Overwatch | Beta e um caso de amor à primeira jogada? (Impressões)
Começou ontem e irá até dia 09 de maio o beta aberto de Overwatch. E… na boa? Você deveria aceitar a convocação do Winslow (veja vídeo mais abaixo) e vir testar esse impressionante game da Blizzard, que chegará oficialmente ao PC e consoles da nova geração agora no dia 24 de maio!
Para quem está no PC o período de testes e betas já estão rolando há um bom tempo, mas para a galera dos consoles, no caso PlayStation 4 e Xbox One, só agora estão tendo a chance de testar Overwatch. E é por isso que só agora consegui testar o game.
Vale dizer que ao longo dessa semana rolou um rápido beta fechado de Overwatch nestas plataformas, e eu consegui acesso. Por isso tive tempo o suficiente para testar o básico do game, fazer os tutoriais, experimentar algumas partidas online para conseguir vir aqui contar minhas impressões iniciais a tempo de recomendar que você corra e teste Overwatch por conta própria. Ou seja, coloque já o beta para baixar!
Prazer em lhe conhecer, Blizzard!
Poderia começar estas impressões falando da Blizzard, de suas produções de sucesso e de todos os méritos da empresa, mas não farei. O caso é que eu, pessoalmente, não tenho uma história de experiência gamer com os títulos da Blizzard. Quer ficar nervoso comigo? Saiba que nunca joguei World of Wacraft, Starcraf, Diablo ou Hearthsotne. Pois é, que horror, eu sei.
Há uma desculpa para isso, mesmo que ela não seja muito boa. Eu nunca fui PC Gamer e nunca gostei da ideia de trocar/compartilhar o mundo dos consoles de mesa para também jogar no PC. Também tenho a ligeira impressão, mas não a certeza, de que a Blizzard surgiu para uma geração de jogadores depois da minha geração, que cresceu com Super Nintendo e Mega Drive como suas principais referências. Hoje dia me sinto um idoso quando alguém chega e me diz que seu primeiro console foi um PlayStation. – What? Para mim o PlayStation foi o final de um ciclo de ouro que vivenciei dos games, um console que foi último prego do caixão para uma fase que nunca mais retornou. E entenda isso para o bem ou para o mal (há positivos e negativos olhando a história dos videogames e do mercado).
Mas vamos parar essa conversa de console de mesa versus PC? Não é a pauta daqui e nem gostaria que fosse o mote dessa discussão. Overwatch está em ambos os sistemas e assim agrada todo mundo. E uma coisa é certa: se a Blizzard queria pescar novos jogadores, expandindo para os consoles de mesa com Overwatch, ela certamente acertou em cheio!
Carisma acima de tudo!
Overwatch não é bem uma reinvenção da roda. Trata-se de um shooter em primeira pessoa, baseado em competições em arenas entre dois times de jogadores. Games assim existem aos montes hoje em dia, em tudo quanto é plataforma. Pra mim parece que a grande sacana da Blizzard com esta nova franquia é justamente o charme e carisma que todo o universo do game e de seus personagens vem apresentando desde que foram revelados em 2014.
Chega a ser impressionante a quantidade de personagens que o game apresenta e como todos possuem personalidades originais e um carisma singular. Claro que uns mais do que outros, isso vai de gosto individual de cada jogador, porém acho impossível que dos 21 personagens que se encontram presentes neste beta alguém não vá adorar dois ou três deles acima de todos os demais.
Nesse quesito de simpatia Overwatch parece ir ainda mais longe. O game já está totalmente localizado em português, então já é possível ter uma ideia do resultado final quando o mesmo for lançado no final do mês. As vozes dos personagens são excelentes. E há timbres, sotaques e efeitos de voz para tudo quanto é lado, dando uma diversidade impressionante ao game. Durante as partidas os personagens falam entre si, e mesmo no caos que um game assim pode ter, os jogadores conseguem reconhecer facilmente qual personagem está falando algo. E isso com o quê? Uma ou duas horas de jogo? Parece algo bobo de notar, mas é um detalhe que requer muito cuidado e atenção, especialmente em uma localização de qualidade. E é nos detalhes que os games conquistam nossos corações geralmente.
