O futuro está no passado? Segunda Guerra Mundial em Call of Duty: WWII

No último dia 26 de abril a Activision promoveu uma Live Streaming (tal como fez semana passada com Destiny 2) para revelar mundialmente o próximo game da franquia Call of Duty – CoD para os íntimos. Chega de guerra moderna ou guerra futurista, pois o próximo game da franquia será Call of Duty: WWII, sigla para World War II, ou seja, a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945).

Não vou me estender muito a respeito do evento via live streaming que revelou o título, porque ao contrário do evento de Destiny 2 que trouxe muito conteúdo e apresentou muita coisa, o evento de Call of Duty foi bem mais fraquinho (e meio sonolento). Informações foram repetidas duas a três vezes e a grosso modo o que se anunciou foi exatamente o que está presente nos dois trailers que estão nessa postagem: o teaser de história mostrando a atmosfera do próximo game e o making off apresentando o quanto a equipe da Sledgehammer Games está empenhada em reproduzir com respeito e fidelidade esse período tão importante da história da humanidade.

A grosso modo ficou bem claro que muito mais de Call of Duty: WWII será apresentado e mostrado em algumas semanas, diretamente da E3 2017. Muito provavelmente durante a conferência da Sony e do PlayStation 4. Aí sim será mostrado algum gameplay em si.

Entre outros detalhes menores confirmados, tal como esperado, haverá um beta para todas as plataformas, com o do PS4 começando antes, e a princípio quem reservar o game que já se encontra em pré-venda já está confirmado nesse beta. Além disso, tal como vem ocorrendo nos últimos CoDs também se confirmou um modo de game com zumbis. Já quanto ao modo cooperativo não foi dado muitos detalhes, apenas de que irá funcionar de forma separada da campanha single player e terá uma história própria.

Sobre o multiplayer o único detalhe que se destacou pra mim foi o de que os personagens terão divisões e cada uma terá sua própria progressão individual, o que me soou estranho já que os Call of Duty mais recentes também possuem personagens ou classes que têm seu próprio sistema individual de progressão. Não sei se entendi muito bem a novidade.

O que ficou claro foi a intenção dos desenvolvedores de trazer as raízes da franquia de volta. Faz 10 anos que Call of Duty não recebe um título focado na Segunda Guerra Mundial. E 10 anos para o mundo dos videogames é quase uma (ou duas) vidas. Há uma geração novata de jogadores que nunca experimentou Call of Duty que não tenha sido os atuais. Eu, sendo um velhote em anos gamers, só passei a jogar Call of Duty em Modern Warfare.

Sei que é impossível não pensar que a Activision está fazendo justamente o que a EA fez ano passado com Battlefield 1 (que se passa na Primeira Guerra Mundial). Porém esse Call of Duty não surgiu porque Battlefield 1 fez sucesso no final do ano passado. A Sledgehammer está trabalhando nele há três anos, então é bem provável que ambos os estúdios tenham notado essa tendência do ciclo de games de tiro e guerra mudando na mesma época.

Battlefield 1 ano passado fez bonito, mas não foi perfeito. O modo campanha deixou a desejar em alguns aspectos, apesar do game ter brilhado lindamente em seu multiplayer. Agora é a vez de Call of Duty: WWII mostrar se consegue fazer tão bonito ou até mais. E tudo bem, pois nessa disputa quem ganha somos nós, os jogadores. No final de 2017 a EA não tem um Battlefield, deixando essa competição acirrada trazendo Star Wars Battlefront II. Quem você acha que se sairá melhor?

E apesar de muito barulho em comunidades a respeito da frequência na qual Call of Duty sai, ou do valor em que eles custam, ou até mesmo do altíssimo preço de seu Passe de Temporada ou DLCs, o fato é que é uma franquia que ainda vende o suficiente para que a Activision continue apostando nele anualmente.

Sem mencionar que é uma série versátil, que pode ir para o futuro, passado e presente dependendo do ciclo de interesse dos jogadores e tendências do mercado. Que tem três estúdios criando sequências e dando um toque própria a série (mesmo que haja uma certa padronização entre eles). Ou seja, é uma franquia que tem um desgaste na mesma proporção que também se esforça para impedir que isso ocorra anualmente. Nem sempre ela consegue, mas no modo geral, se pensar, tem feito isso muito bem na última década.

A minha única crítica a Call of Duty é justamente a sua fórmula base. O sistema de multiplayer nos últimos títulos, mesmo em estúdios diferentes, foi muito semelhante. O modo zumbi vem em todos e não sei o quão essencial ele é para existir em todos. Sinto que falta algo fora da estrutura base que todo CoD possui. Não poderia, por exemplo, ter um Call of Duty em terceira pessoa? Pegar alguns elementos de loot, comunidades e eventos vistos em Destiny? Até mesmo mudar seus modos básicos uma vez ou outra. Há alguns lançados nos últimos anos em que a impressão que ficou foi de que apenas as skins estão sendo trocadas, que o game base era exatamente a mesma coisa que a do ano anterior.

Call of Duty: WWII tem de tudo para tentar renovar muitos desses pontos. Saberemos mais em junho, quando a E3 chegar em nossos corações. Vou esperar e tentar ser positivo quanto a isso.

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