Primeira Hora | Mãos no volante em Forza Motorsport 6!
Olhando para 2015 posso dizer que fico bem orgulhoso com o fato de ter conseguido cobrir quase todos os exclusivos do Xbox One aqui no site, seja com reviews, prévias e diários de jogo. Dos que não consegui, há pelo menos dois que ainda pretendo escrever, sendo que um deles começo hoje a tirar esse atraso: Forza Motorsport 6!
Já contei algumas vezes aqui no site que tenho alguns problemas com certas ramificações do gênero de corrida, sendo que sou mais solícito a games de corrida estilo mais arcade, mais da zoeira e que tenho mais dificuldade de aceitação com jogos que prezam a simulação e realismo do gênero e justamente Forza Motorsport se encaixa nessa categoria. E agora?
O primeiro contato em 2007
Talvez seja interessante fazer um traçado aqui e dizer que esta não é a minha primeira experiência com Forza Motorsport. Porém o meu contato com a série foi há um bom tempo atrás, em 2007 quando o Xbox 360 recebeu Forza Motorport 2. Faz tempo, né?
É complicado explicar porque abandonei a série de lá pra cá. Talvez o grande culpado disso é que o grande game de corrida pra mim na geração passada tenha sido Burnout Paradise City. E Motorsport 2 não tem nada parecido com Burnout. A decepção na época ao encontrar um simulador que não tinha o poder gráfico que os jogos de hoje possuem e de não encontrar a liberdade que encontrei em Paradise City meio que me fez ficar afastado da franquia Forza até a Microsoft lançar o primeiro Forza Horizon em 2012. Mas Horizon é uma coisa, Motorsport é outra.
Enfim, o tempo passou, amadureci um pouco mais como gamer, estou jogando várias coisas fora da minha zona de conforto e sendo assim, nada mais justo do que voltar a dar uma chance a uma franquia que ando ignorando há anos. Até porque Forza Motorsport 6 é o segundo game da série no Xbox One, então ele claramente aprendeu e se aperfeiçoou com o prematuro Forza Motorsport 5 lançado junto com o Xbox One em 2013. Alias não é meio assustador que o Xbox One já esteja caminhando para seu terceiro ano de vida? Como o tempo voa!
Não saia do carro!
Pensando então em Forza Motorsport 6 devo admitir que tive que me adaptar a proposta do game e do gênero em si na qual realmente não estou habituado. Afinal não dá para jogar um simulador realista da forma como jogo games de corrida arcade. Foi preciso mudar essa minha perspectiva.
O que funcionou pra mim foi deixar a visão do jogador sempre dentro do carro, tal como mostram as imagens que ilustram essa postagem. Nada de colocar na visão externa do carro, tive que esquecer essa possibilidade. Senão acabo pensando em Motorsport como um game tipo Forza Horizon, Need for Speed ou The Crew. E ferro a minha experiência de gameplay fazendo isso. Não dá!
Preciso da sensação de realidade da imersão dentro da visão do piloto, ainda que essa visão seja sempre a mais difícil de ser usada, pois a visão da área do jogo é comprometida – tal qual na vida real você também não consegue ver em 360 graus do carro em que está dirigindo. Sempre há pontos cegos quando se está segurando o volante de um carro.
Admito ter ficado surpreso ao perceber que tornar Forza Motorsport 6 o mais realista possível funcionou. E olha que essa é uma câmera de visão que nunca gostei em outros games. Não sei se eu mudei ou se Motorsport 6 é que faz isso tão bem. Talvez seja o nível gráfico na qual essa geração chegou que permita uma imersão que jamais tive nesse tipo de visão em games de corrida em gerações passadas. Só sei que não consigo agora jogar Forza Motorspot 6 com outro ângulo de câmera a não ser esta de dentro do carro.
Claro que isso não significa que essa seja a única maneira correta de jogar o game. Não existe isso, afinal o game dá opções de outros modos de visão aos jogadores. Porém sinto que é quase como aqueles First Person Shotter onde os desenvolvedores primeiro criam o game na perspectiva do FPS e depois o adaptam para também funcionar em terceira pessoa, mostrando sempre um boneco meio estranho neste módulo de visão de jogo. Essa é a sensação que tenho ao jogar Motorsport 6, como se o jogo a princípio tivesse sido feito no ângulo do piloto de dentro do carro e depois é que se pensou na visão externa. Não sei se estou certo quanto a isso, mas é a minha impressão pessoal.
Até porque antes de pegar o game em si, havia testado a demo que a Microsoft liberou na época de seu lançamento e na ocasião joguei com essa “visão arcade” e deu tudo errado. A demo não funcionou pra mim na ocasião.
Hoje, tendo jogado as pistas que havia jogado na demo e outras mais das primeiras horas do jogo, já na perspectiva do piloto o game acabou se saindo muito melhor pra mim. Seja na questão da imersão, seja na experiência em si do jogo. Parece que o game até ficou mais fácil assim (claro que eu poderia aumentar a dificuldade, mas resolvi não fazer).
Apenas começando!
Porém este é apenas o primeiro diário de jogo de Forza Motorsport 6, baseado nas minhas impressões em torno das duas primeiros horas do game. Ainda tenho muito que jogar e aprender. E com isso pretendo voltar para falar mais do game nas próximas semanas!
Porém posso dizer pequenas coisas que me chamaram a atenção nesse breve começo. Por exemplo, a primeira pista do game, que se passa no Rio de Janeiro é bem incrível. Vi críticas em alguns lugares e podcasts a respeito da falta de fidelidade do realismo das estradas, sendo que a franquia Forza parece ter essa tradição de tentar ser o mais real possível com os percursos que existem mundo afora.
