Netflix | He-Man e os Mestres do Universo é uma boa velharia?
Foi disponibilizado no dia 10 de novembro no Netflix Brasil a primeira temporada de um clássico da infância da garotada que cresceu ao longo da década de 80 e 90 aqui no Brasil: He-Man e os Mestres do Universo! Eram tempos de Xou da Xuxa (com “X” mesmo), Bozo, Mara Maravilha, Sergio Malandro entre algumas outras figurinhas que a criançada idolatravam. Que tempos estranhos eram se você olhar pela perspectiva de hoje em dia, mas não será hoje que discutirei isso por aqui.
Voltado ao He-Man, o Netflix disponibilizou os primeiros 35 episódios da série, datadas de 1983. Curioso que esta série animada tem absurdos 130 episódios. Caramba! Eu não me lembrava que eram tantos episódios assim! Ainda mais porque a TV aberta brasileira dos anos 80 e 90 tinham o hábito de exibir o mesmo pacote de episódios em looping e em tempos de internet a gente nem sabia dizer o que era repetido, o que era inédito e o que não era exibido. Me pergunto se todos estes 130 episódios chegaram a ser dublados em exibidos no Brasil. Imagino que eventualmente sim, especialmente na TV paga, mas eu tenho certeza que não assisti essa quantidade de episódios de He-Man quando era criança. Ah e falando em TV por assinatura, se não estou errado, o Gloob ainda exibe He-Man em sua programação (ao menos exibia quando tinha TV paga uns 2 anos atrás).
E devo dizer que após ver quatro episódios de He-Man neste final de semana no Netflix pensei que seria muito pior do que realmente me lembro. Quer dizer, ele é mal animado, tem fala toscas que hoje em dia me soam hilárias e os personagens são terríveis, mas é aquele bom ruim, sabe? Fiz o teste com o pequeno Thales, em seus 3 aninhos e apesar dele ter visto alguns momentos, não ficou tão entretido quanto ele já ficou com outras velharias, como o antigo desenho do Garfield ou da própria serie animada do Sonic que está no Netflix.
Mas é compreensível o quão tosco He-Man soe hoje em dia, porém é louvável que hoje a gente perceba o marketing de merchandising absurdo que o desenho animado possuía. Vendo alguns episódios me toquei que todos os design de amigos e inimigos do He-Man são personagens de bonequinhos para a criança. Eu cheguei a ter alguns. Não há um personagem comum, todos são visualmente projetados para se tornarem bonecos de ação para a garotada da época.
Também acho engraçado a moralzinha da história ao final de cada episódio. Hoje isso é chacota na internet, mas eu entendo porque explicar alguns conceitos de honestidade e ética e sobre certo e errado para crianças pequenas. Decididamente He-Man nunca foi feito pensando em um público além da garotada, bem diferente de hoje em dia, na qual os desenhos animados as vezes são produzidos pensando em um público de 8 a 80 anos de idade. Quanto maior for a amplitude do público, mais chances de sucesso o desenho tempo.
No fim, é preciso assistir ao He-Man com a visão de 20 ou 30 anos atrás. Era outra mentalidade, outro jeito de “vender” um desenho animado. Ainda que alguns design de personagens são maneiros até hoje em dia. Afinal que não gosta de um esqueleto de capuz tentando conquistar tudo! Só pega mal ver o Esqueleto montado em um felino (pantera?) roxo onde claramente ele precisa dobrar os joelhos para o pé não se arrastar no chão! Hahaha
Há muitas coisas que não me lembrava, como a filha do Mentor. Podia jurar que ela era a She-Ra! Fora que suas roupas atualmente são totalmente inapropriadas (machista segundo algumas vertentes). Também não me recordava que o He-Man como príncipe Adam era uma chacota que só, especialmente pelo seu pai, o Rei.
He-Man e os Mestres do Universo sem dúvida é uma velharia que só, mas na minha cabeça havia envelhecido muito mais. Assistindo alguns episódios apenas para matar a saudades, vejo que nem é tão horrível assim. Dá para assistir e dar algumas boas risadas. Não é algo que eu assistiria sempre e certamente não todos seus 130 episódios. É apenas algo puxando mais a nostalgia mesmo.
Putz, tu me lembrou que preciso voltar a ler a série de quadrinhos do He-Man!