Não deu tempo de vir aqui no site comentar antes, mas tive a oportunidade de jogar um pouco o beta de Doom, que rolou de forma aberta no final de semana de 16 de abril.
O game chega ao Xbox One, PlayStation 4 e PC em 13 de maio e o beta basicamente consistiu na experiência multiplayer do game, entretanto sabe-se que também haverá um modo campanha dentro do game. O novo Doom não se resumirá apenas em um game online multiplayer, como alguns dos jogos desta geração vem apostando, apesar de que tenho a sensação de que o multiplayer será parte importante do foco principal para a longevidade do título.
Vale lembrar que esse projeto originalmente começou com Doom 4 e passou por tantos problemas, tantas reformas e que acabou se tornando simplesmente “Doom”, sem ficar totalmente claro se será um reboot completo da série ou algo paralelo ou uma reimaginação de tudo. Um remake fiel original ao menos sabe-se que não será. No fim, será algo que provavelmente o jogadores só vão descobrir quando o jogo for lançado. Por isso tanta expectativa.
Admito que não tenho acompanho muito as notícias e informações que andam sendo liberadas para o game. Sei que ele está em desenvolvimento pela id Software, que é o estúdio que cuida da série desde seu surgimento em 1993 e que será distribuído lá fora pela Bethesda Softworks.
Aliás nem mesmo sei se aqui no Brasil haverá um distribuidor oficial para o jogo chegar aqui em mídia física em maio mesmo. Vou pesquisar sobre isso e eventualmente informarei aqui. Menciono esse detalhe porque o game estava totalmente localizado para o português nessa fase do beta aberto, então vale a pena ficar de olho pelo lançamento nacional, se for acontecer.
Por dentro do beta
Sei que Doom vem recebendo vários betas fechados já há algum tempo e que somente nesta metade de abril foi que os desenvolvedores resolveram fazer um beta aberto. Não posso dizer nada em relação aos betas fechados anteriores, pois não pude participar. As minhas impressões aqui serão somente em relação ao beta aberto do dia 16 de abril.
Gostaria que o beta tivesse durado mais do que apenas um final de semana, mas mesmo que tenha sido curtinho foi o suficiente para ver alguns aspectos básicos do multiplayer proposto pela id Software e descobrir ideias interessantes e divertidas de games da atualidade sendo aplicadas no universo de Doom.
Já digo que não descobri tudo que o beta tinha a oferecer e nem aprendi todas as mecânicas, mas o que vi me agradou, ainda que sinta que alguns aspectos da própria fórmula de Doom estejam meio envelhecidas para competir com os games atuais. Também me preocupo com o quanto tempo é possível ficar jogando o game online antes de se cansar dele, porém como o beta não demonstrou toda a magnitude de modos e opções que podem existir, ainda é um pouco cedo para questionar tais pontos.
A primeira coisa que me chamou a atenção, e é até curioso, é como o jogador sente essa física do mundo que Doom criou em 1993 semelhante com os primeiros games em perspectiva em primeira pessoa. Essa coisa de ausência de peso, do personagem não balançar enquanto se movimenta. Há uma aura nostálgica aqui, porém aplicada a muitas coisas dos atuais First Person Shooter (FPS).
Apesar de ter jogado o clássico Doom nos anos 90, essa foi uma série que nunca me marcou em minha infância gamer. Quando menor eu era mais vidrado em aventuras de mascotes da fase de ouro dos videogames, como Super Mario e Sonic. Gostava do gênero plataforma e achava estranho essa perspectiva de não ver o personagem dos FPS. Até hoje sou um pouco assim, gostando mais de jogos em terceira pessoa do que em primeira. Não que os odeie até hoje, pelo contrário, muitas experiências atuais só funcionam graças a essa perspectiva, mas é aquela criancinha na cabeça que fala de vez em quanto coisas como “há certos games em primeira pessoa que não precisam ser em primeira pessoa“. Felizmente este não é o caso de Doom.