A Blizzard também ganha pontos por ter se antecipado e trabalhado em mostrar o universo que de Overwatch antes mesmo de lançar o game. Há as duas animações (vide abaixo) já liberadas apresentando alguns personagens e acredito que outras estão por vir. Não me surpreenderia se de repente uma Netflix da vida quisesse assinar um contrato com a Blizzard e esse universo de personagens virassem uma série animada. Faria total sentido isso acontecer. E seria incrível!
Cabe aqui apenas dizer que se os personagens, o ritmo, o som de Overwatch é empolgante, talvez o que careça um pouco mais de atenção seja a ambientação, ao menos dos cenários dos mapas presentes no beta. Não consegui contar quantos estão presentes, apesar de já ter uns preferidos e uns que tanto faz. Porém os cenários não dizem muito sobre Overwatch. Eu esperava uma ambientação mais única e original. Diferente e absurda tal qual seus personagens são. Posso exemplificar isso citando o ambiente criado para o game Plants vs Zombies Garden Warfare (1 & 2), onde você sente que está no mundo criado pela PopCap para estes personagens. Aqui em Overwatch os mapas me pareceram meio genéricos, sem me apresentar elementos visuais que me impressionassem ou que já não tivesse visto por aí em algum outro game. Nesse sentido eu queria um pouco mais de “uau“, sabe?
Não tira o charme e carisma que o game joga na sua cara nas primeiras horas dele, mas me preocuparia com esse elemento a longo prazo. Até porque a Blizzard já deu a entender que esta é a apenas a primeira fase de Overwatch e muito mais desse universo será expandido a longo prazo. Se o game tiver êxito no mercado após seu lançamento, é claro. E eu certamente aposto que fará sucesso.
As muitas formas de de jogar Overwatch
Um outro aspecto interessante em Overwatch é o fato de que não basta apenas personagens diferentes e carismáticos, mas deles possuírem diferenças e distinções em termos de mecânicas, habilidades e jogabilidade. O game os divide em quatro grupos: ofensivos, defensivos, tanque e suporte. Dentro de cada categoria há um leque de personagens e cada um deles possuem mecânicas de gameplay únicos, alguns bem originais frente ao que existe dentro desse gênero atualmente.
Cada personagem tem uma forma de jogar. É isso que torna Overwatch talvez tão genial. Você pode passar horas para se especializar com um personagem e quando for jogar com outro personagem, isso não vai significar nada. De tão diferentes que alguns são uns dos outros.
Possivelmente eu perderia um dia todo explicando cada um dos personagens presentes no beta. Para isso posso recomendar o canal oficial no You Tube de Overwatch aqui no Brasil, onde há dezenas de vídeos de gameplay e muitos apresentando todo o elenco do game e suas habilidades. Vale a pena explorar isso e aprender mais sobre cada um.
Há personagens que usam duas armas, que podem voltar no tempo, que podem congelar inimigos, que podem se fixar no chão como uma torreta, personagens que andam pelas paredes, que podem fica transparente, que possuem duas formas, que atacam de perto ou de longe, personagens que são escudos, outros que mais prestam suporte ao time do que atacam inimigos e assim por diante. As possibilidades realmente parecem cobrir tudo que você poder imaginar que eles possam fazer.
Pare e pense o quão difícil é conseguir um catálogo tão diferente de habilidades e inseri-la em personagens que artisticamente são bem diferentes uns dos outros, sem que não fique um ou outro parecendo cópia do próprio elenco do game e ainda manter o charme e simpatia do design. É de tirar o chapéu esse aspecto e conquista do game.
No geral funciona assim: todos os personagens possuem uma arma primária, duas habilidades secundárias que podem ser usadas, mas não ininterruptamente (elas levam segundos para serem carregadas) e uma habilidade especial que pode levar um bom tempo para carregar em uma partida. Esse é o básico.
