Bullet Armors – Vol. 01 | Máquinas conscientes e a jornada por respostas! (impressões)
Antes de vir aqui escrever a primeira resenha de Bullet Armors, um mangá que atualmente está sendo publicado aqui no Brasil pelo selo Ink da JBC, resolvi dar uma pesquisada mais profunda nele pela internet e caramba, como é difícil encontrar algumas informações sobre ele por aí. Só se acha mesmo o básico e olhe lá. Eu tiro o chapéu para a JBC por ter encontrado esse título e estar publicando ele por aqui. E de fato fico bem contate de ver um mangá completamente desconhecido, porém muito bacana, chegando assim por estas bandas.
É sempre legal ser surpreendido com algo que a gente meio por fora do mainstream dos mangás. Bullet Armors é um mangá que foi lançado no Japão em 2010 e durou até 2012, e parece ser o primeiro trabalho de sua criadora, que no volume brasileiro refere-se apenas como Moritya.
Ao todo Bullet Armors conseguiu seis volumes (tankoubons), mas não encontrei muitas informações do que aconteceu, se o mangá foi cancelado, finalizado ou sei lá. Para um primeiro trabalho publicado, ao menos neste primeiro volume, no freetalk da edição, a Moritya me parece bem empolgada. Resta ver o que rola nas próximas cinco edições para saber como tudo acaba e se acaba.
Bacana para quem sempre procura um mangá curtinho, fora do popular que tudo mundo conhece, mas com aquele friozinho da barriga de saber que tudo acaba após seis volumes, ainda que me pareça o suficiente para concluir ao menos a proposta que o primeiro volume abre.
E o selo Ink da JBC parece ser uma boa casa ao título, já que é um selo que corre atrás de coisas alternativas, para que a gente possa realmente conhecer novos mangas, autores e personagens, tanto de trabalhos internacionais quanto nacionais.
O Mangá
Bullet Armors apresenta esse mundo onde máquinas com consciência existem e parecem estar sempre em evolução. Elas são chamadas de Tremors. Ninguém sabe de onde surgiram ou quais os propósitos dos Tremors, apenas que eles constantemente atacam os humanos.
Há dois tipos de humanos que combatem os Tremors: os Bakers, humanos normais que caçam e vivem em grupo eliminando todos os Tremors que surgem ao redor de seus vilarejos, e os Breeders, que são uma espécie de humanos que criam vínculos com um Tremors e passam a andar sempre juntos. Esse vínculo é iniciado através de um aparato chamado Beacon, ainda não explicado muito bem no começo da história, o que é normal nesse ponto de qualquer tipo de mangá.
O mundo de Bullet Armors é um mundo devastado ao que aparenta. Muitas áreas desertas, e a humanidade se reuni em vilas e pequenas cidades em sua maioria, porém algumas são grandes como a do último capítulo do volume um. O design do mangá lembra um mundo meio maquinário, não necessariamente steam Ou cyperpunk, mas ainda assim um mundo já meio maltratado pelas máquinas.
Somos apresentado então a esse mundo fantástico pelos olhos de Íon Aupoussins (sobrenome difícil, hein?), o protagonista da história. O primeiro capitulo conta sua primeira aventura, ainda muito novinho, talvez 6 ou 7 anos, a história não deixa muito claro isso. Íon vive com sua irmã Lisa em uma pequena cidade na qual o nome não importa agora. O pai de Íon partiu quando ele tinha apenas dois anos, nada é dito sobre a mãe dos irmãos.
Nesse ponto da infância ele conhece um cara chamado Lez Sinstant, que Íon descobre ser um Breeder. Íon é fascinado por máquinas e peças mecânicas, tanto que ele encontra um Beacon sem nem mesmo saber do que se trata. Bem, não vou ficar contanto aqui a história de todo o volume um, mas resumidamente para quem quiser entender a história: Íon acaba intencionalmente, mas sem entender direito, se tornando um Breeder ao se vincular a um estranho braço robóticos que cai do nada perto do seu vilarejo. Isso desperta a ira de alguns Tremors e Íon descobre por meio do Lez como os Breeders podem batalhar contra os Tremors. Ele também descobre que Lez conheceu o seu pai é que talvez ele não esteja morto.
