para me desvencilhar um pouco da obrigação de adquirir remakes aqui e ali, enquanto os blockbusters dessa geração não chegam. Enfim, fico satisfeito de ver que a Microsoft está correndo atrás de todo o prejuízo que a má propaganda do Xbox One causou no começo da geração. E os méritos por ter acreditado na plataforma já estão em toda parte.
Do outro lado da guerra, há a Sony! E parece que as armas da empresa para permanecer no pódio são os exclusivos, tal como foi a tática na geração PlayStation 2. Tem games com conteúdos exclusivos, como Destiny e Batman. Tem exclusivos que parecem que vão travar o lançamento no One, como o remake de Final Fantasy VII e World of Final Fantasy. Há uma nova IP que se bem sucedida pode me fazer comprar um PS4 num futuro ainda distante: Horizon Zero Dawn. Enfim, a Sony mostrou que suas garras não estão somente em games produzidos por si própria, mas na parceria com outros grandes estúdios para segurar a exclusividade parcial, temporária ou total de certos mimos que só vão estar em sua plataforma. E para quem possui o PS4 e o Vita, isso parece o suficiente (e deve ser mesmo)! Mesmo que boa parte dos novos títulos sejam para 2016 ou até ainda mais distante disso.
Me pareceu que a nova geração está apenas esquentando. E agora está muito mais claro como ela está sendo moldada para os próximos anos. Até então, a impressão que tinha era de que essa geração era uma grande névoa de incertezas. Parece que agora os gamers começam a entender o que vem a seguir e o que os games podem fazer que os consoles passados não podiam.
Fora os pequenos lampejos do futuro dos games, seja com novos controles (Xbox Elite Controller ou Steam Controller) ou na aposta dos óculos de realidade virtual e em games que já estão em desenvolvimento sendo pensados nestas novas formas de encarar os games. Me pareceu tudo muito promissor, porém acredito que só veremos mais desse mundo da realidade virtual na próxima geração apenas, ficando para essa os primeiros trabalhos e apresentações desse novo universo.
Enfim, está sendo uma E3 com um clima muito mais positivo e animador do que foi nos últimos anos. Longe de ser uma E3 épica ou bombástica, porém ainda muito melhor do que se estivesse sendo decepcionante e vergonhosa. O meio termo, nesse momento, me parece ótimo.
Parece que independente da sua plataforma, Xbox, PlayStation, Nintendo ou PC há ótimas novidades vindo para diferentes gostos e diferentes públicos. É uma E3 onde ninguém ficou de fora! Quem ganhou a E3 de 2015? Os gamers ganharam!