O oceano é uma parada incrível, não? Pegue nosso planeta como exemplo. A Terra possui muito mais água salgada nos mares e oceanos do que superfície (terra, solo, ter onde pisar). Há – sei lá (vou chutar) – milhões de seres vivendo embaixo d’água. Existem ecossistemas inteiros vivendo em água salgada, em profundidades em que nem sequer sabemos como chegar para poder observar. E está tudo aqui, tão perto e tão distante ao mesmo tempo.
Agora imagine um planeta ficcional oceânico, o quão mais incrível a imaginação pode se deixar levar. Quantas criaturas e seres estranhos poderiam viver ali. Quantos segredos podem ser criadores para que possam ser desvendados. E então… seja bem vindo ao mundo de Subnautica!
O game, ainda em desenvolvimento pela Unknown Worlds Entertainment, tem a previsão para lançamento no segundo semestre de 2016, porém atualmente se encontra disponível no Early Acces da Steam e no Game Preview no Xbox One (no momento não tenho nenhuma notícia se o game deve aparecer no PlayStation 4, porém a gente torce, né?).
Subnautica é um game de exploração, criação e sobrevivência, porém que se passa totalmente debaixo d’água. Um astronauta cai em um planeta desconhecido, no meio do oceano, sem qualquer sinal de ilha ou solo para sobreviver e aí ele precisa se virar como pode, mantendo-se seco em seu minúsculo Pod de fuga, enquanto sua gigantesca nave espacial explode e começa a vazar radiação no mar e nas proximidades de onde ele naufragou. Sim, que situação ferrada!
Limites de sobrevivência aquática!
E é aí que começa a batalha pela sobrevivência. O pequeno Pod está o bagaço, totalmente quebrado, com apenas um maquinário que permite construir coisas com base em materiais que o astronauta pode encontrar nas redondezas… ou melhor, mas profundezas de onde naufragou!
Subnautica tem quatro modos de ser jogado nesse período de desenvolvimento e acesso antecipado em que o game se encontra. Survival, onde é preciso gerenciar recursos como comida e água para se manter vivo; Freedom, semelhente ao survival, porém sem que se tenha que comer ou beber; um modo Hardcore, onde a morte é permanente e o game é resetado cada vez em que se morre; e um modo Criativo, onde não há restrições e o jogador faz o que quer, constrói o que quer, e não fica limitado a status de gerenciadores de vida. Para hoje, neste preview, resolvi jogar tão somente o modo survival, o mais balanceado dentro todos a meu ver.
Nesse ponto Subnautica me lembrou outro game que também fiz o preview aqui no site há algum tempo: Ark Survival Evolved. Mas tiram-se os dinossauros e a terra, colocam-se peixes e água. A fórmula é semelhante, porém a experiência é totalmente diferente.
Algumas regra são diferentes também. Morrer em Subnautica não lhe faz recomeçar relativamente do zero em termos de perder tudo que estava usando ou carregando. Seu inventário salva em cada visita ao Pod. Há uma perda sim, mas é bem menos rigorosa do que em Ark. O jogador sempre renasce no mesmo ponto do oceano e tudo que se guardou na base está lá. Entretanto é bom dizer que ambos os games, tanto Subnautica quanto Ark estão em desenvolvimento ainda, então nada por enquanto é definitivo. Regras e mudanças ainda podem ser feitas em alguns detalhes, para ambos os games.
Em Subnautica não há um mapa para saber a proporção e a imensidão do game. Não dá a princípio para ir muito longe também, afinal, o jogador está perdido no meio do oceano, e água salgada não mata a sede, só piora! É preciso ficar perto de sua base inicial, pois é ele quem pode filtrar a água de alguns peixes e a tornar potável. Comida não tem tanto grilo, dá para comer até embaixo d’água, ainda que cozinhar o peixe dentro do Pod seja muito mais recomendando, pois sacia muito mais esse status de fome.
Sem saber o tamanho da área do game inicialmente, não tenho como avalizar muito bem esse ponto. Pelos vídeos e trailers é possível ter uma ideia que há muito mais para se ver do que o ponto inicial que fica ao redor do Pod naufragado e da grande nave em chamas nas proximidades.
E Subnautica desperta a curiosidade. E como! Tirando a parte de sobrevivência, que se o jogador não curte pode jogar os modos que não pesem tanto estes elementos, sobra assim a exploração e criação, e nisso o game também manda muito bem.
