Opa, um momento! Antes de qualquer coisa, saiba que este é o meu segundo texto aqui no site a respeito de Guerra do Velho. Então, se você perdeu a primeira parte, o começo dessa jornada, recomendo muito que vá lá ler a minha indicação inicial, pois lá está o começo da história e a apresentação do livro. E o que comentei lá não devo retornar aqui, combinado?
O que devo trazer hoje aqui é a continuação das impressões que iniciei lá no começo de junho. Demorei um pouco para retornar a prosa a respeito de Guerra do Velho porque, como comentei neste link, agora estou lendo uma porrada de títulos ao mesmo tempo e vou pausando e retomando para eles conforme for do meu interesse dar uma folga as narrativas de cada um.
Depois de Guerra do Velho já fui para o primeiro ato de Jurassic Park e de Star Wars – Marcas da Guerra, e só então voltei para o segundo ato de Guerra do Velho – que já pausei novamente para iniciar Eu Sou a Lenda, que também terá um texto a respeito daqui alguns dias. Parece que ter decidido ler livros desta forma funcionou comigo, pois as narrativas não me cansam e não me bate o desespero de ter um monte de livros parados sem nem sequer tê-los iniciados. Começar um novo livro sempre foi a parte mais difícil pra mim.
Um pouco mais de impressões de Guerra do Velho!
Preocupado com Spoilers? Bem, não se preocupe. Vou continuar não trazendo grandes revelações do livro aqui. Lembra que é uma história de ficção científica na qual há uma força militar espacial recrutando seres humanos de 75 anos para se tornarem soldados espaciais, certo? Um dos grandes mistérios do primeiro ato do livro é saber como diabos um idoso pode ser um soldado. E agora eu sei como, mas não vou te contar! É realmente maneiro descobrir isso por conta própria!
O posso dizer a respeito de Guerra do Velho, e que não disse no primeiro texto, é que o livro continua me surpreendendo. Disse no texto anterior como o começo me lembrou um pouco daquela sensação da viagem extraordinária que existe no primeiro Harry Potter, com aquela coisa do trem indo para Hogwarts, e quão semelhante é a viagem inicial de John Perry no tal Pé-de-Feijão, um elevador que liga a Terra a uma estação espacial em órbita do planeta. Bem, essa impressão de parecer algo potterniano fica mesmo apenas nesse momento, pois após isso, o livro segue outras fórmulas narrativas mais condizentes com a sua proposta.
Agora sim acho legal comentar que os personagens de Guerra do Velho não são crianças (ou adolescentes) indo para uma jornada fantástica. O fato deles serem adultos, ou melhor, idosos, fica bem mais expressivo conforme a história avança. A maturidade dos personagens fazem um grande diferencial ao enredo e a proposta do livro.
Claro, isso não quer dizer que todos são como grandes sábios que se acham e sabem de tudo. Ou que sejam chatos e rabugentos. Na verdade o fato de todos os personagens ali estarem vivendo uma espécie de “segunda vida” dá a chance do autor fugir de certos clichês (as vezes ruins e desnecessários) da literatura juvenil, como aqueles com personagens que ainda estão se descobrindo ou de histórias que precisam ter dramalhões juvenis.
É interessante como nesse sentido, os personagens de Guerra do Velho já estão prontos, com suas próprias personalidades e com suas próprias convicções. Resta apenas o leitor conhecer melhor cada um deles. E descobrir junto com esse grupo o que existe na vida fora da Terra. O quão incrível é o universo proposto pelo autor do livro, John Scalzi.
Sendo assim, boa parte do final do primeiro ato até a metade do segundo ato, momento em que pausei a leitura, o leitor segue acompanhando a jornada de John Perry, vendo-o descobrir como o universo é muito mais do que ele havia imaginado e como as Forças Coloniais são algo além do que qualquer um sequer poderia imaginar com suas vidinhas na Terra.
