Halo Wars 2 | Rápidas impressões do Blitz Multiplayer Beta
Estou escrevendo estas rápidas impressões no calor do momento, após algumas horas e partidas o suficientes a ponto de poder ter alguma opinião a respeito. Também porque o beta do modo multiplayer Blitz está nesse momento aberto a qualquer um que tenha um Xbox One (com Live Gold) ou um PC com Windows 10 – e que possa baixar o game (10GB). E o mesmo seguirá aberto para testes a quem se interessar até o dia 30 de janeiro. Ou seja, corre que dá tempo!
Antes de ir adiante, preciso dizer que cheguei a jogar o primeiro Halo Wars, lançado lá no distante ano de 2009. Entretanto, sendo bem sincero, me recordo muito pouco dele. Foi um game que adquiri e ficou no meu backlog, sempre adiando jogá-lo, até que eventualmente acabei trocando-o por algum outro game. Me recordo de jogá-lo e ter a sensação de um Halo estranho, bem diferente na qual estava habituado, ainda naquela febre de Halo 3. Não era de todo mal, mas não era algo de fácil assimilação.
Isso porque a franquia Halo Wars é uma série spin-off, o que significa que é um outro gênero de jogo, que nada tem a ver com a franquia principal de Halo. Não há nada de shooter em primeiro pessoa aqui. Halo Wars é um game de Estratégia em Tempo Real, ou na sigla mundialmente conhecida: RTS (Real Time Strategy).
Trata-se de um game que lembra bastante um game de tabuleiro. O jogador tem uma visão isométrica (aquela com um ângulo inclinado superior) e comando tropas baseadas no universo da série Halo. O objetivo é invadir, conquistar e manter posição, enquanto enfrente um outro exército, que pode ser uma IA do game ou um outro jogador. Durante a partida, o jogador coleta mais pontos para poder convocar mais membros para seu exército, enquanto anda, ou estabelece bases, protegendo e atacando o exército do inimigo.
Não há um controle livre, no sentido de pegar um personagem e sair andando com ele. RTS é um jogo de comando. Você diz para seu pelotão ir a algum lugar. Ao encontrar um inimigo pelo caminho, seu exército atacará automaticamente. Ao jogador é dado a opção de recuar ou usar algum ataque especial, enquanto, se for possível, há a opção de convocar novas tropas.
Algo que acho bem difícil em jogos de RTS é o múltiplo gerenciamento. Isso porque o seu exército é composto de pequenos grupos individuais, indo de classes distintas de soldados a múltiplos veículos aéreos e terrestres. Você pode dar uma ordem geral a todos ou pode mandar individualmente cada tropa fazer alguma coisa. E é justamente as ordens individuais o maior desafio que encontro nesse tipo de game.
Quer dizer, montou um exército de 20 grupos. Talvez seja hora de dividi-lo. Exemplo: cinco grupos saem em busca de recursos para mais convocações (aqui uma espécie de pod de energia que cai de tempos em tempos no mapa). Cinco ficam protegendo a base. Dez parte para atacar uma base inimiga. Parece simples… mas não é.
O jogo não lhe deixa ver tudo a todo momento. É preciso olhar uma mapa no campo inferior. Verificar para onde o inimigo está se movendo – especialmente se forem jogadores, já que normalmente a IA geralmente segue padrões que com o tempo o jogador assimila. Qual base ir, qual recurso coletar, quando recuar quando sua base estiver sob ataque, quando convocar mais tropas (e quais tipos). Percebe? Sim é um game de comandos, mas também é um game que exige pensar na estratégia. É um tipo diferente de xadrez, mas ainda é um game de raciocínio e destreza no gerenciamento de um pelotão de batalha.
Modo Blitz
Ainda é cedo para dizer tudo que Halo Wars 2 irá trazer quando o título for lançado no próximo dia 21 de fevereiro. O beta no momento não está disponibilizando e apresentando tudo que o game vai oferecer. Há uma campanha no menu, além de um indicativo de multiplayer que imagino que será um pouco mais tradicional do que o modo Blitz, na qual já irei abordar.