Além disso vem a parte que alguns personagens possuem outras peculiaridades. Alguns podem ter duas opções de arma primária, mudando a qualquer momento da partida (como o anão cibernético que construi torretas fixas, onde ele muda para modo construção ou modo ataque) ou essa mesma arma primária pode atirar com dois tipos de efeitos (como a personagem musculosa que vem da Rússia, onde cada gatilho do controle dispara sua arma de um jeito).
Alguns personagens podem ter três habilidades secundárias, em geral quando a arma primária não faz outra coisa a não ser atirar. E estas habilidades nem sempre servem como ataque. Uns permitem saltos enormes, outras fazem o personagem dar um dash, algumas criam escudos e tem as que servem como suporte aos outros personagens do time aliado ou até mesmo causar dano ao time adversário, como um atributo negativo.
Dá para pegar dessa ideia de mil possibilidade as razões pelas quais as partidas de Overwatch são tão divertidas. São muitos personagens que jogam e agem de formas diferentes nas partidas, mudando as regras e ritmo de como cada time vai se comportar nos embates. É isso que dá o tempero ao game, o desafio e a diversão. A cada momento você está jogando de uma forma diferente e os outros jogadores também. Não fica maçante dessa forma.
Testando o beta
Claro que mesmo no beta é fácil perceber que a Blizzard ainda vai precisar mexer em alguns personagens. Acredito até mesmo que ao longo destes meses desenvolvendo o game e com betas aos montes no PC, a empresa já tenha feito isso com um monte de personagens.
Digo isso porque há personagens muito populares e que são muito superiores a alguns do catálogo do game. Por exemplo, eu achei o robô monge (que parece o Dhalsim) super maneiro, mas jogar com ele é complicado. Tudo bem, ele é um personagem de suporte, então partir para a ofensiva com ele é um erro, mas achei que sua vitalidade é ridícula frente aos personagens que causam danos monstros nas partidas. Outro exemplo é a Tracer, uma das mais populares, que é a guria que aparece em todo trailer do game e está estampado na capa do jogo. Ela é uma personagem bem difícil de dominar, usando um teleporte de dash e também uma habilidade de voltar o tempo. Ela é é muito popular e quase em toda partida há três ou quatro delas. Com tantos personagens a Blizzard não deveria permitir personagens iguais no mesmo time. Fica meio chato um time com muitos personagens iguais sendo usados, prova que os que menos são usados precisam ser reavaliados para criar uma forma de incentivar os jogadores a usá-los também. Outro que não faltou presença em nenhuma das partidas que joguei foi o samurai chamado Hanzo e o ninja Genji que tem um especial mais apelão do game, liberando um dragão gigante na arena. São personagens que sobressaem acima dos demais, o que acaba sendo ruim justamente pela ideia de balanceamento do game.
Meus personagens favoritos (veja a imagem abaixo com a tabela de personagens para conferir os nomes) foram a Pharah que é muito boa na ofensiva devido sua arma primária, o Bastion que é ótimo na defesa, podendo virar um tanque com sua habilidade especial que faz um estrago no time adversário, a russa Zarya que é uma personagem tanque e que também tem uma barra de vida enorme e trabalha com escudos e também protege aliados e, por último, a Widowmaker, que é uma sniper e está na classe do time de defesa. Não consegui gostar de ninguém da classe de suporte, como disse, o monge robô de nome Zenyatta é o que tem habilidades que mais gostei, porém ele morre muito fácil em campo. Gostaria que sua vitalidade fosse maior ou que ao menos ele pudesse regenerá-la. O personagem brasileiro? Não fui muito bem com ele e ainda não consegui criar uma opinião sobre ele.
No beta eu só consegui jogar dois modos de game, acredito que só dois estejam habilitados, que é o modo de conquistar uma base fixa e um onde é preciso levar um veículo do ponto A ao ponto B. Gostei muito do modo de dominação de área, achei ele bem equilibrado e competitivo, enquanto o modo de levar o veículo não me agradou muito, pois senti um desequilíbrio enorme nesse modo, onde sempre tem um time que prevalece muito acima do time oponente.