Tudo isso é apenas o capitulo um do mangá. O primeiro volume publicado pela JBC apresenta os primeiros 4 de 29 capítulos de Bullet Armors. O capitulo um termina com um salto de 10 anos, com Íon adolescente saindo de sua cidade em busca de respostas sobre seu pai e o mistério dos Tremors e Breeders.
O Tremor que ele se vinculou chama-se Bullet e é mesmo um braço vivo e consciente, que consegue se comunicar com Íon, sem balões de fala por sinal, apenas o garoto entende. E Bullet quer saber sobre seu passado, porque ele é apenas um braço, cadê o resto de seu corpo?
Bullet Armors é um mangá de shonen, para meninos, com batalhas em um mundo de fantasia de máquinas. Pelo primeiro volume eu achei muito divertido. Há batalhas, muito humor, e personagens legais na qual Íon vai encontrando pelo caminho.
Ele aprende mais sobre um mundo que ele mal conhece, pois sempre viveu em uma cidade onde ninguém sabia muito sobre o mundo lá fora. Ele vai conhecer Bakers, de todos os tipos, incluindo caçadores de recompensas. Íon fará novas amizades com outros Breeders, enquanto procura por Lez e seu pai e também sobre o mistério envolvendo Bullet.
O mangá é muito bem desenhado. Lembra um pouco séries como Fullmetal Alchemist nas caras e bocas e nas horas do humor. As batalhas também são intensas e com muitos efeitos. Não chega a serem confusas, como é comum acontecer em mangas de batalhas, tirando um ou outro momento talvez. Como elas não possuem aqueles de personagens gritando os nomes de seus golpes e poderes, isso cria um bom ritmo as batalhas.
Gosto também como Íon se parece um pouco com o Mega Man da série Mega Man Legends, afinal é um garoto enfrentando robôs conscientes com um braço robótico! Ah é um detalhe, Bullet não fica atarraxado em seu braço, podendo ser usado separadamente, o que é uma ideia genial da autora. Breeders não precisam ficar necessariamente unidos fisicamente aos seus Tremors, ainda que possam. Íon “veste” Bullet em seu braço nas batalhas, mas nem sempre ele faz isso, especialmente quando precisa fugir. É bem engenhoso o que a autora consegue fazer com a ideia de um braço autônomo que pensa por si só.
Em meio a tudo isso, preciso recomendar Bullet Armors. Eu ainda não sei o final, mas acho que pela diversão e pela aventura vale a pena conhecer. Está saindo em tankoubon no selo Ink, no modelo padrão de mangá, com papel jornal e tal. Não há que se falar em má qualidade, tem uma impressão dentro dos padrões normais e a encadernação me agradou bastante. São apenas seis volumes e a preço de R$ 12,90 cada um. Me parece justo.
Vale elogiar também as contra capas coloridas e o freetalk, que até um tempo atrás era algo que eu não via nas publicações da JBC e achei muito legal que aqui se fazem presente. Gosto muito desse pequeno mimo e detalhes. A contra capa com a arte da chamada inicial de Bullet Armors aqui em cores é de encher os olhos!
Fica então a recomendação!
Mais algumas imagens!
— Todas as imagens da postagem e muitas outras estão na galeria que abre a matéria lá no topo da página. Vale a pena conferir.
Para o Vol. 1, a história começa muito bem
Íon é o clássico protagonista deste gênero
Máquinas conscientes é um bom atrativo
Traço e os desenhos estão ótimos
Boa ação e bons momentos de humor
Formato da publicação é simples, mas ajuda no preço
Bullet Armors tem bons elementos de um bom mangá de batalhas. Tudo bate e a fantasia em um mundo de máquinas com consciências é diferente o bastante para atrair aos curiosos.
Caramba! Fiquei bem empolgado com o mangá depois desse review. Eu pretendia retornar ao Berserk, que abandonei em 2013 por causa dos hiatos, mas acho que vou deixá-lo esperando mais um pouco, hehehe!