Já digo que estou curioso pela campanha, pois é algo que a Microsoft já liberou alguns trailers bem legais (como este abaixo) a respeito dos personagens e da história em si. Apesar de não aparentar ser um game que trará uma extensa narrativa, do tipo cinematográfica como um jogo de aventura consegue proporcionar, as cenas já liberadas são bem excitantes e mostram que é um elemento na qual a Microsoft Studios está preocupada em entregar algo que os fãs de Halo vão gostar. Parece promissor!
Porém estes modos e o que Halo Wars 2 pode ou vai ser é algo que só dá mesmo para discutir em outro momento, diante do lançamento do game no próximo mês. Então, sigo adiante no que pode ser comentando agora: o modo Blitz.
Normalmente os RTS apresentam mecanismos bem tradicionais, como construir bases e fábricas e com elas dar o poder ao jogador de construir mais, de convocar mais pelotões, de fazer mais. Normalmente esse modelo tende a ser mais complexo. Talvez seja por isso que o modo Blitz tenha sido criado, para descomplicar um pouco.
Não significa que o formato mais tradicional de RTS não estará presente no lançamento do game, tal qual estava no primeiro Halo Wars. Ele apenas não está sendo mostrado neste beta. Tanto que o modo Blitz está separado no menu do game do menu multiplayer. Indicando que o jogo não seguirá apenas o modelo de cartas presentes neste modo de jogo. Ao menos é que posso presumir nesse instante.
Sim, Blitz é um modo de RTS com cartas, esse sistema que parece ter tomado conta de diversos títulos dessa geração, e de basicamente quase todo game exclusivo da atual plataforma Xbox. É um sistema que oferece microtransações, mas que no geral a Microsoft vem tomando cuidado para não ser um sistema de “pague para ganhar” (pay to win). Minha única crítica contra esse sistema atual de microtransações no games dos consoles desta geração é que o sistema foi inserido nos games e em nenhum momento se discute lá fora a redução do atual valor dos mesmos, que seguem sendo lançados a 60 dólares, independente de terem ou não vendas de itens cosméticos dentro dos mesmos. Mas isso é uma discussão para um outro dia.
O fato é que o modo Blitz traz estas cartinhas para facilitar de uma certa forma a vida do jogador, simplificando aos iniciantes do gênero as regras básicas de um RTS, acrescentando um certo elemento de sorte as partidas e tornando o game mais ágil, mais dinâmico na hora da ação.
Sorte porque o jogador contém um deck de cartas, que são compostas por diferentes classes de pelotões e veículos, só que durante a partida, o jogador não pode usar a vontade estas cartas. É preciso encher a energia que banca o custo destas cartas, cada uma a seu próprio valor. Quando mais cara, normalmente maior é a resistência e poder do item que a carta convocar. Além disso, a mão de cartas é menor do que a quantidade existente no deck principal, o que significa que o jogador não seleciona exatamente a carta que quer, cabendo assim montar a estratégia com as cartas que estiverem em mãos. Usou uma carta da mão, uma nova é retirada do seu deck.
As cartas também podem evoluir e aumentar seus poderes ou resistências. Para isso o jogador vai ganhando novos packs de cartas (ou também pode comprar com dinheiro real se assim quiser – mas não agora no período do beta). Cartas repetidas, que o jogador já possua em sua biblioteca de cartas, se fundem e ficam mais fortes. A utilização das cartas nas partidas não as extinguem de seu inventário dentro do game, o que é uma ótima notícia. A aquisição de cartas por pacotes existe apenas para descobrir novas cartas ou fortalecer as já existentes.
Claro que isso levanta uma questão sobre as microtransações presentes aqui: quem utilizar dinheiro de verdade parar comprar packs e mais packs, não estaria levando uma vantagem em torno daqueles que irão adquirir por meio do sistema de recompensas do jogo? É preciso ficar de olho no tal pay to win. Afinal, cartas já fortalecidas podem fazer um estrago enorme nas partidas do multiplayer. Bem, é algo para se ficar de olho no futuro…
***
Nesse momento o Beta do modo Blitz não permite partidas single-player, aquelas disputadas apenas contra a IA do game. Isso estará presente no jogo em seu lançamento. No momento o Beta contém apenas partidas de multiplayer online. Estas partidas consistem em três modos de jogadores contra jogadores: 1 vs 1, 2 vs 2 e 3 vs 3.