Visualmente Subnautica é um colírio para os olhos. No primeiro momento em que se sobe no Pod após o início do game e se olha para o mar até dá para sentir um gelo na espinha. Se há algo que tenho pavor é do mar. Odeio barcos, odeio a sensação de estar no meio do nada, sobre o risco do chão ruir sobre meus pés. Há quem tem medo de avião, eu tenho medo de navios, mas mais especificamente do mar. Entretanto bastou mergulhar para dentro do oceano no game que tudo passou. O cenário é te absorve de medo e desperta o explorador adormecido em qualquer um!
Riquíssimo em detalhes, com cores vibrantes, e uma experiência de controle excepcional. Tive problemas apenas no começo para me acostumar com a ideia de ter que usar dois direcionais ao mesmo tempo para controlar o personagem e, enquanto perseguia peixes, ter que apertar o botão A para coletá-los. Imagino que no PC esses comandos possam ser mais simples, mas é só questão de me acostumar mesmo.
Vale dizer que a versão do Xbox One, lançada em 17 de maio, ainda não é a mesma versão presente em Subnautica na Steam. No console a versão está um pouco atrás do PC, mas os desenvolvedores já disseram que em breve tudo estará pau a pau. O que já vi pesquisando por aí é que os updates de Farming e Machinery ainda não constam na versão do Xbox One, enquanto que a versão H2.0 parece já estar presenta no console. Os trailers destes três updates estão logo abaixo (todos do canal oficial do game no You Tube).
Como começar em Subnautica? (Dicas)
Essa foi uma pergunta que me fiz em 5 minutos de game. O jogo ainda não tem um tutorial muito claro, enquanto os jogadores precisam se virar e pesquisar um pouco antes de pegar o embalo do game. Por sinal já existe um Wikia do game.
Estando no modo de sobrevivência a primeira coisa é aprender o que comer e o que beber. Há peixes vivendo nas proximidades do Pod que resolvem essa questão, em especial o Airsack (este aqui), que resolve o problema da sede nas primeiras horas de game. Quanto aos demais peixes, basta comer eles, cru mesmo ou cozidos dentro da base.
Aprendendo a lidar com a fome e a sede é preciso explorar um pouco mais a evolução do sistema de criação do game. Em especial as ferramentas (tools). Faça o scanner, a faca, a lanterna e assim por diante. Alguns itens são mais complicados e outros nem tanto.
Sal me tomou tempo. Ele fica no solo aquático, mas em quantidade muito escassas. Crash Powder é outro item que tive que olhar na internet para descobrir onde encontrar: eles estão dentro dos casulos dos peixinhos que explodem na cara do jogador.
Há pedaços de metal espalhados por toda a área inicial. Recolha o que puder, tome cuidado que há uma espécie de peixe que toma conta destes metais e lhe ataca em alguns destes lugares. Os metais criam titânio, metal necessário para quase tudo na lista de criação.
E existem itens que só são possíveis de serem coletados após ter conseguido criar uma faca, então a faça assim que possível. E aí saia tacando a faca em tudo que não seja possível recolher normalmente. Em especial aquela área com longas algas que possuem sementes que brilham no escuro. Essa região é meio perigosa aliás, não fique dando sopa por ali.
Subnautica também possui um sistema de ciclo de dia e noite. E durante a noite, quando a escuridão cai no mar, há certas áreas em que o breu é total. Chega a dar uma tensão dos infernos. Até porque a vida aquática faz barulhos, especialmente aquelas que querem lhe comer.
Quanto a área da nave destruída. Nem se dê o trabalho de chegar até ela no começo do game. Prepare sim a sua roupa anti radiação, que nem é tão difícil assim de criar, e fique mais despreocupado com zonas radioativas na água. Até dá para ir nas proximidades em si da nave, porém o jogo ainda não lhe deixa explorar dentro dela. Há uma espécie de entrada na parte frontal, mas ela não leva a nenhum lugar. Ou eu não vi a real entrada. No fim resolvi deixar para explorar uma outra hora, em um outro momento.
Nesse ponto do jogo, o jogador já sabe sobreviver, consegue explorar e agora começa o processo de criação. Subnautica permite criar até mesmo grandes estruturas! Como um submarino e bases aquáticas enormes! Nada disso ainda o fiz, mas futuramente farei. Porém é legal saber que esse recurso está lá, principalmente para aqueles que gostam desse aspecto dos games de sobrevivência. Tal como Ark, não fiquei muito preocupado com as construções. Me divirto bem mais com a exploração em si e com a ideia de ter que sobreviver do que ficar construindo, o que geralmente consome muitos recursos e tempo.
