Bleach 633 | friend 3

Texto com spoilers do mangá até o capítulo 633!

Bem, aqui estamos, há seiscentos e trinta e três capítulos e nada de Bleach terminar. Parece até piada lembrar que o anúncio do arco final do mangá foi feito antes mesmo do anúncio de que Naruto se encerraria no segundo semestre do ano passado. E enquanto Naruto meio que acabou – se você não contar os spin-offs que estão sendo produzidos – olha aí Bleach sem pressa nenhuma para finalizar.

E eu já não sei mais se isso é válido como uma crítica negativa para Bleach. Talvez seja errado analisar o mangá querendo que ele acabe logo só porque a história já não me agrada tanto quanto me agradava lá no começo de tudo. Está meio óbvio que a Shonen Jump também não está desesperada querendo matar Bleach para colocar outro mangá no lugar, pois se fosse o caso, o cancelamento já teria ocorrido. Dá para acreditar que os editores da publicação estão deixando o Tite Kubo encerrar sua história na velocidade e na forma que bem entender.

Fazendo essa reflexão, resta voltar a pensar na história em si. A última invasão do mangá continua acontecendo e não há qualquer pista do que vai realmente acontecer no final de tudo. Não tem como adivinhar porque é tudo muito maluco. E, aqui sim, eu não acho que isso seja necessariamente algo bom.

O capítulo 633 continua narrando um flashback que nem em sonho achei que iria acontecer nesse arco, com o dois quincies que meio que ninguém se importa: Jugram Haschwalth e Bazz-B. Quer dizer, Bazz lembra um pouco o estilo de criação de personagens que o Kubo já usa em outros atuais, como Renji e o Grimmjow. Aquele tipo mais porradeiro, escandaloso e descolado. Está dentro do perfil de personagem secundário que auxilia o protagonista em determinado momento da aventura. Se Bleach fosse durar por mais alguns futuros arcos eu até entenderia o motivo da necessidade de se criar um flashback exclusivamente para explicar seu passado, mas este sendo o último arco, há realmente a necessidade de dar esse pano de fundo a este personagem?

Sei lá, eu realmente gostei do atrito que rolou quando Bazz lutou com o Renji, mas não fui muito além disso. Acho bizarro a necessidade que Bleach tem de criar uma montanha de personagens que precisam se manter na trama e voltar em determinado momento, enquanto há tramas de personagens que existem desde o começo e que nunca foram devidamente desenvolvidos ou com passados revelados. Bazz só é importante apenas para revelar que Jugram pode ser um ponto fraco para atingir Yhwach? É só isso? Porque em momento algum acredito que ele vá vencer Jugram.

Em outro ponto, abraçando o fanservice que Bleach se tornou, gostei de ver o retorno de alguns arrancars, como o mencionado Grimmjow e a Nelliel. Parece que a ideia de Bleach é no final juntar a maior quantidade possível de personagens que ainda estão vivos e que participaram de todos os arcos até aqui. OK, abracemos o fanservice!

Bleach continua fazendo sua jornada interminável. Talvez ele ainda dure mais alguns anos. Vai saber, já que a todo momento o autor cria um novo andar na trama, e os inimigos da atual saga ainda estão quase todos vivos (os que importam estão) e não para de chegar mais e mais personagens.

O melhor a fazer, para aqueles que não desistiram do mangá ainda, é abraçar Bleach. Aceitar o que ele se tornou e não ficar pensando em querer logo o final dele. Deixa rolar, vai acompanhando sem pressa e um dia, você perceberá que ele acabou e a saudade vai bater logo em seguida.

A minha torcida é para que ao menos algum dia o animê retorne. Se tem algo que sinto falta é da animação do Bleach. No ponto atual, até uma saga filler eu toparia!

Sair da versão mobile