Apenas um mapa está disponível no beta, mas ele funciona em todos os modos. Consiste em uma área com 3 pontos chaves que precisam ser dominados para marca pontos. A modalidade mais bacana sem dúvida é aquele que permite três jogadores, cada um com seu próprio deck, se aliarem contra outros três jogadores. Quanto mais jogadores, mais intenso são as partidas.
Entretanto senti que o modo online com jogadores reunidos contra outros jogadores carece um pouco de um sistema mais natural de comunicação. Das partidas que joguei não vi ninguém usando headset, e apesar do D-Pad parecer ter alguns comandos para os aliados, o game não me ensinou direito para que servem ou até mesmo se poderiam ser mais complexos para se coordenar apropriadamente com outros jogadores (sendo um Beta, dá para relevar o game não ter feito isso).
Na maior parte do tempo, ou cada um age por conta própria ou se faz necessário ir na onda de um jogador e permanecer junto. Sinto que a estratégia de se reunindo com outros jogadores carece de um sistema de menus com ordens e indicações, como existe em Overwatch – por exemplo – na qual um menu é aberto em tempo real nas partidas com vários tipos de opções de interação. Se Halo Wars 2 tem isso, ou não encontrei ou não está disponível nesse momento no Beta.
Jogando sozinho contra outro jogador, a estratégia das partidas se fez bem mais visível. Tanto da minha parte, que tive que me desdobrar para tentar cuidar de 3 pontos de dominação, quanto do jogador adversário. Talvez 1 vs 1, apesar de não ser tão agitado e intenso quanto os modos com mais jogadores, seja no final das contas, o mais estratégico.
Falando em estratégia, as cartas também possuem uma dose de especializações. Como há diversas classes e tipos de pelotões e veículos, normalmente um é mais eficiente contra determinado tipo. Assim não basta somente ir socando cartas atrás de cartas no campo de batalha. É preciso aprender sobre elas, ver o que o adversário está convocando e o que você tem em sua mão que seja mais efetivo contra inimigos específicos. Além disso há cartas de ataque, que convocam um ataque massivo contra o exército inimigo. Há também veículos que possuem um ataque especial que é ativado com o botão Y no controle do Xbox One. Ao se utilizar, ele tem um tempo de recarga, até ser usado novamente.
Finalizando (por enquanto)
Testando apenas o modo Blitz não tem como chegar a grandes conclusões em torno de Halo Wars 2. Porém dá para ter algum sentimento pelo jogo. Me parece um modo divertido, até mais do pouco que me lembro do primeiro Halo Wars. Graficamente o game também está bonito, ainda que em se tratando de um RTS a qualidade gráfica não é o principal ponto de destaque aqui. O som, entretanto, me impressionou. Tropas, o capitão, os veículos, tudo tem aquela qualidade de som incrível que a franquia Halo como um todo possui. Ficou bem legal. E as batalhas tendem a momentos de grande caos, que são de arrepiar.
Ao fim, é sempre bom pensar que Beta não é Demo. A intenção aqui não me parece ser uma demonstração total do que Halo Wars 2 será quando for lançando no final de fevereiro, e sim apenas de testar os servidores e eventual bugs do modo multiplayer online. Nesse ponto, parece que está tudo indo bem. As partidas não travaram, não vi bugs, ainda que o loading em alguns momentos tenha me feito pensar se não estavam maior do que normalmente os loadings são hoje em dia. Mas nada que fosse tão ruim a ponto de o considerar um problema. Como trata-se de um Beta aberto, há muitas pessoas jogando, então o game encontrou partidas rapidamente.
Vale o teste. Sinta o mundo de Halo em um gênero que não é tão popular e acessível assim, mas que a Microsoft Studios parece ter encontrado um jeito de tornar fácil para qualquer um curtir o mundo dos games em RTS. A quem quiser saber um pouco mais deste Beta, dê um pulo neste link lá no Microsoft News Center (em português). E venha para a guerra!
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