Land It! | Trânsito aéreo na hora do rush! (Impressões)
Aí está um indie game realmente pequeno e que me surpreendeu semana passada, quando o peguei para testá-lo. Land It!, segundo o site oficial do estúdio Nemesys (localizado em Budapeste, Hungria), foi disponibilizado neste momento somente na plataforma do Xbox One, mas eu torço muito para que futuramente ele passa sair em mais plataformas, especialmente no PC e até mesmo em uma versão mobile, pois o título tem total cara de que faria seu sucesso com as comunidades de ambas as plataformas.
Land It! é um gerenciador de tráfego aéreo, colocando o jogador no controle de vários aviões simultaneamente, dando indicações para onde e em qual velocidade cada aeronave deve seguir e assim impedir que elas batam em motanhas ou colidam umas as outras, enquanto cada avião pode possuir um objetivo específico, que pode ser o de apenas passar pelo cenário do game, saindo por uma área específica ou pousar em um aeroporto, pegar passageiros, e sair para outro ponto do cenário do game, enquanto outro avião espera a liberação da pista para poder também pousar ou pegar mais passageiros. Depois desse game, é preciso bater palmas para essa galera que trabalha nessa área de gerenciamento do trânsito aéreo, especialmente na hora do rush! Quem disse que o céu não tem estradas?
Aliás esse não é o primeiro game a explorar essa ideia ou mecânicas, existem outros por aí, mas é a primeira vez que testo um do tipo, então não tenho base para comparar com outros games semelhantes para dizer se é mais complexo ou simples do que a concorrência. Sendo que o me impressionou aqui foram as mecânicas acessíveis de Land It!.
O mundo do tráfego aéreo!
O game me pareceu bem simples, sem grandes complicações, como por exemplo, controlar altitude dos aviões ou diferentes tipos de aeronaves com características próprias ou até mesmo condições climáticas ou o fluxo das correntes de ar. São elementos que não estão presentes em Land It!, apesar de que até seria legal se estivessem, ao menos em modalidades mais avançadas.
Aqui o cenário de game é mais simples. A câmera do jogo é fixa, sempre de uma visão superior de tudo, a tal câmera isométrica. Cada fase tem um cenário, ou seja, nada de aumentar ou diminuir a tela do game com um zoom. O que você enxerga nas imagens deste review, são as fases do título em sua plenitude.
Existem dois tipos de barreiras ao longo do game: os objetos que estão na altura dos aviões, e então o jogador deve desviar deles, contornando-os (não tem como passar por cima) e as áreas onde é proibido o tráfego aéreo, na qual o jogador não pode ficar por mais de 5 segundos sobre tal área. O avião que “sair” da tela, indo para onde não deve, na qual o jogador perde seu controle também, ocasiona em Game Over na fase em si. O avião precisa se manter dentro do espaço aéreo da fase até seu objetivo ser cumprido.
O jogador pode controlar a linha do avião e sua velocidade, sendo que as fases em geral tem entre 7 a 13 aviões, na qual o jogador deve cumprir o objetivo de cada um o mais rápido possível para esvaziar o trânsito aéreo, caso contrário as chances de um acaba colidindo com o outro são enormes.
Os aviões vão chegando aos poucos, sendo que o jogador também pode adiantar a checada deles, o que serve de estratégia para lidar com alguns percursos que precisam ser liberados ou mudar a cronometragem de cada chegada, impedindo que alguns cheguem muito próximos de uma mesma área ou linha.
Nem todos os aviões saem do mesmo lugar e nem todos vão para o mesmo lugar. Cada avião tem um trajeto, então não tem como enfileirar eles e fazer todos passarem por uma espécie de engarrafamento no ar. As vezes um avião precisa ir embora no mesmo lugar onde outro vai surgir, então o jogador precisa ficar esperto com as áreas de surgimento de aviões.
Existem alguns tipos de fases que podem variar alguns elementos. Há aqueles com linhas de tráfego de aviões que o jogador não pode controlar, fases com grandes montanhas atrapalhando todo o caminho, em outra há balões que vão se mexendo e mudando de lugar ao longo da fase (uma das que mais gostei aliás), outras com mais de um aeroporto e assim por diante.