Não vou revelar aqui como o autor resolveu a questão da idade dos personagens e como eles podem vir a ser soldados em uma guerra intergalática, mas posso dizer que a solução é muito mais incrível do que eu havia imaginado previamente. A cena final que faz essa transição do enigma é genial. Eu fiquei basicamente sem ar ao terminá-la de ler. Quão incrível seria se algo assim existisse? Uau!
Já passei por ótimos trechos no livro. E até o momento acho que o livro tem uma boa escalada em sua qualidade narrativa. Ele continua ótimo, e vai melhorando conforme a história avança. É legal ver como o autor trabalha com os personagens ao redor do protagonista. De repente, a história que estava se focando em um grupo, não é mais sobre esse grupo, a dinâmica muda totalmente quando é chegado a hora de ir finalmente para o treinamento antes da guerra.
A minha leitura parou aí, antes de John de fato ser enviado para a guerra (próximo ao final do ato dois do livro, lá pelo capítulo 9). Após fim de seu treinamento. É agora que a coisa vai ficar tensa! Quando voltar a falar de Guerra do Velho novamente aqui no site, provavelmente será a última vez, com o final desta história já revelado em minha mente. Ao menos até que o próximo livro seja lançado aqui no Brasil.
Volto a elogiar o belo texto do John Scalzi, e o ótimo trabalho de tradução da Editora Aleph. O livro tem uma leitura prazerosa, tem ritmo, tem os personagens possuem carisma e o universo criado para essa série é fantástico. Ficção científica realmente de alta qualidade. Mas o melhor de tudo isso talvez seja, sem dúvida, a forma como Scalzi trabalha com o tom do humor do livro e do próprio protagonista. Na forma como todos acabam interagindo com John Perry.
Reforço aqui a minha indicação. Quem procura algo realmente divertido (e bacana) para ler, Guerra do Velho vale a pena. Corre que ainda dá tempo de adquirir o livro (link na Amazon), ler e voltar aqui para opinar antes do meu último texto a respeito dele!
Mais trechos!
E como sempre, trago alguns trechos do livro para aqueles que querem espiar um pouco o formato da construção do texto e de seu formato narrativo. Para esta ocasião escolhi quatro momentos desse segundo momento do livro, após John já estar no espaço, viajando para se tornar um soldado.
O primeiro trecho é o de sua primeira consulta médica, que vai resultar na resolução do problema da faixa etária dos soldados com 75 anos de idade. Gostei desse personagem médico, o tal Dr. Russel, mas assim, um médico felizão demais, tratando trocentos idosos no espaço… eu ficaria meio apreensivo com esse cara.
Segue para outro momento dessa fase de diagnósticos dos novos soldados. Um dos poucos momentos onde o leitor pode ver um John Perry realmente com raiva e enfurecido. Quero muito que o personagem que engatou esse diálogo com o Perry volte a aparecer posteriormente. Ele é realmente interessante.
Este terceiro trecho, não posso explicar com exatidão, mas é uma tecnologia cerebral. Imagine ter um software dentro do seu cérebro para lhe ajudar com algumas tarefas, como uma espécie de Siri no iPhone. É realmente animal. Um futuro plausível aliás!
Por fim, um daqueles momentos que reforçam o que comentei mais acima. O livro vai ficando cada vez melhor conforme os capítulos avançam. O sargento-mor Antonio Ruiz é uma figuraça, cheio de palavrões e clichês do gênero, e ele sabe disso e logo no primeiro encontro com os recrutas na qual Perry se encontra ali neste grupo, o sargento manda muito bem em demonstrar quão sério é a porra do caralho da guerra na qual todos se alistaram!
E aí vem outros eventos e explicações que vai deixar tudo ainda mais preocupante para John Perry. Nesse momento o livro já inseriu ainda mais personagens, mostrou mais maravilhas do mundo além das fronteiras da tecnologia que os todos os recrutas ali conheciam na terra e o quão aterrorizante o terceiro ato do livro pode a vir se tornar! Mas tudo isso é um papo para a próxima vez em que Guerra do Velho retornar aqui no site! Esteja em alerta!