Uma coisa que me incomodou um pouco foi o fato das áreas de respawn de ambos os times serem bem longe da arena de ação nas partidas. O jogador leva um bom tempo da sua base até o centro da ação. Isso de ambos os lados. Nesse ponto não há um desequilíbrio, entretanto só achei que isso poderia ser mais ágil. Perde-se um tempo fácil da partida para chegar até a área do combate e não há muito o que fazer até chegar lá. Entendo que o objetivo disso é fazer com os jogadores evitarem de ficarem brigando e dominando a área de respawn do adversário e também do game não ficar mudando essa área conforme a posição de quem está vivo, porém não foi uma solução perfeita. Poderia haver outras medidas e soluções. Ainda que haja, não descobri como, portais de teletransporte que levam o jogado direto para a ação. Não sei se é um personagem ou algo ativado no mapa, mas na partidas que joguei ou os jogadores não sabiam como ativar isso ou não usavam mesmo. É algo a ser aprendido no futuro.
Vale ou não vale?
O beta ainda não terminou e deve durar mais alguns dias após a publicação deste texto. Pretendo continuar jogando e testando Overwatch. Quero aprender mais, quero jogar com mais personagens (eu joguei com quase todos, mas nem todos consegui aprender as manhas) e vou continuar acompanhar a evolução desse novo produto da Blizzard.
Parece um título perfeito para o mundo do e-Sports, um game que no PC pode facilmente se tornar um hit e febre da temporada. Tem de tudo para dar certo. Apenas tenho certo receito ainda com as versões de consoles. Espero que a Blizzard consiga público para os consoles ou que até mesmo eles possam ser compatíveis com o multiplayer no PC. Ainda não fui pesquisar a fundo sobre isso ou até mesmo o que mais o game terá a oferecer (em temos de modos multiplayer). Eu já fui convencido aqui no beta sem ter que ver tudo que o game ainda pode oferecer. Overwatch já me ganhou.
Uma pena, porém, que a Blizzard não adotou o modelo de free-to-play, muito utilizado nos games com essa pegada mais esportiva e competitiva no PC, especialmente pensando em League of Legends (da concorrência e outro que nunca joguei e que sei que não está no mesmo gênero de Overwatch). Quer dizer, poderia ser um título gratuito onde há um personagem grátis para se usado por vez e todos os demais seriam pagos em um pacote individual ou combo. A Blizzard optou por um modelo mais tradicional de venda, com todos os personagens sendo disponibilizados para quem comprar o game agora, o que não significa que no futuro ela não pode mudar isso. Apesar que, pense comigo, seria meio chato se fosse free-to-play e as partidas rolassem com 50% dos times usando apenas o personagens gratuito da rodada, não? Talvez por isso o modelo não funcionaria bem nesse momento. Pode ser que no futuro isso mude. De qualquer forma, parece que a proposta do game para agora é válida e interessante.
Torço para ter a oportunidade para voltar aqui mais para o final de maio ou começo de junho com Overwatch completo em mãos e poder analisar com calma muito outros aspectos que o game irá apresentar. Hoje, pelo beta, como um shooter focado em multiplayer de arena e competitivo ele já me conquistou, mesmo não morrendo de amores por essa experiência voltada totalmente ao online, o que certamente isso já diz alguma coisa positiva.
Digo de novo, aproveite enquanto pode: experimente Overwatch. Se faz seu gênero, não vejo porque não curtir. Agora se não faz ou não tem muita experiência com esse tipo de game, digo a mesma coisa, teste, porque vai que seja uma porta de entrada para algo que você apenas não esteja habituado. Nesse sentido o jogo me parece amigável com todo mundo, veteranos ou novatos.
Mais imagens (capturas)!
Personagens carismáticos
Muitas variações de jogabilidade
Ótimo para o cenário multiplayer online competitivo
Ambientação de cenários poderia ter mais impacto
Carece ainda de um balanceamento entre personagens
É divertido e as partidas possuem bom ritmo
Importante! Esta nota não reflete o game final (que ainda nem foi lançado), mas apenas as impressões que o beta proporcionou!
Bastion OP!