Pac-Man 256 | Infinitamente Pac-man! (Impressões)
Não é impressionante o quanto Pac-Man perdura e se mantém interessante até os dias atuais? Quer dizer, veja só, essa é uma propriedade intelectual que surgiu em 1980, quatro anos antes de eu sequer existir neste plano dimensional. Pense que o meu filho, está para fazer 4 aninhos em 2016 já conhece Pac-Man e simplesmente adora o game. Como é possível que um game que exista há 36 anos ainda consiga se manter tão divertido e viciante até os dias de hoje? É surreal!
Talvez seja a simplicidade e a acessibilidade o segredo para que Pac-Man se mantenha interessante até os dias de hoje. Claro que não se trata do mesmo jogo lançado para Arcades na década de 80, mas das diversas reinvenções, modernização e novidades adicionadas a franquia ao longo das últimas décadas que tornam o título ainda interessante. Porém, por mais que mexam em Pac-Man, a essência do game nunca muda: o jogador está preso em um labirinto, comendo pontinhos e frutas, sendo perseguido por fantasmas, enquanto precisa limpar toda a área de cada fase.
Será possível que exista alguém hoje em dia que jogue videogame e nunca tenha jogado Pac-Man? Por favor, não levante a mão, apenas vá e jogue algum Pac-Man. Qualquer versão dele, em qualquer plataforma. Ou melhor, que tal testar Pac-Man 256? Ih, olha aí, fiz o gancho para a análise e nem havia pensado nisso quando esse parágrafo começou!
Do que se trata Pac-Man 256?
O game que foi disponibilizado agora no dia 21 de junho para Xbox One, PlayStation 4 e PC na verdade é um port aprimorado da versão lançada em agosto de 2015 para iOS e Android, que consiste em um game de Endless Runner, ou seja, aquelas games de corrida infinita que existem aos montes na plataforma mobile. Porém, a pegada aqui é que ao contrário de muitos Endless Runners ruins que existem por aí, Pac-Man 256 é admiravelmente brilhante.
Todos os elementos da franquia original estão adaptados no título. Pac-Man ainda precisa percorrer um labirinto, porém este ambiente agora é vertical, o jogador está sempre subindo a tela superior. Não há mais fim! Não é mais necessário limpar todos os pontinhos da tela, mas apenas sobreviver, porque na parte inferior do labirinto, uma espécie de código corrompido está destruindo a fase de baixo para cima. Suba para sobreviver!
Esse glitch na Matrix de Pac-Man não é algo inventado do nada aliás. O game original tinha esse glitch, que congelava o game no level 256 (daí o nome do game, veja só), deixando somente metade da tela à mostra. Eu como nunca cheguei tão longe em qualquer Pac-Man nunca o vi, obviamente, mas acabei descobrindo ao pesquisar porque diabos este game se chama Pac-Man 256.
Enquanto o jogador avança labirinto acima, há vários tipos de trilhas e de fantasmas, cada cor com padrões específicos, enquanto outros glitches aleatórios podem até mesmo criar novos fantasmas. Pac-Man 256 também mantém um dos elementos clássicos da série, as power pellets (que na minha infância sempre chamei de “pílula de poder”, já o Thales chama simplesmente de “bolinhas”), que são aquele poder que torna os fantasmas comestíveis pelo Pac-Man.
Porém o mais legal de Pac-Man 256 são os novos power ups que o game possui e que são destravados conforme o jogador vai jogando o game, comendo os pontinhos (no original pac-dots ou apenas dots). Há alguns irados, como tornar o Pac-Man gigante, fazê-lo cuspir raios, incendiar tudo por onde ele passar, explodir fantasmas que tocarem nele e assim por diante.
É um game que mistura muitos elementos, que não fica enfadonho ao jogar, pois cada novo game é uma nova experiência. Apesar de serem elementos conhecidos, tudo é gerado aleatoriamente de forma que o jogador não possa decorar padrões cada vez que o game reinicia, o que é até melhor, pois ao reiniciar não há aquela impressão de estar jogando a mesma fase novamente.
Há também um outro detalhe. Coma 256 pac-dots sem passar por um espaço sem nada (pois a contagem é quebrada quando isso acontece) e todos os fantasmas da tela irão explodir imediatamente! Porém não vai achando que conseguir 256 dots seguidos é tão fácil assim!
Console versus Mobile!
Como a versão lançada nos consoles alguns dias atrás é um porte da versão de mobile, isso significa que o game é exatamente a mesma coisa? Não. Os desenvolvedores do game, a Hipster Whale e a 3 Sprockets, trouxeram algumas pequenas, mas importantes mudanças na versão para consoles.
Primeiro é que todas as microtransações existentes em Pac-Man 256 na versão mobile foram completamente removidas da versão de consoles. No mobile é um game gratuito, e o jogador pega moedas digitais para poder destravar novos itens, novos cenários e outras coisas. E caso alguém não queira ficar acumulando moedas, há a opção de comprar tais moedas com dinheiro de verdade. Nos consoles isso foi completamente removido. Nada de comprar moedas para destravar customizáveis do game, que na versão de consoles vem tudo destravadinho.
