LOUD on Planet X é um indie game que foi lançado agora no dia 19 de abril, para PlayStation 4, Steam e iOS/Android, desenvolvido pela Pop Sandbox (desenvolvedora anteriormente do jogo Pipi Trouble para iOS/Android). A versão que utilizei para estas impressões foi a do PlayStation 4.
Uma descrição rápida para pegarem qual o estilo do game? Imagine uma espécie de Guitar Hero com as características de famosos games de tower defence. Plants vs. Zombies estou vendo você ai no canto da sala! É um game musical de ritmo, na qual o jogador enquanto estiver acertando o ritmo da musica, segue defendendo o palco de uma horda de inimigos alienígenas que está tentando invadir o mesmo e acabar com a farra.
O game surgiu após uma campanha bem sucedida no Kickstarter e a sua chegada demorou um pouco além do prazo, se levarmos em conta que o jogo estava previsto para Outubro de 2015. Bem, antes tarde do que nunca, certo?
Neste jogo rítmico você controla uma banda que estava de boas no Toronto´s Houseshoen Tavern (para quem não sabia, como eu, este é um local popular para os artistas independentes e seus fãs) e foi abduzida para o Planet X e deve utilizar de suas “habilidades” rítmicas para dar cabo de alienígenas olhudos que querem acabar com a banda.
Músicas para todos os gostos
Existem 14 bandas indie em LOUD on Planet X, cada qual representada por 2 músicas dentro do game, o que torna a diversidade das músicas e gêneros muito bom. Inclusive admito que acabei indo ao You Tube conferir as mesmas músicas conforme ia ouvindo elas no decorrer do jogo.
As catorze bandas do game são: Cadence Weapon, Metric, July Talk, Health, Chvrches, Metz, Lights, Purity Ring, Tegan and Sara, Little Dragon, Austra, Shad, F*cked Up e Monomyth. São bandas indies que existem de verdade e emprestaram suas músicas e ritmos para o game.
Acredito que algumas músicas serão mais bem recebidas na hora de jogar do que outras, e jogar com um fone de ouvido ou com o som um pouco mais alto que o normal ajuda você a entrar na vibe da música e conseguir “sentir” o ritmo.
Não se apresse, senão…
Fica aqui um alerta. Tome muito cuidado, o tutorial do game acaba passando despercebido se você começar a apertar os botões freneticamente para começar logo a jogar. Se pular esse tutorial meu amigo, lamento informar de que sua estadia no Planet X estará seriamente comprometida. Eu tive que deletar o arquivo do jogo 2x para conseguir conferir e entender o tutorial, o que se tornou particularmente importante após eu não conseguia jogar o jogo nem na dificuldade Easy.
Após conferir e seguir o tutorial o jogo mostrou do que é capaz e consegui até algumas 3 estrelas na contagem final da música. Então fica aqui uma ressalva, pois não existe a opção de conferir este tutorial novamente (bizarro!), ainda que muitas dicas ligadas a jogabilidade são mostradas nas rápidas telas de loading, antes do início de cada música, o que também ajuda no entendimento das mecânicas da jogabilidade.
O grande lance aqui, e da importância do tutorial, é aprender a sentir o ritmo em que os comandos devem ser pressionados. Lembra aquele primeiro impacto que existe, por exemplo, em Patapon no PSP, onde o “pulsar” da borda da tela indica o ritmo, e não botões aparecendo na tela dizendo quando o jogador deve pressionar algo.
A jogabilidade
A sua missão como jogador é pressionar os botões conforme o ritmo da música, e algumas vezes a situação fica bem desafiadora conforme os aliens vão chegando perto da sua banda. Existem quatro auto falantes de onde sai o “som” que ataca eles. Caso os aliens ataquem várias vezes o auto falante quebra e a próxima investida é fatal para a banda toda. Caso o jogador seja rápido o suficiente, você tem um tempo para reconstruir o auto falante.
Não existe ordem em qual botão o jogador deve apertar, contanto que ele se mantenha no ritmo da música. O jogador aperta o botão correspondente (vide imagem acima) para ativar o ataque do alto falante que ele desejar, se mantendo no ritmo da música.
Além de “tocar” a música e assim eliminar os aliens, de tempos em tempos a pequena barra de barra de especial se completa e você pode utilizar de variada gama de armas improvisadas (facilmente utilizadas ao se pressionar 2 botões em sequência) dentre as quais podemos citar as luzes estroboscópicas, os amplificadores, a famosa máquinas de nevoeiro e é claro os seguranças da banda.
Cada qual resulta em uma ação diferente contra os aliens, podendo segurar os ataques, causa mais dano, atordoar ou até mesmo eliminar eles mais rapidamente.
E cada banda também conta com um ataque final, que pode ser utilizado conforma a palavra Loud vai sendo completada na parte superior da tela. A animação deste ataque varia de banda para banda, mas o resultado é sempre o mesmo, elimina todos os alies presentes na tela na hora da execução.
Ah e para os amantes de dificuldade avançada fica mais um aviso também: aqui o caldo engrossa logo no começo, pois a dificuldade Easy seria a Normal em outros jogos e assim gradativamente. Levando em conta que o jogo conta com 3 níveis de dificuldade, Easy, Normal e Hard. Joguei o jogo todo na dificuldade Easy e não tenho vergonha de admitir isso, devido ao nível do desafio apresentado.
O desafio
Sua missão é passar por 28 fases, cada qual com uma música diferente e algumas contam com aliens exclusivos. Alguns são facilmente derrotados, outros contam com mais olhos (quanto mais, mais forte são), o que lhe leva a ter que atacar eles mais vezes e alguns contam até com escudos protetores, outros que podem se enterram no chão etc.
No começo somente 14 fases estão disponíveis a livre escolha do jogador e quando cada um dos 3 “conjuntos” de fases é completado, abrem-se mais algumas para cada segmento, totalizando assim mais 14 fases. É uma boa quantidade para um indie game.
Após passar por todos estes desafios ainda tem o chefe final que nos traz um Mix com as músicas das bandas, onde conseguir se adaptar a troca repentina da música se tona mais desafiante do que o chefe final em si, já que a mecânica se mantém a mesma: se adaptar, sentir o ritmo da música, pressionar os botões corretamente e acabar com eles aliens de uma vez por todas.
Vale ou não vale a pena?
Games musicais já estavam mais em alta há alguns anos atrás, mas admito que LOUD on Planet X conseguiu me deixar entusiasmado enquanto ouvia as músicas e destruía os aliens em meu caminho. Acabei até cantarolando alguma partes das músicas após desligar o PlayStation 4, o que é raro de acontecer.
Se você busca um desafio sonoro e curtir músicas indie este jogo vai conseguir lhe entreter. O tempo de durabilidade do jogo vai depender unicamente da sua facilidade em se adaptar ao ritmo das músicas e também no nível de desafio que você quer enfrentar, pois é possível terminar o jogo em aproximadamente 3 horas cometendo alguns deslizes e jogando na dificuldade Easy, ou ampliando este tempo ao limite jogando nas dificuldades mais altas e na busca por 3 estrelas em cada uma das fases, o que vai liberar mais troféus para os caçadores destas conquistas.
E o jogo tem um preço honesto pelo seu conteúdo. No PlayStation 4 e na Steam LOUD on Planet X está em torno de 25 reais, enquanto nos dispositivos mobiles é possível adquiri-lo em torno de 15 reais.
Por tudo isso digo: vale!