OlliOlli2: XL Edition | Pegue seu skate e venha para Olliwood! (Impressões)
Pegue seu skate, vai lá, eu espero! Agora coloque ele aí do lado do computador, sente e venha ler as impressões de OlliOlli 2: XL Edition, a versão mais recente deste indie game que originalmente surgiu em 2014 (o primeiro título), que ganhou uma sequência em 2015 (chegando ao PlayStation 4 antes de demais plataformas) e que finalmente ganhou uma versão meio que definitiva agora no final de maio de 2016, sendo disponibilizado também para Xbox One, a versão na qual pude experimentar para esta matéria!
Houve um tempo em que games de skates eram populares nos videogames. Impossível não pensar em Tony Hawk e sua memorável fase no primeiro PlayStation. Porém não pense demais nisso, pois OlliOlli tem uma vibe um pouco diferente, mais voltada ao modelo arcade (e side-scrolling) do que exatamente um modo aberto e livre para experimentação.
E como é de praxe por aqui, antes de começar, preciso dizer que o game foi desenvolvido pela Roll7, e cada versão teve uma publisher por trás, citando a Devolver Digital, Team17 e a BadLand Game. O site oficial é este aqui, pois é sempre importante conferir notícias e novidades dos pequenos estúdios indie, não só do game em análise como dos futuros títulos. Tudo certo?
Bem, antes de ir adiante preciso confessar que não tive a oportunidade de jogar o primeiro OlliOlli, ainda que ele também já esteja disponível no Xbox One. Acabei pulando direto para a sequência, porém sei, pesquisando por aí, que o primeiro game foi bastante elogiado pela crítica e recebeu boas notas daqueles que o avaliaram. E faz sentido, pois vendo OlliOlli2 é possível perceber o charme original e único que o título possui, sem mencionar que, como disse lá no começo, não há tantos games com essa proposta hoje em dia, especialmente aqueles que fazem isso direito e de uma forma divertida.
OlliOlli2 por ser uma sequência tem aquele peso da responsabilidade: de ser maior, melhor e mais refinado. E pelo que tudo indica, aparentemente o game consegue fazer tudo isso. Várias das técnicas que encontrei no game ao jogá-lo foram adicionadas somente aqui, como os manuals, reverts e grind switching (perdão pelos termos em inglês, porém não faço ideia de como eles se chamam em português). O que me faz imaginar o quão limitado talvez o primeiro game soe após sua sequência. Porém é natural de uma sequência adicionar coisas que fazem completo sentido e quem jogou o primeiro game normalmente não sentiu tanta falta originalmente.
Skatista assustado!
O curioso é que a princípio OlliOlli2 me assustou pra caramba com um sistema de botões e controle que não faziam o menor sentido ao meu cérebro, o que me frustrou bastante na primeira meia hora do título. Quer uma dica importante? Vá fazer os tutoriais do game, pois sem eles, o game te larga sozinho em pistas onde nada faz sentido se o jogador não souber exatamente o que fazer.
Quer dizer, o movimento Reverts, que é o ato do skatista virar a traseira do skate para frente, nem é tão importante assim, porém os manuals, que faz o skatista levantar um dos lados do skate no ar, é de suma importância para manter a velocidade e principalmente a progressão do combo! Fora que em termos de jogabilidade, faz muito mais sentido mexer no analógico mais um botão para aterrissar no chão de maneira que mantenha o combo do que apenas apertar um botão no tempo certo para pousar no chão após um salto sem dar um tropeção.
Explicando melhor, os controles (básicos) funcionam assim, o analógico para frente faz o personagem se agachar no skate. Solte o analógico e ele vai pular! Ao descer é preciso apertar o botão A para um pouso sem que o skatista desequilibre. Entretanto se após um salto, o skatista quiser descer em um trilho, não se deve apertar o botão A, e sim o analógico para baixo para ele firmar-se nos trilhos. Essa troca de A e baixo, chão e trilho, dá um tremendo nó no cérebro na primeira meia hora do game. Se prepare para isso!
E isso é só o básico. Depois disso há o tal comando manual, que troca o pousar com o A (que quebra o combo das fases) para aquela empinada que o skatista dá antes de saltar novamente. Aí o jogador usa o analógico e o A, que no meu cérebro parece conciliar muito bem a troca de trilhas, chão, trilhos, enquanto mantenho as técnicas de manuals entre os saltos.
Obviamente o jogo também possui os comandos mais complexos, e no geral quase todos feitos pelos botões LB ou RB e com direções diferentes dentro do analógico da esquerda do controle. Quantos mais movimentos diferentes, entre os comandos básicos, mais o combo e maior a pontuação das fases. E pontuações são meio que importantes, afinal OlliOlli2 é um arcade, que preza leaderboards e os melhores rankings.
Rolé por Olliwood!
Uma pequena matemática agora. OlliOlli2 possui cinco mundos, sendo que cada um possui 5 fases para categoria amadores. 25 fases então. Cada mundo também possui 5 fases para profissionais, mas não são exatamente as mesmas fases do modo amador. São mais complexas e difíceis de pontuar alto em cada uma. Some mais 25 fases e então temos 50 fases ao todo.