Uma outra coisa que gostei foi do scanner (acima). Com ele posso enriquecer o banco de dados presente no tablet de navegador que o personagem possui, escaneando toda a flora e fauna aquática. Há até mesmo certos caixotes que se escaneados desaparecem, como se fosse partes de algo que o game vai me destravar (provavelmente plantas de construção de algumas coisas extras).
Vale ou não vale pegá-lo em preview?
O grande barato inicial de Subnautica é sem dúvida alguma a exploração de um universo interessante e imersivo. Há uma forte vontade de querer ver tudo e ir até onde o jogo permite nesse estágio de desenvolvimento dele.
E tem uma questão que coloco na mesa, mas que pra mim não fez muita diferença nesse momento. Diferente de Ark que tem todo um apelo meio de MMORPG (ainda que eu o prefira explora-lo em single-player), com servidores online e criação de tribos, Subnautica é um game puramente single player. Nesse ponto ele me lembrou um pouco outro game que também trouxe aqui no site em preview, o The Solus Project.
A diferença neste caso é que The Solus Project mesmo possuindo também um sistema de sobrevivência, ele parece ter uma campanha mais focada, com trilhos para exploração, e sem um sistema de criação tão livre e expansivo. Subnautica apresenta alguns indícios de campanha, ainda que neste presente momento isso seja meio incerto. Há a cena inicial da queda, que mostra essa apresentação inicial do game, e também um momento onde o jogador conserta o Pod de fuga e uma mensagem passa a tocar, e o jogador solicita resgate. Ainda sei dizer se disso virá coisas maiores em termos narrativos.
Não dá para saber nesse ponto se o jogo terá um final. E sendo sincero, nem quero saber… ao menos por enquanto. Como um survival é interessante que a sua liberdade seja maior do que The Solus Project, mas que Subnautica ainda preserve uma experiência mais pessoal e individual, também diferente de Ark Survival Evolved, que tem um apelo forte em seu multiplayer social e competitivo.
O mais legal é ver que estes games em preview parecem compensar suas aquisições no Xbox One, na minha opinião é claro. Afinal esse formato de lançamento quase sempre chega com um preço bacana para novos apoiadores. Subnautica, por exemplo, está saindo por 37 reais na Steam e 39 reais no Xbox One. Um valor excelente para o que o game já possui em termos de conteúdo, sendo que os desenvolvedores continuam frequentemente atualizando o mesmo, enquanto a versão final não é concluída. Assim há sempre mais coisas para se ver e descobrir.
É um game que a turma do PC conhece há tempos. Anunciado em dezembro de 2013, liberado como acesso antecipado na Steam desde dezembro de 2014 e somente agora em maio de 2016 é que debutou no Xbox One. E jogá-lo hoje já dá a sensação de um game com um grande avanço em seu desenvolvimento, o que é uma boa vantagem para quem está conhecendo-o somente agora, como foi comigo.
No momento o jogo roda razoavelmente bem no Xbox One. Há um loading monstruoso quando o game precisa iniciar pela primeira vez, mas é até normal já que dentro do game estes loadings não mais existem. O jogo não roda totalmente liso, acho que o framerate cai um pouco, dando aquela sensação de engasgada da tela, especialmente quando se está virando muito rápido embaixo d’água tentando pegar um peixe, mas não é nada que estrague a experiência, especialmente considerando seu estágio de desenvolvimento. O cenário as vezes também atrasa e acaba carregando na frente do jogador (Ark também faz isso as vezes, mas em menor frequência), o que estraga um pouco a imersão. São coisas a serem polidas até o estágio final do game.
A jogabilidade também é excepcional. Um dos meus receios ao começar o game seria justamente a respeito disso. Se seria chato navegar embaixo d’água, precisando lutar com pressão, respiração, apertando botão para nadar, me confundido com subir e descer, mas nada disso ocorreu. Os controles são intuitivos e práticos. Funcionam muito bem. A sensação de navegação é fluida e consistente.
Espero assim ansioso por novos updates de Subnautica no Xbox One, e pela finalização do mesmo para o segundo semestre de 2016. É um game com um potencial tremendo para ser algo divertido dentro do gênero de sobrevivência com exploração e criação de itens. Vale a pena ser recomendando e já ir testando e acompanhando a sua evolução.
Visual e ambientação imersiva e atraente
Ótimos controles embaixo d'água
Sólido sistema de criação de itens
Diverte, sem punir demais ou frustar o jogador
Versão de Xbox One ainda precisa de alguns polimentos
Sem localização em português até o momento
Grande potencial para melhorar ainda mais até seu lançamento
Importante! Esta nota não reflete o game final (que ainda será lançado). São apenas impressões que o acesso antecipado proporcionou!