Para fechar a trinca de games que joguei na semana de carnaval preciso comentar um pouco a respeito do início da campanha de Call of Duty Black Ops III. Mas só a campanha? Pois é, hoje vou me focar apenas na campanha. Mas há planos de um review encorpado e outros textos sobre todos os modos e camadas que o game possui, sendo publicado aos poucos, pelas próximas semanas, não se preocupe!
Todo ano, um novo Call of Duty.
Antes de começar, um ponto a ser discutido: há esse consenso na comunidade gamer a respeito de franquias anuais. Jogos que saem todo ano e que as vezes causam essa sensação de que são sempre mais do mesmo. Call of Duty é uma destas franquias que está sempre nesse caldeirão de discussão.
E olha que entendo que a Activision toma certos cuidados com a franquia, sempre deixando os games da série se revezando entre três estúdios principais, a Infinity Ward, a Sledgehammer Games e a Treyarch, esta última responsável pelo game de 2015 que está sendo a pauta deste texto.
Mas o curioso de Call of Duty é que a franquia meio que virou um game que funciona sozinho a cada ano. Eu não preciso ter jogado o game dos anos anteriores para entender o game deste ano. A história e seus personagens são sempre novos, não fazendo uma continuação direta de um game anterior (dado algumas exceções ou pequenas referências ao universo de algumas séries), o sistema multiplayer parece se renovar a cada ano e há sempre novidades em cada novo game lançado. Não dá para dizer que o Call of Duty de 2015 é o mesmo Call of Duty de 2014 e essa parece ser a grande vantagem de ter três estúdios trabalhando na mesma franquia em ciclos de 3 anos de desenvolvimento, onde cada um pode colocar a sua própria visão dentro de cada game. Nesse sentido parece que Call of Duty está melhor nesse ciclo do que do jeito que era há algum tempo atrás, com apenas 2 estúdios em ciclo de 2 anos.
E mesmo Black Ops III, que leva a alcunha de terceiro game da série Black Ops parece ter muito pouco a ver com os dois games anteriores – que no caso não joguei. A história se passa 40 anos depois de Black Ops 2. São outros personagens e uma outra situação de guerra. Quem jogou os anteriores talvez encontre um ou outro personagem ou referência dentro desse universo, mas o importante é saber que Black Ops 3 funciona sozinho, sem que o jogador tenha que ter jogado o primeiro game de 2010 ou o segundo de 2012. Eu não joguei e ainda não senti falta deles durante a minha experiência em Black Ops III.
O futuro é mais assustador aqui!
Também há esse sentimento de que o Call of Duty de 2015 tenha a mesma pegada de guerra futurista de Advance Warfare de 2014, que foi feito aos cuidados da Sledgehammer. No caso de Advance Warfare, este sim eu joguei no começo do ano passado. E mesmo que haja essa semelhança de guerra futurista, eu senti que os games possuem uma pegada completamente diferente.
Advanced Warfare fez todo aquele barulho em 2014 por ter o Kevin Spacey (House of Cards) digitalizado como um dos personagens centrais da campanha e da história do game, mas vendo agora sobre a perspectiva de Black Ops III, vejo que Advanced warfare me soa meio político demais, influência direta do ator principal e do sucesso de House of Cards na ocasião. O protagonista de Advanced Warfare era meio pasteurizado, meio certinho e campanha começava em uma marcha lenta, quase como se tivesse medo de assustar o jogador com essa coisa de guerra futurista.
Já Black Ops 3 não tem essa. O game pega e arremessa o jogador em um futuro assustador, em meio a caos de uma missão de resgate onde você é o único soldado que fica para trás e é brutalmente desmembrado por assustadores robôs soldados. A guerra contra robôs de Black Ops III é aterrorizante!
Também gostei da opção inicial do game de me deixar escolher se queria encarnar a história na perspectiva de um personagem masculino ou de uma personagem feminina. Para ser diferente de experiências anteriores na série, resolvi jogar com a protagonista feminina. E a brutalidade com a qual os robôs partem para cima dela nessa cena da missão de introdução acabou me soando ainda mais aterrorizante. E é importante quando o game causa esse impacto ao jogador, especialmente nesse caso onde estamos falando de uma série anual que precisa constantemente se mostrar nova e diferente a cada ano. Já era hora de deixar os jogadores e jogadores escolherem o sexo do personagem principal da campanha de Call of Duty.
Pacotão de conteúdo.
E que bom que agora Call of Duty chega ao Brasil todo dublado, não? Eu não tenho problemas com inglês, mas me agrada poder prestar mais atenção ao gameplay do que ao que o personagem está dizendo ao fundo, em meio ao barulho dos efeitos do jogo. Só não encontrei uma opção para deixar o jogo rolar com legendas, porque há momentos em casa onde o barulho da vida real é maior do que a ficção dos personagens na TV. Legenda ajuda nestas horas. O jogo deveria ter mantido essa opção independente da dublagem. Mancada.