Cada fase tem 5 desafios. Cumprir eles não são requisitos para jogar a próxima fase no modo amador, porém para jogar as fases do modo profissional, o jogador deve cumprir os 5 desafios da fase no modo amador (achei meio zoado isso, mas volto para este ponto depois). Então veja só: 25 fases na categoria amadora, com 5 desafios em cada dá um total de 125 desafios. O modo profissional também tem os mesmo números, então mais 125 desafios. Total 250 estrelas de challenges para os jogadores apostarem no valor de replay do game. Nada mal.
Gostaria apenas que estas estrelas tivessem alguma utilidade em si. Que destravasses opções customizáveis ou sei lá. No geral o jogador as coletas apenas pelo prazer de ter os desafios finalizados (ao menos na categoria profissional), sem qualquer empurrãozinho a mais para correr atrás de 100% dos desafios.
Além do modo carreira, OlliOlli 2 ainda oferece outras modalidades. Gostei bastante do modo Free-Skate, que consiste em uma fase infinita de cada um dos cinco mundos presente no título. Elas duram o quanto o jogador se aguentar. Há também um modo para até quatro jogadores disputarem as melhores pontuações. E, outro que vale a menção é o modo Daily Grind, com um trecho de alguma fase do game selecionada diariamente, na qual os jogadores disputam pelo melhor ranking do dia, sendo que cada jogador só tem uma única chance de jogar o desafio do dia (podendo apenas treinar nela antes de fazer a contagem definitiva).
No geral OlliOlli2 tem uma boa quantidade de modos, ainda que tudo meio que acaba sendo variações da mesma proposta do modo carreira. Desça a pista 2D, até onde conseguir e pontue o máximo que puder.
Vale ou não vale?
No geral, OlliOlli2 não é um game muito longo, exceto se o jogador for um complecionista. Terminei o modo carreira, no nível amador com aproximadamente 3 horas. E ainda assim deixei fases sem conseguir completar nenhum desafio nelas. Meio vergonhoso, mas ei, eu nunca fui um bom skatista, seja no videogame, seja na vida real. O último mundo, em particular, me fez passar muita raiva com suas fases no modo amador. Fases que basicamente riam da minha cara, de tanto que me fizeram suar para completá-las um única vez!
Não que eu veja isso como um demérito, claro que não. Mas me dá calafrios pensar que teria que conseguir as 5 estrelas em cada uma destas fases para ver a versão profissional deste último mundo. Eu disse que voltaria a esse ponto, não disse? Então, acho um erro os desenvolvedores terem travados as pistas profissionais do modo carreira dessa forma. Realmente gostaria de testar mais trechos montados pelo time de desenvolvimento, mas sem que o game me obrigasse a jogar todo o modo amador de uma forma perfeitinha, cumprindo seus challenges. Isso me quebrou.
De qualquer forma saio satisfeito de OlliOlli2. Joguei sua campanha no modo amador, venci vários desafios, me diverti nos modos mais livres e pronto. Bola para frente. É um game divertido, mas que não requer muita dedicação se não for sua praia. Alias é um game bacana de se ter em um portátil, e há disponibilidade do título para Android e PlayStation Vita. É um bom título para jogatinas rápidas, para se desestressar de um dia cansativo ou naquele intervalo do almoço, antes de voltar para o mundo real. Fora que é um título muito legal para quem curte esse mundo do skateboarding.
Aliás, que pena que o game não permite customizar o pequeno skatista, ou que adicione pequenos colecionáveis nas fases. Certamente isso adicionaria ainda mais tempero ao game. Porém, merece os elogios as fases onde há dois segmentos de trilha em paralelo, para o jogador escolher para onde ir. Isso certamente garante jogar a fase por mais de uma vez e a experiência acaba se tornando diferente em cada uma.
Questionaria, talvez, o preço atual do game em algumas das principais plataformas desse geração. Na Steam está custando 28 reais, no PlayStation 4 sai por 31 reais e na Xbox Store o preço é um pouco maior, custando 34 reais. Para um indie game, há títulos mais complexos, maiores e que duram bem mais do que a proposta de OlliOlli 2 nesta faixa de preço. É algo a se pensar. Porém obviamente isso não torna um título ruim é claro.
Posso o recomendar com ressalvas. Não acho que seja um game para qualquer um. Há um charme e um desafio inegável no título. Para amantes da prática, é um game divertido. Não é um Tony Hawk obviamente, mas é em sua simplicidade que o torna inigualável com esta famosa franquia citada. Para os fãs, é um game que vai durar muito, para os jogadores mais mundanos e normais, como eu, há um risco do game cansar rápido, seja por falta de maiores diversidade e loucuras nos mundos apresentados, seja porque o game cria barreiras que pedem que o jogador fique se aperfeiçoando até conseguir abrir novas fases, seja porque o estilo do game é assim mesmo e não tem muito o que mudar. Se você curte o mundo dos skates, vai adorar o pequeno, mas simpático mundo de OlliOlli2. Pode vir sem medo!
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