Posso confessar uma coisinha a todos vocês, queridos leitores? Eu não sei nadar. Sério. Praia não é minha praia. Por isso, o mar é um imenso desconhecido para mim. De fato, a humanidade conhece bem mais a porção de Terra de nosso planeta do que aquilo que mais tem nele, o oceano! E no mundo dos games, também tem muito mais jogos cujo cenário é uma terra firme do que um mar sem fim. Mas essa semana joguei Abzû, e mergulhei fundo nesse universo marinho!
Mas antes, não posso deixar de citar outros jogos onde a ação aquática conseguiu me fisgar e fez com que eu me interessasse em desbravar os segredos desses abismos marinhos. Seaquest no Atari, Endless Ocean no Wii. E só.
Como eu disse, o tema não me atrai muito, embora eu tenha ficado realmente muito inclinado a jogar Subnáutica depois de ler esse post do Thiago.
Agora, finalmente falando sobre Abzû, é o jogo de estreia do estúdio Giant Squid, que foi fundado por Matt Nava, que foi o diretor de arte de Flower e de Journey, clássicos do PlayStation 3 lançados pela thatgamecompany. Assim, não é de se espantar o visual caprichado, cheio de personalidade. É aquele tipo de game que praticamente qualquer parte dele dá para se capturar uma imagem e fazer um belo pôster. O jogo está disponível apenas digitalmente para ser apreciado no PS4, PC e Xbox One, confira na sua loja de preferência!
Terminei o jogo em uma tarde apenas. É um daqueles jogos que podem (e devem) ser apreciados jogando tudo de uma só vez, absorvendo ao máximo a imersão, a atmosfera, a profundidade de seu conteúdo. Nem senti o tempo passar, foi algo muito tranquilo e sereno, quase como se estivesse viajando em alto mar…
Assumimos o papel do Mergulhador, e sem nenhum aviso, passamos a mergulhar e a desbravar as profundezas. Estranhamente, nem é preciso se preocupar com o oxigênio. Não há textos pipocando na tela, não há muito o que distraia o nosso foco. É um relaxamento interessante, um contraste total dos games caóticos que dominam a lista dos mais vendidos. Não há competição aqui. Apenas um mundo que cada vez mais ganha novas cores, formas, e habitantes.
Conforme nosso silencioso herói nada pelo fundo do oceano, tomamos conhecimentos dos mais diversos seres marinhos, e podemos até mesmo parar toda a nossa jornada para meditar e apreciar a beleza dos lugares. Nossos únicos companheiros são pequenos e simpáticos robôs submarinos, e nossos principiais “inimigos” são minas submersas com as quais temos que tomar cuidado e passar longe, ou usá-las para resolver alguns dos puzzles que liberam novas áreas para continuar a aventura. Mas tudo isso de maneira bem tranquila…
De fato, a dificuldade do game é bem baixa, é um jogo muito acessível assim como o seu irmão mais próximo, Journey, do qual aliás se inspira em muitas coisas. É impossível jogar Abzû sem lembrar desse clássico moderno. Mas dificilmente Abzû nos causa o impacto que Journey fez quando surgiu. São pequenos detalhes que não vemos nessa aventura aquática, aquelas coisinhas que quem jogou Journey sabe que estou falando, as quais ao final daquele jogo fazia nosso coração quase sair pela boca. Abzû é mais contemplativo ainda, mais fácil de entender por qual caminho seguir, e no fim não comove tanto por sua mensagem não ser tão pessoal, íntima. É algo bem mais digamos, onírico…
Apesar de ser simples explorar os ambientes do jogo, a câmera fica muitas vezes mal posicionada, o que irrita um pouco, e por haver poucos coletáveis, não há muito motivo para querer vasculhar cada pedacinho do cenário. E até onde sei, não compensa jogar mais de uma vez como em Journey.
Para aqueles que estão precisando dar um bela relaxada no final de semana ou após um dia estressante, recomendo jogar Abzû. Também é ótimo para jogar junto (ou ensinar a jogar) com alguém que não tem o hábito de jogar os games complexos de hoje em dia. É definitivamente um jogo muito acessível para qualquer um.
Ah, e só pra encerrar, quando terminar o jogo fiquei ouvindo “Vento no Litoral”…