5 de abril! Essa é a data marcada para o lançamento oficial de Quantum Break, que chega exclusivamente ao Xbox One e Windows 10, e que permite inclusive começar o jogo em uma plataforma e continuar na outra usando o mesmo save (caso você tenha ambas as versões).
O game é um projeto da Remedy, os mesmos criadores de Alan Wake, o que significa que há um trabalho enorme em criar uma atmosfera narrativa que atraiam os jogadores, criando uma história de qualidade junto a uma gameplay que trabalhe essa característica do estúdio.
Hoje, dia 22 de março, Quantum Break já foi liberado para a imprensa internacional jogar e ir se preparando para os reviews finais, que só serão publicados em abril. Enquanto isso, será possível publicar dois previews a respeito de dois momentos específicos do game.
Então para agora trago aqui ao site o primeiro preview, que diz respeito aos atos 1-2 e 1-3, além da primeira Bifurcação da história (explico mais adiante sobre isso). Vale apenas reforçar que o texto de hoje é apenas um papo solto sobre o que vi e experimentei do game até aqui. A avaliação final de Quantum Break só em abril, quando tiver terminado a campanha. Fiz questão de jogar somente até o ponto permitido para esta prévia, pois assim não deixaria os eventos do segundo ato influenciar este primeiro texto.
Importante: não há grandes spoilers sobre fatos e atos iniciais da trama de Quantum Break, que já não tenham sido previamente divulgados nos trailers e demonstrações do game no passado. Pode ler sem medo!
O tempo se quebrou!
Todo o primeiro Ato de Quantum Break me pareceu funcionar com uma preparação para o que virá a ser o game a partir do segundo ato. Não vou revelar detalhes específicos da trama, especificamente porque parte da graça do Ato 1-1 é ver como tudo vai descarrilhar e culminar no Ato 1-2, na qual Jack e seu irmão Will já estão fugindo dos soldados da Monarch, que é essa empresa que no momento o jogador só precisa saber que são os caras maus do começo da campanha.
Mas o plot principal do game todo mundo sabe, pois está em trailers e peças de divulgação do jogo: o fluxo do tempo está ruindo! Há uma disruptura temporal acontecendo e Jack Joyce teve o azar (ou sorte) de estar no meio desse turbilhão quando tudo deu errado. Mas é interessante como ainda assim Jack é o “orelha” da história, fazendo assim com que o jogador aprenda tudo que precisa aprender para entender o enredo, alguns personagens e regras do mundo de Quantum Break através do aprendizado de Jack.
A primeira coisa que me chamou a atenção nesse começo de Quantum Break é o quão bacana é a premissa do game, especialmente para quem curte uma trama de ficção científica. Em Alan Wake era algo meio sobrenatural, meio suspense. Aqui o suspense ainda existe, mas há uma sensação de urgência que uma trama de ficção com uma ameaça de fim dos tempos exige. Há uma adrenalina injetada que torna a coisa mais emocionante e menos parada do que era no começo de Alan Wake. A Remedy parece ter tomado um pouco de atenção nessa coisa de ritmo inicial, mantendo foco na história, mas trazendo mais ação nas mãos do jogador desde o começo de tudo.
Foi inevitável não pensar que estava interagindo em uma trama que poderia muito bem estar presente em seriados como Fringe (ao menos na boa fase de Fringe). Ter o ator Lance Reddick no elenco também ajuda a ter essa impressão já que ele tinha um ótimo personagem em Fringe.
Falando em elenco, essa é outra parte que chama a atenção no primeiro ato do game. É um tanto diferente essa impressão de que os personagens no game são todos atores famosos do cinema e da TV americana. Shawn Ashmore (The Following/X-Men), Dominic Monaghan (Lost), Aidan Gillen (Game of Thrones), Lance Reddick (Fringe) e Brooke Nevin (The 4400) só para citar alguns. É estranho reconhecer estes personagens de outras séries e filmes e pensar que, tal como na TV ou cinema eles estão que meio interpretando também em uma história para um videogame, e não apenas “fazendo” as vozes, mas emprestando também seus rostos! Causa uma sensação estranha de estar jogando “uma série”. Era isso que a Remedy pretendia?
Não que isso seja incomum, afinal temos ótimos personagens na TV que se igualam ao status de ficcionais dos games, tal como Fox Mulder, Jack Bauer, Buffy Summers, Frank Underwood etc. Personagens que extrapolam a simples faceta dos atores que os interpretam. Se Quantum Break conseguirá algo assim com Jack Joyce ou Paul Serene… esse ainda não é o momento de responder isso.
Batalhas com distorções temporais!
