The Witcher – Os Filhos da Raposa | As aventuras de Geralt nos quadrinhos! (Impressões)

Há um texto aqui no site que há meses se encontra entre os mais acessados, que fala um pouco a respeito dos livros da série The Witchertexto este que pretendo atualizá-lo assim que sobrar um tempinho. Lá chego a comentar a respeito do primeiro volume em quadrinhos da série The Witcher, que chegou ao Brasil há algum tempo pela mãos da Editora Pixel. Porém não vai ser desta vez que vou poder comentar mais a respeito deste primeiro volume chamado A Casa de Vidro, hoje o papo é a respeito do segundo volume, lançado no final de 2015, e que se chama Os Filhos da Raposa!

— “Como assim você começa a ler esta série em quadrinhos pela segunda edição?” Então, na verdade cada volume apresenta um conto à parte, sem conexão entre as histórias. Fora que as aventuras solos da série The Witcher não são tão complexas assim a ponto de precisarem serem encaixadas em alguma linha do tempo da trama principal. Geralt of Rivia é um cara que vive andando aí pelo mundo, encontrando pessoas, vivendo aventuras e derrotando criaturas místicas, sem que necessariamente exista uma ordem certa para conhecer estes contos. Essa é uma das muitas belezas desta franquia que se expande em tantas mídias. E os contos isolados funcionam tão bem quanto tramas maiores e mais complexas da vida do Geralt.

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Quem pode ler?

Uma curiosidade que vale ser mencionada é que, enquanto A Casa de Vidro é uma história inédita no mundo de The Witcher, Os Filhos da Raposa é baseado em um dos contos presentes no livro Season of Storms, que ainda não se encontra lançado oficialmente no Brasil. Este livro, aliás, é um dos últimos lançados. Publicado em 2013 e que não é exatamente uma sequência de outros livros, mas um conto de um determinado ponto da cronologia da série.

Não que esse detalhe faça muito diferença, afinal poucos por aqui devem ter ido atrás deste livro em inglês para já conhecerem o conto antes que a HQ chegasse no Brasil, ou pudessem comparar se é algo bem literal ou uma adaptação. Para nós fica quase como se fosse uma aventura inédita, já que o material na qual ele se baseia não existe oficialmente aqui. O que de certa forma deixa a HQ bem mais interessante de ser apreciada.

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Outra questão a ser levantada é se existe a necessidade de ter jogado os games da franquia para entender a HQ. De fato não. Ter ou não ter jogado os games não faz qualquer diferença aqui. É óbvio que são graças aos games que estes materiais extras vem sendo produzido, mas ele não é ligado a trama dos jogos. Aliás, como já mencionado no outro link a respeito dos livros, a própria série The Witcher é originária destes livros e não do game em si. Os jogos vieram muito depois, anos depois. Claro, no entendo, que eles foram os responsáveis por ajudar a popularizar a franquia em uma escala global.

Porém ajuda a curtir a edição ora aqui destacada se você ao menos conhecer um pouco do universo da série. Saber que o Geralt é um bruxo (um dos últimos existentes em seu universo), que esse é um universo de seres e criaturas de fantasia e que se passa há muito antes do que podemos chamar de era moderna, estamos em uma espécie de era medieval de fantasia. Se situar dentro do mundo de The Witcher é fácil e rápido, e até dá para aceitar isso rápido, conhecendo apenas esta edição em quadrinhos. Ajuda inclusive a se simpatizar com esse universo e com o próprio Geralt para instigar a ir atrás de sua história em outras mídias de entretenimento.

Os filhos da Raposa

The Witcher aliás é uma série que se daria muito bem se virasse um seriado, destes do nível de um Netflix ou HBO. Isso é muito visível aqui, neste conto. Funciona quase como um episódio de uma série, como um episódio isolado, de começo, meio e fim. E é uma aventura curta, porém divertida.

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Geralt of Rivia é um personagem interessante. É um personagem que não é de fazer gracinhas espalhafatosas, mas que possui um tom de humor sutil, que diverte o leitor. Não é o típico personagem apenas sério e sem graça. Geralt é no mínimo espirituoso, elegante em suas respostas, mesmo diante de uma situação ridícula, como acordar seu amigo no meio da noite porque ouviu um som estranho na mata e descobrir que este amigo dorme apenas de tanga. A situação se fosse em um mangá teria o personagem fazendo aquelas caras e bocas, gritando como louco e fazendo movimentos exagerados, mas como não é um mangá, a Graphic Novel tem elegância. Não é pelo exagero que se faz o humor diante de uma situação assim, mas pelo texto sutil e inteligente, dando o tom correto para uma situação constrangedora.

E os Filhos da Raposa é cheio de momentos assim. Geralt e este amigo, chamado Addario Bach, se encontram em uma situação na qual estão navegando com marujos que fizeram algo muito ruim e agora enfrentam a fúria de um ser sobrenatural que nem mesmo Geralt sabe se pode derrotar. Ao longo de toda a HQ essa trupe não para um minuto sequer de perguntar ao bruxo coisas como “estamos seguros?“, “e agora Witcher?“, “o que aconteceu?“, “agora estamos seguros, certo?“, “você pode derrotar essa coisa?“, “e aí, estaremos seguros?“.