Land It! também é um game curtinho, possuindo apenas 27 estágios, dividido em 3 mundos de 9 fases cada um. Além do modo principal, o game ainda tem um modo infinito, com três fases de cada mundo, na qual os aviões não param nunca de chegarem no espaço aéreo da fase. O objetivo aqui é ver por quanto tempo você consegue manter tudo em ordem até algum acidente acontecer. Este modo tem um sistema de leaderboards, para quem curte ver o recorde de outras pessoas mundo afora.
É um game que em 3 horas você já viu de tudo, ainda que possa continuar brincando com ele tentando pontuar o máximo em todas as fases ou no modo infinito. Não há modalidades de multiplayer (do tipo dois jogadores poderem gerenciar o mesmo espaço aéreo, o que seria legal aliás).
No geral não é um game difícil, ainda que seja preciso refazer algumas fases até pegar uma ideia de onde todos os aviões irão sair e para onde irão. No geral cada fase tem um “fluxo” para a solução do puzzle de gerenciar tudo sem bater. Há mais de uma opção é claro, mas cada jogador deve descobrir qual.
Vale ou não vale?
Não sei dizer se a simplicidade de Land It! é um demérito. Para dizer a verdade o que me despertou a atenção no game foi justamente sua simplicidade. Este gênero não é um dos meus prediletos e me ver envolvido em sua premissa e me divertindo com o game foi uma surpresa agradável.
O game também tem um visual charmoso e colorido, com esse efeito de cenários de papel (meio estilo papercraft). O Thales, meu filhinho de 3 anos, ficou curioso pelo game, a ponto de a todo momento ficar falando no meu ouvido que meus aviões iam bater por estarem na linha das montanhas. Não adiantava explicar para ele que eu iria mover eles antes de chegarem na montanha. Ele ficava aflito mesmo assim, ainda que de vez em quando eu batia porque esquecia de tirar um deles dessa linha. Rá!
Admito que parte da minha diversão com Land It! fui justamente ter o filho assistindo ao meu lado, entretido no game, e prestando atenção comigo toda essa ideia de gerenciar controle aéreo. É um título que um amigo do lado pode participar da brincadeira simplesmente de olho com o jogador e alertando-o do risco que alguns aviões podem apresentar com suas rotas.
Os controles são bem intuitivos, ainda que quando haja muitos aviões na tela, mudar entre eles com o analógico direito possa ser um verdadeiro desafio dependendo da localidade deles e da proximidade entre eles. Mas não é um game que frustre o jogador, ainda que ele não seja muito fácil, especialmente em determinados estágios.
É um ótimo game para se entreter em dias onde você não está afim de algo muito longo e complicado e quer apenas passar o tempo. Sem mencionar que ele ocupa bem pouco espaço no HD do Xbox One, sendo um game de apenas 350MB.
Land It! acaba não sendo um grande game, em quase todos seus aspectos. O que não necessariamente é uma coisa ruim. Acaba sendo um game bem executado, sem bugs, com um gameplay fácil, porém divertido e com um visual e apresentação agradável. Não é um título que vai mudar sua vida ou ficar na sua memória, mas é muito bem redondinho.
Minha única ressalva acaba ficando por conta de seu preço: 27 reais. Há títulos bem maiores e mais complexos atualmente no Xbox One por um valor aproximado, o que acaba encarecendo um pouco Land It!. Lá na loja US da Xbox Live, o game também está saindo por 14 dólares, e arrisco dizer que para os padrões de lá, também é um preço um pouco acima do ideal. Diria que é um título que deveria valer 9 dólares lá fora e aqui uns 17 reais. Vale esperar uma promoção, mas isso só esse for um ponto que lhe incomode, afinal 27 reais está quase na faixa padrão de determinados indie games e é uma forma de apoiar pequenos estúdios.
Fique de olho no horizonte, e por favor, não faça seus aviões se colidirem!
Vale fazer um adendo em relação ao trailer acima. Sabe a acelerada que o vídeo dá ao final? Esse é um recurso do trailer, e somente dele. No game, mesmo que o jogador alinhe tudo certinho, não é possível acelerar a fase. Seria um recurso interessante, diga-se de passagem.
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