Assim que um jogador termina a primeira sessão de Next Up Hero ele descobre: morrer é muito mais do que um simples fim, morrer é a base de todo o jogo. Em Next Up Hero os jogadores são colocados em arenas nas quais precisam derrotar todos os inimigos para vencer. O jogo segue o estilo rogue like onde cada sessão é gerada aleatoriamente. A grande diferença é que cada vez que você morre o seu personagem vira um echo, um “espírito” dentro da fase, onde o próximo jogador que entrar naquela sessão poderá invocar o seu espírito para ajudá-lo na sessão. Quanto mais mortes, mais echos o próximo jogador poderá reanimar e mais fácil a sessão fica.
O título está sendo desenvolvido pela Digital Continue, estúdio localizado em Nova York, fundado em 2016, e que conta com um time de veteranos na indústria de games, incluindo Joe Tringali, que foi um dos fundadores da 5th Cell, estúdio responsável por games das franquias Scribblenauts, Lock’s Quest e Drawn to Life.
Uma grande variedade de armas e personagens!
No jogo é possível ver que já existem nove personagens com habilidades diferentes, porém somente cinco estavam liberados no beta fechado – realizado entre o final de julho e início de agosto. É possível personalizar cada personagem, desde a sua skin até suas habilidades e poderes. Além disso é possível selecionar qual especial seu personagem poderá ter. Esse especial somente é liberado depois de reviver alguns echos.
O que é um echo? São os personagens dos jogadores que jogaram a fase antes de você e morreram, basicamente fantasmas na qual você pode utilizar ao seu favor! Essa é a principal ideia e mecânica do jogo. Lembra um pouco o esquema de invocações que existe na franquia Dark Souls, onde jogadores deixam seus rastros para outros jogadores se o mundo do game estiver online.
No beta ao reviver três echos era possível transformá-los em alguns segundos em um gigante para ajudar a combater os inimigos. As armas disponíveis iam desde lança foguetes, espadas até a bongo e carrinhos de controle remoto explosivos!
Os controles são simples, basicamente se movimenta o personagem com um dos analógicos, mira com o outro, um dos gatilhos de trás atira e o outro usa o poder especial do personagem. Jogando no teclado e mouse achei um pouco mais difícil de mirar do que usando o controle – não sei porque, pois normalmente é o contrário. Parecia meio travado com o mouse ou que o jogo foi feito para usar o controle. Mas depois de um ou duas partidas já consegui me adaptar perfeitamente aos controles simples do jogo.
Após selecionar e configurar o seu personagem o game te manda para a tela de seleção de sessões. As sessões são as fases que podemos entrar para enfrentar os inimigos. Na tela de seleção sempre irá exibir as informações de dificuldade, quantos echos existem na fase e em quanto tempo a sessão irá expirar. Ao entrar uma dessas fases o jogador irá enfrentar os mais diversos tipos de inimigos. Achei que a dificuldade no beta estava alta, pois nas duas semanas que passei jogando não consegui completar nenhuma sessão (passei longe disso).
Dentro da fase é possível visualizar quantos inimigos existem dentro dela e esse número pode variar bastante. Alguns estágios que entrei possuíam 35 inimigos, porém outros possuíam mais de 100 inimigos. Quanto mais inimigos você mata mais prestigio o seu personagem ganha. Esse prestígio serve para subir de nível e liberar novas habilidades na seleção de personagem. Não sei se a dificuldade do jogo foi aumentada no beta para existirem mais echos durante as fases, mas o máximo que consegui matar em uma sessão foi em torno de 30 inimigos. Mesmos as sessões que tinham somente uma estrela de dificuldade era bem difícil de terminar.
Assim que seu personagem morre na sessão somente é permitido jogá-la novamente após outro jogador a jogar. O motivo disso é para o seu personagem morto permanecer lá para o próximo jogador encontrar e usar para ajudá-lo. Quando é sua vez de entrar em uma fase é também a sua vez de encontrar personagens mortos pelo chão, que possuem essa aparência transparente, como se fossem um fantasma. Ao se aproximar do corpo você aperta um botão para ressuscitar o corpo, a partir desse momento esse echo é controlado pela IA e te ajuda no decorrer da fase. Quanto mais echos você ressuscitar mais ajuda terá e mais fácil a sessão se tornará.