Um outro momento que me impressionou aqui foi a jogabilidade. Não é segredo algum que a minha preferência em jogos de tiro seja pela visão em terceira pessoa, ao invés de primeira pessoa. E Quantum Break funciona em terceira pessoa. Ponto pra mim!
O primeiro ato vai apresentando aos poucos as mecânicas de jogabilidade. Logo de cara o jogador já aprende que o sistema de cover é automático! E como isso é bom, não? Não preciso apertar um botão para que o meu personagem entenda que ele precisa se esconder atrás de um balcão, mesa ou parede. Se estou próximo de um objeto em que posso me esconder, ele se esconde sozinho. Sair do cover? Basta mirar ou simplesmente sair de perto do que estiver te servindo de cover. É prático e intuitivo. Gostei disso. Me fez pensar como Gears of War poderia ser caso a The Coalition também optasse por um sistema automático de cover… quem sabe futuramente isso não acontece?
O grande diferencial de Quantum Break em relação a outros games de tiro em terceira pessoa diz respeito aos poderes temporais que Jack, sem querer, acaba ganhando. Estes poderes parecem ter importância na trama e não são algo inserido de forma gratuita apenas para justificar o gameplay, o que é ótimo do ponto de vista do equilíbrio entre game e trama.
Sendo assim o jogador ganha algumas habilidades bem fantásticas, como um radar temporal para ver todos os inimigos em uma grande área e também uma espécie de dash temporal na qual Jack se desloca rapidamente em linha reta para onde o jogador apontar, causando um incrível efeito de deslocamento temporal.
Outras habilidades são um escudo que para o tempo a sua volta, impedindo que balas o atinjam e também uma habilidade na qual Jack pode desacelerar o tempo em pontos em que o jogador quiser, como em volta de um soldado, e assim ao atirar para dentro dessa bolha temporal, o que causa uma reação de explosão quando o tempo retorna ao normal. Essa mesma habilidade também desacelera objetos, como uma plataforma que se torna fixa se você congelar o tempo.
Todas estas habilidades no entanto não são ininterruptas. Há uma esfera de indicação no canto direito da tela que mostra ao jogador quando cada tipo de habilidade pode ser usada, sendo que cada uma tem sua barra de energia individual. Mas não se preocupe, pois elas levam apenas alguns segundos para recarregarem até que Jack possa usar cada uma novamente. É mais algo para o jogador não forçar um uso em excesso, para que se trabalhe em conjunto com o sistema de tiroteio do game, causando um ótimo efeito visual durante a ação de Quantum Break.
Fora isso, no primeiro ato também é mostrado algumas interações interessantes na qual Jack consegue manipular o tempo e ver rastros das pessoas que passaram em certos locais, como o movimento dos guardas que pegaram o irmão dele. Estas interações só acontecem em alguns pontos específicos entretanto. Ao menos por aqui, no começo do game.
Só sei que saio deste primeiro ato impressionado com o efeito visual dos momentos de ação do game. A forma como tempo se quebra em volta de Jack é realmente incrível, como vidro se partindo, especialmente porque isso acorre em qualquer lugar, com qualquer ambiente e qualquer objeto do cenário, seja ele fixo ou não. É um efeito realmente impressionante de se ter e deixar acontecer em qualquer parte do game.
Pequenos detalhes
O primeiro ato também revela que Quantum Break tem colecionáveis, que são pequenos documentos, áudios e vídeos que revelam mais do mundo e da história do game. Inspira então a exploração dos cenários. Cada ato tem seu próprio número de colecionáveis e nem tudo que se interage é colecionável, ainda que a interação também possa revelar detalhes do enredo do game.
Sobre a dublagem, pois sempre tem quem pergunte se o jogo tem a opção de mexer no áudio e nas legendas, posso dizer que sim, dá para jogar com o áudio em inglês com legendas em português ou deixar o áudio em português mesmo. Sem a necessidade de mudar a dashboard do Xbox One. Isso é bom, não?
Eu ainda não tenho uma conclusão a respeito da dublagem nacional. Preciso jogar mais e me acostumar melhor com as vozes. Só com o primeiro ato concluído ainda estranho um pouco certas vozes, especialmente a de Jack Joyce, mas isso ocorre justamente pelo que comentei mais acima: eu conheço o elenco do game por meio de séries que vejo na TV sempre legendadas, conheço cada voz original de cada ator ali presente. Sendo assim jogar em inglês acabou sendo mais agradável pra mim. Porém essa é uma decisão de cada jogador mesmo. O importante é o game dar tal opção, e ele dá!