Bem, apesar de ter encaixado esse texto na coluna Primeira Hora aqui do site, eu joguei bem mais de uma hora da campanha de Black Ops III. Porém tendo em vista a quantidade de modos e conteúdo que o game tem a oferecer, me parece apropriado abrir essa série de postagens que o game receberá aqui no site pelas próximas semanas com essa pequena discussão a respeito da campanha do game.
E é interessante como as próprias mecânicas da campanha funcionam de forma isolada e diferente dos modos multiplayer. A Treyarch realmente me impressionou aqui. O multiplayer ainda não testei muito agora com o game full no console, mas me diverti horrores com ele durante o tempo de Beta ano passado. De longe foi o melhor multiplayer que já vi para Call of Duty, mas vou entrar nestes méritos futuramente em outro texto aqui no site, especialmente porque quero testar os mapas, armas e classes que não testei no Beta.
Tive também um tempinho nestas dias de folga de Carnaval para testar o modo zumbi, que até então pelos vídeos mostrados antes do lançamento não havia entendido direito do que se tratava. Agora eu entendi. É uma espécie de modo horda, com jogadores isolados em uma área pequena e tendo que se virar como podem contra hordas de zumbis que saem de vários cantos do mapa, podendo comprar armas e especiais em meio a essa maluquice toda. É um modo de ação frenética. Apenas achei meio fora do contexto do jogo a ideia de ser algo meio visual noir, mas esse também é um modo que ainda vou jogar e experimentar mais e que volto a falar futuramente. É curioso como um game tem tantos lados e modos que parecem funcionar de forma isolada. Black Ops III parece 3 games em 1. Você o liga e fica meio perdido por onde começar e o que ver primeiro.
A guerra de 2065!
Apenas voltando um pouco a campanha principal, após a missão de introdução, seu personagem meio que se vê obrigado a virar um supersoldado. Ganha membros robóticos e tecnologia especial para combate. Você está na guerra do futuro e robôs soldados são de dar medo!
Ao logo dos próximos momentos da história fui desbloqueando novas tecnologias que agora meu corpo pode liberar, como um radar que me mostra os inimigos, ainda que escondidos, e se um aliado meu o vê, todo mundo o marca no radar que é feito em tempo real e parece aquela visão termal do filme do Predador.
Torretas e equipamentos tecnológicos são facilmente hackeados, podendo invadir eles com a mente! É uma coisa de louco. E isso é só o começo. Quem viu os trailers das classes de combate da campanha sabe que as coisas vão ficando ainda mais apelativas, em um bom sentido.
Eu entendo que isso também é uma faca de dois cumes. Deve haver aqueles que sentem saudades do bom e tradicional shooter, onde sua arma era a única tecnologia que você dispunha e estava sempre rezando para não ficar sem munição. Já eu prefiro muito mais a ficção, o exagero, a liberdade criativa que os games permitem ter hoje em dia. Quero pular como um personagem de animê, hackear máquinas com a mente, ver atraves de tudo e quase nunca me preocupar com munição limitada. Afinal não era isso que fazíamos quando usávamos cheat codes ou gameshark algumas gerações atrás? Parece que os games de hoje entendem que dá para se ter desafio e um jogador que se sinta overpower juntos em um só lugar. Porém pelo que vi por aí o jogo ainda manteve um modo de maluco na qual se você tomar um tiro, você morre. Não tem desafio maior do que dar esse nível de realidade ao game. Mas que bom que é algo opcional.
Graficamente, ao menos nestas horas iniciais da campanha de Black Ops III ainda não tenho do que reclamar. Os efeitos estão exatamente o que espero de um game da atual geração. Não há um esmero de perfeição, mas também não soam irreais ou “geração passada“. Os efeitos holográficos de quando acordo após o ataque dos robôs psicóticos é de encher os olhos.
Este é só o começo!
Por fim, para encerrar essa primeira parte de Call of Duty Black Ops III, vale mencionar e dizer que é uma pena que a campanha só exista nas versões da atual geração. O game também saiu para Xbox 360 e PlayStation 3, mas com a campanha limada do conteúdo porque ela não aguentaria rodar nestes consoles. Concordo que parecem algo da atual geração, mas não deixa de ser uma grande perda de conteúdo nestas versões.
Vou continuar a campanha, me aventurar pelos modos de multiplayer e suas classes de especialistas e jogar mais do modo zumbi. E conforme for descobrindo novas experiências e tendo novas impressões, volto a falar mais sobre o game aqui no site! Afinal tenho que aproveitar o momento de calmaria de Destiny (outro come vida da Activision), que parece que anda meio quietinho nesse começo de 2016 – apesar de que essa semana tem o evento de dia dos namorados e recompensas interessantes, mas isso é papo para outro dia, caso eu resolva dar uma olhada nesse evento no final de semana.
Em todo caso, é um bom momento para começar a me dedicar um pouco mais a Call of Duty Black Ops III enquanto espero alguns dos grandes blockbusters de 2016!