Bem, não posso dizer que me importo quanto a isso. Eu não me incomodei com a pista do Rio de Janeiro ou com qualquer outra pista em outras localidades do mundo. Não conheço muito esse mundo das corridas, não acompanho nada na TV ou pela internet, então a mim não tem esse impacto de ser ou não real. O que acaba importando pra mim é se os percursos são ou não divertidos de se percorrer. Nisso eu não vi problemas. A pista do Rio de Janeiro é bem detalhada, tem pontos turísticos da cidade e mesmo a favela toda colorida não chegou a me incomodar nem um pouco. E a pista tem a cara e o sentimento do Rio, então é válida a meu ver.
Outro detalhe que me chamou a atenção é o game ter o mesmo sistema de cartas que Halo 5 Guardians também possui. Você ganha pontos no jogo e com ele pode usar para comprar cartas que dão bônus temporários ou permanentes nos percursos que existem ao longo do game e da campanha principal. Eu gosto dessa “roleta da sorte” que esse sistema anda proporcionando nos games hoje em dia. Até mesmo nos games mobiles que usam e abusam desse recurso eu me divirto. E no fim, isso torna Forza Motorsport 6 menos “quadrado”, no sentido de ser sério demais, e dá uma cara mais de videogame. Isso acabou deixando a série menos sóbria.
Entretanto se tem algo que estranhei bastante no jogo foi a sua localização. O jogo parece estar totalmente localizado em português nas partes em que importa, como explicações da narradora e tal, mas há cenas e apresentações do mundo e dos modos de jogo em que os responsáveis pela localização resolveram deixar apenas com legendas em português. Por que isso? Achei meio capenga fazer isso, especialmente depois de ver o trabalho incrível realizado em Gears of War Ultimate Edition, Halo 5 Guardians e Rise of the Tomb Raider, todos lançados na mesma época. Faltou dublar poucos trechos, mas faltou e é perceptível isso no game, infelizmente. Porém não é nada que atrapalhe o jogador que não entenda nada de inglês, já que todos os tutoriais e explicações estão na dublagem do jogo.
Após as primeiras pistas ao iniciar o jogo, o game abre os campeonatos e categorias diferentes de corridas. Cabe ao jogador escolher por onde começar e ir ganhando experiência e níveis que lhe permitem comprar carros melhores e aprimora-los também.
Quem não curte essa parte de customização super e exageradamente detalhada, tal como eu não curto, pode contar com a customização automática do jogo. O que é uma boa, já que assim o game não lhe obriga a perder horas customizando um carro e no final ele ser um completo lixo. Essa é a parte onde apenas os que realmente gostam e entendem acabam se dedicando.
Ainda é meio cedo para dar uma opinião maior sobre Forza Motorsport 6. Eu mal o comecei, mas já fico meio contente de finalmente ter encontrado uma forma de me divertir com esse gênero sem que ele me incomodasse por não ser algo arcade.
E agora, vendo o acabamento gráfico que o título recebeu em 2015, fico com a impressão de que Forza Horizon 2 de 2014 acabou envelhecendo muito mal e muito rápido. E olha que eu gosto de Horizon 2, porém após jogar The Crew Wild Run neste final de ano entendo que Horizon 3 – se vier a existir – precisa dar um salto gigantesco em relação a Horizon 2, que em comparação com o primeiro Horizon também não evoluiu o que deveria ter evoluído. Nesse sentido acho que sai ganhando ter pulado alguns títulos da série Motorsport para chegar em sua sexta edição. Não sinto essa ressaca da série que alguns sentem hoje em dia, já que parece que ano sim, ano não, um novo Motorsport precisa ser lançado.
A dica e recomendação que posso deixar aqui nesse momento para quem ainda não experimentou e testou é que jogue a demo que tem do game no Xbox One. Porém faça como eu fiz aqui: mude a câmera, deixe a perspectiva de dentro do carro justamente para não ficar tentado a jogar Forza Motorsport 6 como um game de corrida arcade.
Artigos dos principais exclusivos da temporada 2015 do Xbox One:
- Gears of War Ultimate Edition | Remasterizando o massacre Locust (Review)
- Rare Replay | 30 Anos e uma merecida história a ser contada (Review)
- Halo 5 Guardians | 343 Industries colocando tudo nos eixos novamente! (Review)
- Diários de Jogo de Rise of the Tomb Raider! (Review em Breve)
- Ori and the Blind Forest (Artigos em Breve!)
- Sunset Overdrive | Revisitando e mudando de opinião!
Onde comprar (em mídia física):
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Thiago, estou conhecendo seu blog hoje, e cara, gostei muito!
Lendo este post sobre o Motorsport 6, achei super interessante, principalmente o fato de você estar experimentando ele de forma diferente – que cai entre nós, talvez seja a franquia de jogos de corrida que mais lhe permite personalizações de gameplay.
Quanto a existir legenda em alguns pontos e não a dublagem, isto acontece porque estes trechos foram narrados pelos apresentadores do programa Top Gear UK do qual a franquia tem parceria.
Desta forma, a Microsoft não viu sentido traduzir as falas deles fazendo com que a participação seja experimentada pelos gamers de todas as nacionalidades.
Um grande abraço e continue escrevendo. Estarei acompanhando seus posts!
Seja bem vindo Diego! Que bom que gostou do Portallos 😀
E obrigado pela informação a respeito dos trechos narrados pelos apresentados do Top Gear UK (eu não fazia ideia), apesar de que eu me pergunto se era realmente importante manter as vozes originais. Pensando de forma do público em geral, ainda acho que o normal seria dublar tudo mesmo. :p