Ah! E um detalhe um pouco importante, pois no You Tube já estão sendo mostrados os primeiros vídeos destes atos iniciais de Quantum Break e nem todo mundo está avisando certos detalhes. O caso é que a versão de imprensa que todos estão jogando no momento ainda não recebeu uma atualização (que será lançada antes do lançamento do game) que vai melhorar e acertar a sincronização das legendas em alguns idiomas – português incluso – especialmente no que diz respeito as legendas do episódio live action ao final do ato 1. Essa atualização alias deve acertar outros bugs, melhorar os loadings (que não tive problemas e nem notei serem lentos) e polimentos gráficos para o jogo estar ainda melhor em seu lançamento em abril. Por isso caso você veja alguns problemas nos vídeos dos previews por aí, bugs e travamentos, tenha em mente que essa versão do game ainda vai receber essa atualização que promete melhorar a experiência do jogo. Provavelmente quando for publicar o segundo preview aqui no site, esse patch de correção já terá sido liberado e aí poderei voltar a tocar melhor nesse assunto e dizer se foi perceptível as melhorias prometidas.
Bifurcação #1
Para encerrar esse primeiro preview não poderia deixar de falar da Bifurcação 1, que é outro momento importante da proposta e do conceito de Quantum Break como um game que mistura atores famosos e seriado Live Action.
Ao final de cada ato, o jogador precisa tomar uma decisão que irá definir os rumos do próximo ato do jogo, do desenrolar da história do game e também dos episódios live action que existem entre cada ato da campanha principal.
Neste preview, o primeiro episódio só pode ser visto por meio de streaming do Xbox. Não é uma opção muito boa para quem tem conexão ruim de banda larga. Em casa minha internet tem a merreca de 4MB e com meu filho no You Tube enquanto assistia ao primeiro episódio houve momentos de engasgos e baixa qualidade de imagem. Entretanto a Remedy já avisou que até o lançamento oficial haverá uma opção de baixar os episódios. O que será uma mão na roda para quem tem problemas com streamings. De qualquer forma é importante dar as opções. O jogador poderá assistir por streaming, economizando espaço em disco de armazenamento ou poderá baixar caso queira ver uma uma qualidade máxima sem que a qualidade de conexão de cada um influencie isso.
Ainda não sei dizer quantos atos tem Quantum Break – e se soubesse ainda não poderia dizer – mas a Remedy já disse que cada um dos episódios existente possuem cerca de 20 minutos entra cada ato. E é realmente por aí mesmo que o primeiro episódio tem.
Na primeira Bifurcação, o jogador não controla Jack, mas Paul Serene, que é um personagem que… bem, você não precisa entender o que Paul quer ou o que ele é. Basta saber que ele tem que tomar uma decisão, que vai impactar como Jack será visto pelas pessoas a partir do segundo ato do game. Esta decisão envolve matar ou não pessoas, por isso o nome da primeira bifurcação é “Linha Dura” ou “PR” (sigla em inglês para Relações Públicas).
Eu domei ambas as decisões, para ver o que cada uma impacta no 1º episódio da série. É interessante ver que ao se decidir o jogo lhe diz qual é o percentual total online de pessoas que jogaram até esse ponto do game e que tomaram a mesma decisão que o jogador resolver tomar.
Muda realmente? Sim, há cenas, especificamente no começo do episódio 1 que possuem um tom bem diferente de acordo com a decisão do jogador na primeira bifurcação. Porém no geral, o episódio segue com o plot principal idêntico, mudando pequenos detalhes apenas. Não é uma diferença que impacta a ponto de parecer dois episódios diferentes. As ações que são desencadeadas no live action são bem semelhantes. Agora como isso se desenrola adiante, no game e nos próximos atos… ainda não sei dizer!
Porém admito ter ficado para saber qual é realmente o impacto de todas as bifurcações e quantos finais o game pode ter por conta dessa possibilidade apresentada de mudar a narrativa da história. Cria uma certa vontade de querer ver tudo.
Fim do primeiro ato!
Como prévia, o que descrevi aqui não serve muito para tecer uma opinião geral de Quantum Break. É como um test drive. Serve apenas para sentir o game.
Tendo como base apenas esse primeiro ato, dá para dizer que é perceptível o esforço da Remedy em manter certos parâmetros que são marca registrada do estúdio, como a trama densa e personagens interessantes e instigantes. Notei um trabalho muito maior de ritmo e uma jogabilidade mais ágil, criando bons efeitos e se mantendo muito mais na diversão do que no desafio.
É um bom começo para Quantum Break. Agora é ver como tudo se desenrola a partir deste ponto! Aguardem a segunda prévia de Quantum Break aqui no site para daqui alguns dias e em abril o review completo!
Isso se o tempo não colapsar até lá!