Bem, por não ser um super fã de Doom, nem sequer sei se as armas usadas ou o próprio cenário são algo que existem nos games anteriores. Há essa sensação de possuírem a cara da franquia, mas sei são inspirações, originais ou remakes pra mim. É difícil dizer. Acho que a minha visão é a de alguém que esta chegando ao universo da série hoje, sem qualquer feedback grandioso sobre os games antigos.
O que me chamou a atenção no beta foi toda a roupagem moderna do multiplayer. Há sistema de ranking entre jogadores, de níveis para o jogador, customizações de personagens, personalizações dos sets de armas que podem ser usadas nas partidas online, provocações a serem usadas ao final das partidas e todo um procedimento de menus e personalizações que se parecem totalmente com qualquer game de multiplayer de hoje em dia. Pegar um clássico e criar essa abordagem moderna nem sempre é fácil, por mais óbvio que estas opções e customizações as vezes possam parecer.
O beta dispunha de dois modos de jogo, o clássico Mata Mata em Equipe, com jogadores que matam uns aos outros em equipe, sendo que a cada morte basta aguardar alguns segundos para renascer no mapa. Bom que as zonas de respawn (renascimento) são diferentes e não tem um problema comum em games do gênero, onde jogadores ficam lhe esperando renascer e matando os jogadores segundos depois.
Nesse modo não tenho muito o que dizer. É exatamente o que se espera. Jogue, mate, morra, renasça e mate de novo. O time que pontuar até certo número de mortes mais rápido, ganha. É basicamente o feijão com arroz dos multiplayers online.
O que realmente me impressionou foi o segundo modo, uma espécie de domine a zona, chamado Rota de Guerra, porém com a brilhante ideia de que a zona segue uma rota circular no mapa multiplayer, fazendo voltas, então o jogador precisa se movimentar com ela, protegendo-a da invasão dos adversários, que podem apenas esperar ela chegar em um trecho do caminho ou avançar em rota contrária à ela e chegar rapidamente aonde os adversários estão a protegendo.
Esse modo me pegou totalmente. Eu achei genial chegar tocando terror em uma zona de domínio móvel, vindo de lugares na qual os adversários nem sempre podem prever.
Isso porque os mapas de Doom são uma espécie de buraco de minhoca. Há diversos níveis de altura, recheado de entradas e buracos de lugares inusitados, com itens escondidos e coisas a serem exploradas. Ao jogadores novatos era totalmente normal ficar completamente perdido nestes mapas que foram disponibilizadas no beta (vi apenas dois). Eu gostei em particular de um que tinha uma enorme ponte ligando ambos os lados do mapa.
Outra peculiaridade do multiplayer é a tal Runa Demoníaca que é ativada após alguns minutos em cada partida. Não sei dizer se foram os jogadores que fizeram algo ou se coletaram alguma coisa para ativar essa runa, sei que o game avisa todo mundo alguns segundos antes dela aparecer no mapa e aquele que chegar até essa runa no momento certo se torna uma criatura demoníaca extremamente forte e apelona, que requer que todo o time adversário caia matando em cima do monstro para o eliminar. No modo Rota de Guerra, chegar ao ponto de controle móvel com essa criatura é de deixar os jogadores aflitos, sabendo que alguns vão cair tentando derrubar o jogador que está com o selo do demônio.
No beta vi apenas um tipo de demônio, essa da imagem acima, que lembra uma caveira zumbi com lança foguetes. Mas vendo os vídeos de divulgação do game, vi que existirão outros tipos de demônios, o que é uma boa sacada. Não deixar os jogadores saber qual tipo de demônio será ativado quando o jogador chegar na runa é bem interessante.