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É sério, qualquer outro personagem já teria mandando todo mundo a merda, esbravejando para parar de fazer perguntas na qual o cara não tem respostas, mas o legal de Geralt é que ele sabe responder e até mesmo quando ele manda “vocês continuam me perguntando isso e eu continuo dizendo não saber as respostas” mostram o quanto o personagem é maneiro, o quanto ele cativa o leitor. É na sutileza que o torna um personagem tão diferente entre tantos heróis que existem nos quadrinhos hoje em dia.

Há também que se considerar que The Witcher bebe muito da mitologia e folclore da Polônia, que é de onde a série de livros surgiu. O estúdio do game, a CD Projekt RED, é um estúdio polonês. E o folclore de lá tem coisas muito, mas muito impressionantes para a gente daqui, vive as sombras da Mula-sem-cabeça e do Saci Pererê.

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Não quero explicar muito para não estragar a surpresa, mas este volume trabalha com a história de uma trupe de marinheiros que provocou a ira de um ser mágico chamado Vulpess, uma espécie de mulher-raposa (ou raposa-mulher, entenda como quiser). Esse grupo tomou algo desse ser e agora estão sobre a ira de sua vingança. Geralt e Addario, que estavam apenas de carona na embarcação, agora se tornaram alvos da Vulpess, que não sabe distinguir culpados de inocentes.

A história segue com esse grupo de personagens presos em uma espécie de manguezal, na qual nada é o que parece graças as ilusões e miragens da Vulpess, cabendo a Geralt colocar juízo e discernimento nos humanos tolos, enquanto tenta de alguma maneira impedir que a Vulpess mate todos eles.

A HQ é muito bacana, instigante e cheio de agradáveis surpresas. A resolução do problema apresentado é inesperado e é uma daquelas boas leituras, na qual o óbvio não prevalece e o leitor não consegue adivinhar o final apenas lendo o começo da história. Há todo um cuidado do roteiro de só entregar o desfecho no momento certo, e ainda assim após isso há outras surpresas tão legais quanto.

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Fora que as batalhas são empolgantes, os seres que aparecem e toda a energia cativante de Gerald e até mesmo de Addario trazem um caldo muito bom a história. Todo corrobora para uma Graphic Novel de altíssima qualidade. Não é aquele tipo de quadrinhos gratuito, feito apenas pelo puro fanservice. É realmente um HQ que preza o cuidado e a qualidade de todos os elementos da história.

Soma-se isso a todo o trabalha gráfico da Pixel, que trouxe a HQ já encadernadinha, em capa dura, papel especial e impressão gráfica da melhor maneira possível. Ajuda muito também o trabalho artístico e traço dos responsáveis pela HQ. Eu simplesmente não tenho um ponto sequer a reclamar da história ou da edição. É um daqueles quadrinhos perfeitos, que ao começar a ler você simplesmente não consegue parar, e quando acaba sente-se feliz pelo conteúdo consumido.

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Há ainda uma bacana e extensa entrevista no final da revista, com o roteirista e o redator do estúdio que trabalha nos games da série, que recheia ainda mais o encadernado, além de várias artes e ilustrações da série e capas da aventura aqui publicada. É um item não só para fãs da franquia, mas também para colecionadores e apreciadores de um bom conto.

Só conseguiu me deixar mais ainda não pilha para ler a primeira edição, que hoje em dia já se encontra bem complicado de ser encontrado à venda em muitas lojas online (sempre se esgotando). E não espere um terceiro volume tão cedo. Pelo que andei pesquisando por aí, a coleção da Dark Horse, responsável por estas HQs lá nos Estados Unidos, ainda não lançou um novo conto para fechar um terceiro volume. Eu só fico na torcida para que façam mais!

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Onde comprar? Para encerrar, deixo aqui alguns links para quem tiver interessante em procurar esse material. Tanto para A Casa de Vidro quando Os Filhos da Raposa. Corra atrás destes volumes antes que eles sumam das lojas. E se for esse o caso, que a Pixel possa reimprimir um novo lote, pois a popularidade de The Witcher só continua a crescer por aqui. Não vamos esquecer que a edição Game of the Year chega em 30 de agosto, com o terceiro game e suas duas expansões. O que me lembra que preciso voltar a jogar o game principal, para aí sim me preocupar em jogar estes DLCs. Enfim, fica então a indicação e segue os links! Quem estiver procurando uma Graphic Novel de alta qualidade, recomendo que veja estas de The Witcher!

Vol. 1 | A Casa de Vidro
Amazon BR / Saraiva / Submarino / Liv. Cultura

Vol. 2 | Os Filhos da Raposa
Amazon BR / Saraiva / Submarino / Liv. Cultura

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Edição centrada em si, sem a necessidade de ler a primeira
História divertida, empolgante e que sabe manter o suspense
O mundo de The Witcher é realmente incrível
Versão impressa pela Pixel Média com alta qualidade
Extras que recheiam a edição agregam conteúdo
Traço e todo trabalho visual e artístico da HQ são excelentes

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