As moedas digitais do game ainda estão lá nesta nova versão de consoles, mas elas servem apenas para subir o nível dos power ups destravados, fazendo-os durar mais tempo. E apenas para isso mesmo!
A segunda novidade é o novíssimo modo multiplayer para até quatro jogadores offline. Aqui nada de modo online (o que particularmente não me incomodou, é um título que me parece mais divertido de se jogar com uma pessoa do lado). Note que muitas as imagens aqui do review há dois Pac-Mans na tela do game. O Thales passou a maior parte do tempo comigo jogando o título em modo cooperativo.
O bacana é que o modo é mais amigável do que se fosse algo muito competitivo (tela dividida por exemplo). Se um dos jogadores morrer, basta esperar menos de 5 segundos que vai aparecer um item no cenário na qual o jogador sobrevivente pode ir até lá e ressuscitar o companheiro perdido. Estava subindo e o item aparece onde não foi possível pegar? Espere mais uns 5 segundos que ele vai aparecer em outro lugar. Parece que os desenvolvedores não queriam essa situação onde um player morre e isso o faz ficar somente olhando o outro amigo jogar. O que é algo bacana de se considerar. Minhas jogadas mais distantes foram com o Thales ao meu lado. Assim um jogador dá suporte ao outro, revivendo sempre que alguém caia. E é admirável ver uma criança de 3 anos entendendo que precisa ir até aquele ponto para resgatar o Pac-Man que morreu.
Um detalhe bem legal que vale mencionar são as diferentes skins de cenários (basta ver as imagens deste review) e as diversas skins do próprio Pac-Man. O que ajuda muito no multiplayer cada um ir com um Pac-Man diferente, pois realmente é meio confuso dois personagens iguais numa mesma tela na qual as coisas são sempre agitadas, com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo.
Se a versão de mobile é gratuita, com microtransações dentro, a versão de consoles tem lá seu preço. Mas na boa? É um ótimo preço pela diversão que o game proporciona. Na Steam custa 11 reais, no PlayStation está por 16 reais e no Xbox One sai por 20 reais. Pelo conteúdo, pela diversão e pelas infinitas horas que game rende, além do fato dele ter um apelo bacana para quem gosta de ficar batendo recordes ou aqueles que jogam de forma casual com amigos, parentes, adultos e crianças, acaba sendo um título que diverte todo mundo! É um preço válido para não ter qualquer tipo de microtransação.
Posso falar apenas mais um pouco?
Não pretendia me estender tanto para falar de Pac-Man 256, mas está sendo divertido comentar mais sobre o game por aqui. De fato eu já tinha essa intenção há meses de abordar o game aqui no site, porque o Thales já o joga no iPad desde que ele foi lançado ano passado. E nunca deu tempo! Aí com a chegada nos consoles, não consegui mais adiar isso.
Em um tablet o game é todo controlável pela tela de toque, o que é surpreendentemente fácil e intuitivo. É um formato bem acessível a qualquer um, achei até que não o controle convencional não superaria o formato, mas que nada! Achei que no controle do console é ainda melhor controlar o Pac-Man.
Outro detalhe que vale mencionar é que o game é um pouco diferente de sua versão original no que diz respeito aos fantasmas, já que desta vez eles não saem correndo atrás do jogador. Cada um tem seu padrão. Os pretos estão sempre dormindo e acordam e lhe perseguem ao passar por eles. O rosa sempre vai atrás de ti quando estiver em sua linha de visão, e eles são rápidos, mais do que o Pac-Man! Os azuis ficam sempre dando voltas em um mesmo ponto. Os verdes e roxos sempre andam em grupos de quatro. Já os laranjas parecem que não seguem bem um padrão, e andam se forma mais aleatória, sempre descendo o labirinto, mas sem segui-lo, porém são propensos a entrar no meio do trajeto do jogador por estarem sempre na contramão. Por último, os vermelhos! Estes surgem de pequenos buracos de glitches, quando menos se espera, muito cuidado com eles!
Uma crítica para Pac-Man 256? Gostaria que a Bandai Namco tivesse feito alguns skins de cenários e de Pacs novos para esta versão de consoles. Não há nenhuma novidade nesse sentido. E a Miss Pac-Man? Por que não há uma skin dela? Uma outra sugestão que vi por aí seria a possibilidade de apenas ter um slot especial onde o jogador pudesse armazenar um power up especial, talvez após subir o nível completo dele. Mas são meros detalhes, que não comprometem a estrutura do game.
Agora deixo um outro ponto de discussão: Pac-Man 256 é melhor do que Pac-Man Championship Edition DX? Rá, não! De jeito algum! Championship DX é a obra prima da série na minha opinião. É imbatível. Fico realmente contente do título estar disponível na retrocompatibilidade do Xbox One (custa 19 reais). A Bandai Namco bem que poderia relançá-lo nessa nova geração em outros plataformas. Entretanto, claro que isso não é um demérito para Pac-Man 256, que se mantém bem divertido, moderno e com ares de franquia renovada.
Para encerrar, digo que Pac-Man 256 vale a atenção de todos que se consideram gamers, hardcores ou não. Seja uma espiada na versão mobile ou adquirindo a verão de consoles. Está mais do que recomendado então!
Mais Imagens!