Na questão das armas, Doom neste beta mostrou um arsenal incomum de armas, o que era um tanto esperado. Nada de revólveres e metralhadores comuns. É tudo muito louco, naquela vibe que alguns puderam sentir nos remakes de Serious Sam na geração passada. Armas de choque, armas lasers, lança foguetes, munições explosivas etc. Sendo que uma das melhores armas das partidas e que os jogadores mais usavam acabou sendo uma super espingarda que mata com dois tiros ou comum único tiro se o jogador já tiver tomado algum dano, como um ataque físico na qual o jogador pode realizar. Inclusive este ataque se ativado em um jogador prestes a morrer, acaba virando uma excelente finalização.
Algumas das coisas que não aprendi muito bem foram os diversos itens espalhados nos mapas desse beta. O jogo não deixa claro o que são cada um. Percebi que alguns itens verdes serviam para recarregar a energia do jogador, mas tinham caixas azuis, orbes amarelas, itens roxos, itens que reforçavam a armadura da energia etc. É algo bobo nãio saber, imagino que os veteranos de Doom saibam, mas eu fiquei meio perdido entre sair recolhendo itens ou ir para atacar os adversários. A diversão acabou sendo as batalhas mesmo, sem depender de tais itens.
Importante dizer que ao longo do beta não tive muitos problemas com bugs e lags, já que estes são justamente o motivo de terem betas em muitos dos jogos atuais (ainda que alguns estúdios façam betas e os tratem como demos de luxo). As partidas rodaram bem, com vários jogadores e com o matchmaking fazendo a conexão de forma pratica e rápida.
Ao final de cada partida o game mostra o quanto o jogador ganhou de XP (pontos de experência), se subiu de nível e até mesmo novas coisas, como armaduras e equipamentos são destravados, dando aquela boa sensação de progressão. Legal também que o game tenha sistema de desafios, como matar X jogadores com tal arma, ou ficar vivo por X tempo. Desafio realizado, muitos pontos de XP são concedidos.
E é meio que isso. O beta não tinha tanto a oferecer além destes dois modos de multiplayer e toda a parte de customização do personagem, que pelo que entendi são meramente cosméticas. Nada de permitir jogadores profissionais mais fortes do que novatos, desbalanceando muito as partidas.
Atenção conquistada
É difícil dizer apenas com isso se Doom é um game que vale a compra. Há que se dizer que o game oficialmente está sendo vendido como um título AAA, ou seja, nada barato dependendo da plataforma. É preciso deixar claro quantos modos o multiplayer terão, com quantos mapas e como será a campanha do game. Apesar de que alguns destes pontos já foram divulgados nos diversos trailers do jogo. Eu talvez esteja bem desatualizado, conforme informei lá no começo da matéria. Prometo me atualizar para voltar a falar mais de Doom na próxima vez aqui no site.
Claro que é legal ver que em termos de funcionamento, esse beta prova que Doom entra na era dos games online de forma satisfatória, rodando sem problemas, com todos os aspectos modernizados dessa modalidade de jogo. Para esse beta isso talvez fosse a coisa mais importante, deixar o gamer sentir que ainda é um game dentro do universo de Doom, com uma pegada clássica da série, sem que isso parecesse ruim ou ultrapassado. Nesse ponto o beta acertou em cheio.
Importante apenas não esquecer do modo single-player, para que ele não seja apenas um modo horda, mas que traga uma boa história, bons desafios e uma imersão própria dentro de sua jogabilidade. Que não seja uma espécie de modo multiplayer para um único jogador. Já no quesito online e multiplayer, parece que o game está nos trilhos corretos. E isso é um bom sinal.
Curiosidade despertada!
Sentimento de voltar ao mundo da franquia!
Modo Rota de Guerra
Velhas mecãnicas e físicas reformadas
Multiplayer balanceado, caótico e divertido (mas será duradouro?)
Sistema de personalização e customização
Runas demoníacas tocam o terror nas partidas
Importante! Esta nota não reflete o game final (que ainda nem foi lançado), mas apenas as impressões que o beta proporcionou!