Certas missões se mostraram completamente caóticas, com diversos inimigos na tela onde uns te atacavam com socos, outros correndo em sua direção com bombas e até inimigos gigantes atirando lanças foguetes no seu personagem. Tudo isso ao mesmo tempo. Exige reflexos rápidos, certo grau de estratégia e muito sangue frio para fugir das dezenas de inimigos que nos atacarão incansavelmente.
Em certa missão consegui encontrar cinco echos pela fase. Juntei esses cinco echos, mais meu personagem e mais uns dez inimigos na tela, uma partida relativamente fácil pode rapidamente virar algo extremamente caótico e difícil, isso porque o jogador somente irá encontrar os inimigos ao andar pela fase. O jogador nasce em uma parte da fase que não existem inimigos e conforme vai andando vai os encontrando, então por isso você nunca sabe o que te espera, mas os echos mortos pelo caminho já te dão uma boa dica do que poderá enfrentar, ainda mais se encontrar mais de um personagem morto na mesma parte do mapa. Um indicador que, por sinal, também é bem comum para jogadores de Dark Souls.
Ainda em beta!
Por se tratar de um beta fechado a experiência de jogar Next Up Hero ficou um pouco comprometida. Existiam poucas sessões e principalmente poucos jogadores, o que resultou em pouquíssimos echos, assim aumentando e muito a dificuldade das sessões.
Além disso o jogo me irritou nos primeiros dias que joguei, várias paredes invisíveis que trancavam minha jogatina ou crashes que faziam o jogo fechar sozinho. Por um lado, é esperado por bugs assim em qualquer beta. O jogo já é difícil e quando o jogador consegue avançar na fase o personagem entrava em um canto que não permitia mais se mexer, o que resultava na morte lenta e desagradável. O lado positivo é que nestas duas semanas que passei testando o game foram liberados uns três updates que melhoraram e muito a jogabilidade. No último update não encontrei mais nenhum bug, então acredito que até o seu lançamento final isso estará tudo resolvido.
Dá para dizer que o baixo número de jogadores jogando o beta, provavelmente por não tem acontecido na modalidade aberta, restringindo assim bastante seu acesso ao público em geral, não me fez aproveitar Next Up Hero em sua totalidade. O game tem essa mecânica baseada em outros jogadores jogarem a sessão e morrerem para você poder usar eles na próxima vez que jogar e sem uma comunidade grande o jogo meio que quebrou para mim, pois joguei muitas sessões quase sempre sozinho.
Foram pouquíssimas vezes que encontrei mais de dois ou três echos na mesma fase. Por causa disso também em alguns momentos o game me pareceu repetitivo, sempre os mesmos inimigos, sem nenhum echo durante a sessão. A expectativa é que na versão final haja mais jogadores e a diversidade dos inimigos seja ainda maior.
Veredito
Apesar dos problemas citados, rotineiros de uma versão beta, Next Up Hero me divertiu, mostrando um grande potencial e apresentando uma mecânica de jogo diferente e inovadora. Com certeza vale a pena ficar de olho pelos próximos meses, enquanto o game segue em desenvolvimento.
É um daqueles games que é bom para ter na coleção para jogar em pequenas doses. Depois de um dia cansativo, liga o jogo e joga uma sessão que não leva nem 15 minutos. É aquele título para se curtir sem nenhuma pretensão. Acredito que na versão final estará muito melhor pois como a mecânica do jogo depende de jogadores a experiência final deverá ser muito superior ao do beta (que já me divertiu pra caramba!).
Outra coisa é que, como disse, nessas duas semanas que o testei saíram uns dois ou três updates para o jogo. Isso mostra que a equipe de desenvolvimento está trabalhando sério para melhorar o jogo. Boa parte do que vem sendo acrescentado ao game vem do feedback da própria comunidade do game, segundo comunicado do próprio time de desenvolvimento.
Vale à pena acompanhar de perto a página do Steam de Next Up Hero para ficar por dentro das próximas novidades a respeito. O game está previsto para ser lançado ainda em 2017 através do Steam’s Early Access, com seu lançamento completo para 2018 para PC, Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch.
Por fim, acredito que a versão final do jogo deve gerar uma comunidade para ele, desde os jogadores mais casuais até o que irá se interessar em buscar uma dificuldade maior. Sempre lembrando que morrer faz parte – a fila andou, que venho o próximo jogador!